09/11/2020 às 20:46

Ação contra febre amarela começa pelo bairro São José

Equipes avaliaram 82 cartões de vacinação e fizeram a imunização de 22 pessoas no primeiro dia de cobertura

Por Agência Brasília * | Edição: Fábio Góis

Residências são visitadas por servidores de várias equipes de saúde, entre enfermeiros, técnicos de enfermagem, técnico administrativos e gestores | Foto: Geovana Albuquerque / Agência Brasília

O primeiro dia da ação de bloqueio vacinal contra a febre amarela em São Sebastião cobriu parte do bairro São José nesta segunda-feira (9). A ação será mantida durante toda a semana para conferir às residências que estão em um raio de 300 metros quadrados do local onde foi encontrado um macaco morto infectado com a doença. Nesse primeiro momento foram avaliados 82 cartões de vacinação, em que 22 pessoas precisaram ser imunizadas.

As casas estão sendo visitadas por servidores de várias equipes de saúde, entre enfermeiros, técnicos de enfermagem, técnico administrativos e gestores. Eles conferem o cartão de vacinação dos residentes e verificam se estão imunizados contra a doença. Serão vacinados todos aqueles que não tiverem recebido as doses necessárias ou que não se lembrarem se já foram imunizados.

[Olho texto=”“Além da vacinação, a população também deve ficar atenta para, quando vir um macaco morto, nos comunicar para fazermos o exame nos corpos. Por meio deles temos a primeira ideia de monitoramento das áreas prováveis de contaminação”” assinatura=”Divino Valero, subsecretário de Vigilância em Saúde” esquerda_direita_centro=”centro”]

Uma das casas visitadas no bairro São José foi a da estudante Kauany Rodrigues, de 17 anos. Ela foi a única na casa que precisou ser imunizada contra a febre amarela, enquanto o restante da sua família estava com a vacina em dia. “Essa ação foi muito importante. Como tem muitas crianças na área, é bom proteger. Aproveitei e atualizei meu cartão de vacinação”, disse.

Outro morador que também foi beneficiado com a ação volante foi Rene Barros, de 18 anos. Ele não tinha a quantidade de doses necessárias para estar imunizado contra a doença, por isso precisou ser vacinado. “É melhor prevenir e vacinar logo, antes que a doença se espalhe. Ainda bem que eles estão passando por aqui”, elogiou.

[Numeralha titulo_grande=”62,9%” texto=”é o atual estágio da cobertura vacinal da febre amarela no DF” esquerda_direita_centro=”centro”]

Serão visitadas todas as quadras, ruas e chácaras dos bairros São José, São Francisco, Morro da Cruz, Vila Nova e núcleo rural Zumbi dos Palmares, além da Avenida Central. Caso os moradores não tenham sido vacinados contra a febre amarela, as doses serão aplicadas pelos profissionais de saúde na casa das pessoas.

Nos casos em que moradores de São Sebastião não estejam presentes durante as visitas, eles podem buscar a unidade básica de saúde (UBS) mais próxima de suas residências para conferir se precisam da vacina. Nesse sentido, comunicados estão sendo deixados nas casas visitadas pelas equipes de saúde. A população também pode enviar mensagem de WhatsApp para o telefone (61) 99451-0143, informando nome e endereço e registrando foto do cartão de vacinação.

Óbito de macacos

Em 2020, este foi o primeiro caso de óbito de macaco confirmado com a doença no Distrito Federal. A última ocorrência do tipo havia sido registrada em 2016.

Foto: Geovana Albuquerque / Agência Brasília

Equipe da Dival faz controle químico em áreas de mata, com borrifação, para eliminar mosquitos / Foto: Geovana Albuquerque / Agência Saúde

No último boletim do Ministério da Saúde sobre monitoramento de mortes de macacos, o Distrito Federal recolheu 69 macacos mortos para análise, sem a confirmação de caso positivo para febre amarela.

Vacinação e prevenção

Presente à ação sanitária, o subsecretário de Vigilância em Saúde, Divino Valero, destacou que a vacinação é a principal medida para prevenir a disseminação da febre amarela, transmitida em áreas urbanas pelo mosquito Aedes aegypti. No ciclo silvestre, em áreas florestais, o vetor da doença é principalmente o mosquito Haemagogus.

“Além da vacinação, a população também deve ficar atenta para, quando vir um macaco morto, nos comunicar para fazermos o exame nos corpos. Lembrando que eles não transmitem a doença aos seres humanos. Por meio deles temos a primeira ideia de monitoramento das áreas prováveis de contaminação”, explicou Divino.

Ao mesmo tempo, uma equipe da Vigilância em Saúde vai fazer uma busca ativa no local por mais corpos de macacos em toda a região. Desde quinta-feira (5), como medida ambiental, a equipe da Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival) tem atuado próximo ao bairro São José e realizado controle químico, com borrifação, para eliminar os mosquitos Aedes aegypti da área, além de fazer a captura de alguns insetos para análise laboratorial.

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A morte de um primata não humano (PNH) em determinada área é um dos principais indícios de circulação do vírus em regiões de matas e florestas. Portanto, eles são indicadores importantes para a vigilância contra a febre amarela. Caso a população encontre macacos mortos, o ideal é comunicar a ocorrência pelo telefone (61) 99269-3673 ou pelo e-mail zoonosesdf@gmail.com.

Casos em humanos

De acordo com o boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Saúde, o Distrito Federal não registrou casos da doença em seres humanos em 2019 e em 2020. Neste ano foram notificados nove casos suspeitos, mas nenhum deles positivo para a doença.

No entanto, em 2018, o DF teve dois casos confirmados, mas de pessoas contaminadas em São Paulo. Cabe ressaltar que a principal medida de prevenção contra a doença é a vacinação.

No DF, a cobertura vacinal de febre amarela está em 62,9%. A vacina é aplicada com uma dose aos nove meses de idade e um reforço aos quatro anos. Pessoas de cinco a 59 anos de idade, não vacinadas ou sem comprovação vacinal devem tomar dose única.

 

* Com informações da Secretaria de Saúde