18/11/2020 às 08:45, atualizado em 18/11/2020 às 13:05

Cursos para pessoas em situação de rua

Alunos estão abrigados no Estádio Abadião. Até dezembro, o projeto chega também ao Autódromo Nelson Piquet

Por Agência Brasília * | Edição: Chico Neto

Cícero Itací (manuseando o ventilador): “Eu quero voltar ao mercado de trabalho. Essa capacitação vai me abrir portas”| Foto: Glênio Dettmar/Sedes

“Eu quero voltar ao mercado de trabalho, seja prestando serviço em alguma empresa, seja por conta própria. Essa capacitação vai me abrir portas”, aposta o cearense Cícero Itací, de 52 anos. “Até agora eu aprendi muitas coisas e sigo aprendo mais a cada dia, para atingir meu objetivo: engajar nessa profissão”, conta Luciano da Conceição, de 47. Ambos fazem o curso de eletricista e reparos em eletrodomésticos ministrado no Alojamento Provisório de Ceilândia, no Estádio Abadião.

Eles são alguns dos 110 participantes das atividades, que também contam com capacitações profissionalizantes de 40 horas nas áreas de segurança eletrônica básica, barbeiro e informática básica. Fruto de uma parceria entre a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) e o Instituto Sou Brasileiro (Soubras), além de emendas parlamentares do deputado Eduardo Pedrosa, os cursos fazem parte do projeto Um Novo Caminho.

Resgate de dignidade

“O que estamos fazendo é oferecer mais uma oportunidade de capacitação para quem quer voltar ao mercado de trabalho e superar a condição de rua”, enfatizou a secretária de Desenvolvimento Social, Mayara Noronha Rocha.

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“Muitos estão desacreditados da própria vida; então, essa possibilidade criada aqui é, de fato, um resgate pessoal”, avaliou Eduardo Pedrosa, que acompanhou a titular da Sedes durante visita, nesta terça (17), ao espaço onde são ministradas as aulas. Nesse dia, os alunos ganhara de presente uma apresentação do mágico Tio André – que aproveitou o momento para falar sobre trabalho em equipe, cooperativismo e superação.

Oferta de vagas

Por meio desse projeto, foram oferecidas 200 vagas para os abrigados. Os responsáveis contabilizaram mais de 170 inscrições. Com a rotatividade do alojamento, entretanto, muitos já deixaram o local e alguns foram desligados por faltar às atividades.

“Essa questão de transferir para eles a responsabilidade em relação à assiduidade faz parte do processo educacional”, explicou o presidente do Instituto Soubras, Alan César Alves, lembrando que a entrega do certificado está condicionada ao desempenho em sala e a 75% de frequência mínima.

Até dezembro, o projeto chega também ao Autódromo Nelson Piquet, onde está instalado o outro alojamento provisório do Governo do Distrito Federal destinado ao acolhimento de pessoas em situação de rua.

* Com informações da Sedes