24/11/2020 às 21:33

Gestores dos colégios cívico-militares fazem balanço do projeto educativo

Encontro levantou demandas para as escolas no ano que vem. Mais de 16 mil alunos estudam neste modelo no DF

Por Agência Brasília* | Edição: Renata Lu

No Colégio Cívico Militar Centro Educacional 308, do Recanto das Emas, o retorno das crianças, segundo a Polícia Militar, tem sido bastante positivo | Foto: Acácio Pinheiro/Agência Brasília

O secretário de Segurança Pública do DF Delegado Anderson Torres, esteve presente, nesta terça-feira (24), em reunião com Gestores Pedagógicos e Disciplinares dos Colégios Cívico-Militares do Distrito Federal. O projeto de gestão compartilhada — parceria entre a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP/DF) e a Secretaria de Educação (SEE) — é destinado a estudantes do 6º ao 9º ano do ensino fundamental e ensino médio.

O encontro foi palco para balanço sobre a trajetória do projeto até aqui. O secretário, Anderson Torres, parabenizou os gestores das escolas e fala da importância do projeto. “Fico muito feliz com esse projeto. A gente acredita muito nele. Ele tem uma ligação direta com a segurança pública. Não só com a segurança pública de hoje, mas com a do futuro. A gente está plantando para colher nas próximas gerações”.

Com o objetivo de proporcionar uma educação de qualidade aos estudantes da rede pública de ensino, as pastas de Segurança e Educação realizam ações conjuntas e constroem estratégias voltadas ao policiamento comunitário e ao enfrentamento da violência no ambiente escolar, promovendo uma cultura de paz.

A SSP/DF é responsável pela gestão disciplinar, com o emprego do efetivo da Polícia Militar do Distrito Federal – PMDF e do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal – CBMDF na coordenação de atividades extracurriculares e nas ações disciplinares voltadas à formação cívica, moral e ética do corpo discente, objetivando o bem-estar social. Já a SEEDF é responsável pela gestão administrativa e pedagógica das UEs, e pelo cumprimento do Projeto Político-Pedagógico, conforme Leis de Diretrizes Educacionais.

[Olho texto=”Fico muito feliz com esse projeto. A gente acredita muito nele. Ele tem uma ligação direta com a segurança pública. Não só com a segurança pública de hoje, mas com a do futuro. A gente está plantando para colher nas próximas gerações” assinatura=”Anderson Torres, secretário de Segurança Pública” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

De acordo com o subsecretário de Escolas de Gestão Compartilhada da SSP/DF, Alexandre Ferro, a presença dos militares nas escolas é fundamental. “Vejo a satisfação dos pais, dos alunos e dos professores. Isso é uma injeção de motivação para todos nós”. Ferro explica que um dos objetivos da reunião é o de levantar demandas a serem consideradas no planejamento dos projetos das escolas para 2021, de forma integrada com os gestores. Experiências exitosas e boas práticas do funcionamento desta integração também fez parte da pauta.

O 2º Ten. da PMDF, Ivan Pereira da Silva, da CEF 308 do Recanto das Emas conta sua experiência. “Estou no projeto há aproximadamente um ano e sinto sua importância refletida nas crianças que demonstram o apego a nossa rotina diária e aquela vontade de reaver aquela atividade, pois encontraram valores que não tinham tido até então. São valores que, infelizmente, têm se perdido em alguns aspectos na sociedade e a gente tenta reaver isso na escola. Esperamos que, com essa base, o aluno possa dar prosseguimento seguro na sua carreira escolar”, fala.

O encontro foi palco para balanço sobre a trajetória do projeto até agora | Foto: Divulgação/SSP

Já o Capitão do Corpo de Bombeiros, Comandante Disciplinar do Colégio Cívico-Militar Centro de Ensino Fundamental 407, Pollari, nota a diferença dos alunos na escola. “Nossa importância lá tem sido imensa. Resgatamos muitos alunos em situação de vulnerabilidade. Eles gostam da nossa presença, a escola também, os professores que fazem parte do nosso cotidiano. A gente só tem é que agradecer essa oportunidade”, afirma.

[Olho texto=”Vejo a satisfação dos pais, dos alunos e dos professores. Isso é uma injeção de motivação para todos nós” assinatura=”Alexandre Ferro, subsecretário de Escolas de Gestão Compartilhada” esquerda_direita_centro=”centro”]

O subsecretario de Educação Básica, Tiago Cortinaz da Silva, falou do esforço de todos, nessa época de pandemia: “infelizmente, nesse ano de 2020, a pandemia levou ao fechamento das nossas unidades escolares fixas, tivemos que convertê-las em unidades escolares virtuais. Muito rapidamente tivemos que nos adaptar. Agradeço aos gestores, aos diretores das escolas, que se empenharam nesta mudança. Esperamos, para 2021, conseguir mais avanços nas nossas escolas compartilhadas, no que diz respeito a educação. E, a parceria com a Segurança é importante para darmos continuidade a esse projeto”.

Andreia de Oliveira, Diretora do CEF 01 do Núcleo Bandeirante fala de sua experiência. “Nossa escola antes era chamada de Sapão. Tinha uma imagem muito ruim. Os pais não queriam colocar os filhos, eles tinham medo. Era uma escola onde eram registrados muitos casos de violência, de drogas, roubos, pequenos furtos, brigas. Desde o ano passado, quando começou a gestão compartilhada, a gente viu uma mudança significativa na questão do comportamento, nas atitudes dos estudantes e essa parceria foi crucial nesta mudança. Os militares trabalham na questão dos valores, das rotinas, e mais ou menos em dois meses, a escola já ficou com ‘outra cara’. Os pais então observaram as crianças mais disciplinadas e gostaram disso”, relata.

Também presentes ao evento, o chefe da Casa Militar, Coronel Danilo Oliveira Nunes; o secretário executivo da SSP/DF, Júlio Danilo; o secretário executivo de Gestão Integrada da SSP/DF, Alciomar Goersch; o comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar, William Augusto Bomfim.

Em outubro de 2019, foi publicada uma portaria que, elaborada por representantes das secretarias de Educação (SEE) e de Segurança Pública (SSP), regulamenta o modelo compartilhado de ensino. Com a mudança, as escolas de gestão compartilhada passaram à categoria de Colégio Cívico-Militar do Distrito Federal (CCMDF).

Atualmente, mais de dezesseis mil alunos estudam nas dez unidades de escolas com o modelo adotado. São elas:

Centro Educacional 03 de Sobradinho;
Centro Educacional 308 do Recanto das Emas;
Centro Educacional 01 da Estrutural;
Centro Educacional 07 da Ceilândia;
Centro Educacional Condomínio Estância III de Planaltina;
Centro Educacional 01 do Itapoã;
Centro de Ensino Fundamental 19 de Taguatinga;
Centro de Ensino Fundamental 01 do Núcleo Bandeirante;
Centro de Ensino Fundamental 407 de Samambaia e
Centro de Ensino Fundamental 01 do Riacho Fundo II

*Com informações da Secretaria de Segurança Pública