09/11/2020 às 08:50, atualizado em 09/11/2020 às 14:24

São Sebastião recebe ação contra a febre amarela

O motivo foi a confirmação do óbito de um macaco na região, que estava com a doença

Por Agência Brasília * I Edição: Carolina Jardon

A Secretaria de Saúde (SES) vai promover, a partir desta segunda-feira (9), uma ação de bloqueio vacinal contra a febre amarela em São Sebastião. O motivo foi a confirmação, na quinta-feira (5), da morte de um macaco próximo ao bairro São José que estava com a doença. As casas em um raio de 300 metros quadrados do local serão visitadas por cerca de 50 profissionais de saúde, para conferir o cartão de vacinação dos residentes e identificar se estão imunizados contra a febre amarela.

Ainda na quinta-feira, como medida ambiental, a equipe da Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival) esteve próximo ao bairro São José e realizou o controle químico com borrifação para eliminar da área os mosquitos Aedes aegypti (transmissores da febre amarela), além de fazer a captura de alguns insetos para análise laboratorial. Essa procedimento foi repetido na sexta-feira (6) pela manhã.

Já a ação desta segunda-feira vai começar às 9h, nas quadras, ruas e chácaras dos bairros São José, São Francisco, Morro da Cruz, Vila Nova, Núcleo Rural Zumbi dos Palmares e na Avenida Central. Caso os moradores não tenham sido vacinados contra a Febre Amarela, as doses serão aplicadas na casa das pessoas pelos profissionais de saúde. Todos aqueles que não tiverem recebido as doses necessárias ou não se lembrarem se já foram imunizados deverão ser vacinados.

O subsecretário de Vigilância em Saúde, Divino Valero, esclarece que o objetivo da medida é fazer um bloqueio vacinal em São Sebastião como forma de prevenção. “O trabalho poderá se estender durante a semana, a depender da situação. Ao mesmo tempo, uma equipe vai fazer uma busca ativa por mais corpos de macacos em toda a região”, ressaltou.

A morte de um primata não humano (PNH) em determinada área é um dos principais indícios de circulação do vírus em regiões de matas e florestas. Portanto, eles são indicadores importantes para vigilância da febre amarela.

Valério explica que os macacos não transmitem essa doença. “Assim como os seres humanos, eles também são infectados pelo vírus, mas não podem contaminar pessoas com a doença”, acrescenta, lembrando que o ciclo de transmissão da febre amarela é por meio do mosquito. Na área urbana, o responsável por transmitir o vírus é o Aedes aegypti, o mesmo que transmite a dengue, zika e chikungunya.

Óbito de macacos

Este foi o primeiro caso de óbito de macaco confirmado com a doença neste ano no Distrito Federal. A última ocorrência do tipo foi registrada em 2016.

O Distrito Federal, no último boletim do Ministério da Saúde sobre monitoramento de mortes de macacos, recolheu 69 macacos mortos para análise, sem a confirmação de caso positivo para a Febre Amarela. Caso a população encontre macacos mortos, deve comunicar pelo telefone 99269-3673 ou pelo e-mail zoonosesdf@gmail.com.

Casos em humanos 

De acordo com o  boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Saúde, o Distrito Federal não registrou casos da doença em seres humanos em 2019 e em 2020. Este ano, foram notificados nove casos suspeitos, mas nenhum foi positivo para a doença.

No entanto, em 2018, o DF teve dois casos confirmados, mas foram de pessoas contaminadas em São Paulo. Ressaltando que a principal medida de prevenção contra a doença é a vacinação.

No DF, a cobertura vacinal de febre amarela está em 62,9%. A vacina é aplicada com uma dose aos nove meses de idade e um reforço aos quatro anos. Pessoas de cinco a 59 anos de idade, não vacinadas ou sem comprovação vacinal, devem tomar uma dose única.

* Com informações da Secretaria de Saúde