01/12/2020 às 18:48, atualizado em 02/12/2020 às 17:03

Complexo de Reciclagem inaugurado nesta quarta (2)

Empreendimento tem capacidade para processar até 5 mil toneladas de resíduos por mês e empregar 750 pessoas. Investimento foi de R$ 21 milhões

Por Agência Brasília * | Edição: Chico Neto

A central é um dos mais modernos equipamentos públicos para reciclagem de resíduos do país | Foto: Divulgação/Sema

Com a inauguração, nesta quarta (2) do Complexo Integrado de Reciclagem do Distrito Federal (CIR/DF), o DF passa a ter um dos mais modernos equipamentos públicos para reciclagem de resíduos do país. O complexo ocupa uma área de 80 mil m² na Cidade Estrutural e compreende duas centrais de triagem e reciclagem (CTRs) e uma Central de Comercialização (CC). Com investimentos de R$ 21 milhões, a iniciativa tem capacidade de gerar mais de 750 postos de trabalho para catadores de materiais recicláveis.

A obra foi executada pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), sendo o contrato com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social  (BNDES) administrado pela Secretaria de Meio Ambiente (Sema). Já o Serviço de Limpeza Urbana (SLU) é responsável pela gestão compartilhada do CIR com a Sema, a Central das Cooperativas de Materiais Recicláveis do DF (Centcoop) e as associações de catadores que vão atuar no local.

“A construção do espaço é importante nos aspectos técnico, econômico, social e ambiental”, avalia o secretário de Meio Ambiente, Sarney Filho. “Eleva a vida útil do Aterro Sanitário de Brasília com a destinação ambientalmente adequada dos resíduos e significa um ganho direto para o meio ambiente e para a população em geral. Ele também representa a melhoria da qualidade de vida dos catadores de materiais que vão trabalhar lá.”

O diretor-presidente da Novacap, Fernando Leite, reforça importância da obra. “O espaço tem, sobretudo, um valor social”, explica. “Além de contribuir com o meio ambiente, o empreendimento vai gerar empregos e proporcionar melhores condições de trabalho aos catadores. É um grande avanço para Brasília ter um centro de reciclagem que será referência nacional”.

[Olho texto=”“Além de contribuir com o meio ambiente, o empreendimento vai gerar empregos e proporcionar melhores condições de trabalho aos catadores” ” assinatura=”Fernando Leite, diretor-presidente da Novacap” esquerda_direita_centro=”centro”]

Gestão integrada

O coordenador de implementação da Política de Resíduos Sólidos da Sema, Glauco Amorim, explica que a infraestrutura será fundamental para a gestão integrada de resíduos sólidos. “O Complexo de Reciclagem vai garantir a destinação correta dos materiais recicláveis, reinserindo-os na cadeia produtiva, minimizando as demandas por matérias-primas e reduzindo os impactos ambientais da produção”, diz.

A presidente da Centcoop, Aline Sousa da Silva, ressalta que a construção do Complexo de Reciclagem sempre foi a esperança de quem trabalhava no antigo Lixão da Estrutural. “Ele vai representar dignidade, melhores condições de trabalho e de renda”, resume. “A esperança continua. Não queremos deixar ninguém de fora”.

Cooperativas

Por meio do SLU, o GDF mantém 29 contratos com 22 cooperativas e associações, envolvendo 908 catadores de recicláveis que atuam na prestação de serviços de coleta seletiva e triagem. O órgão será responsável por gerir a operação do Complexo de Reciclagem junto às cooperativas e associações de catadores.

“É um avanço muito importante na gestão de resíduos sólidos do DF”, analisa o presidente do SLU, Jair Tannús. “Com o Complexo de Reciclagem, vamos fortalecer a coleta seletiva e as cooperativas de catadores na destinação correta dos recicláveis. O SLU e as cooperativas trabalharão juntos para aproveitar e gerir o novo espaço da melhor forma possível.”

[Olho texto=” “É um avanço muito importante na gestão de resíduos sólidos do DF” ” assinatura=”Jair Tannús, presidente do SLU” esquerda_direita_centro=”centro”]

Inicialmente, o Complexo de Reciclagem contará com a atuação de 450 a 500 catadores de materiais recicláveis contratados, integrantes das cooperativas Ambiente, Coorace, Coopernoes, Construir e Recicla Brasília, ligadas à Centcoop-DF, que possui a cessão da área. Após a pandemia de Covid-19, será possível incluir mais catadores, explica Glauco Amorim. “Com o retorno da coleta seletiva e a disponibilidade de materiais recicláveis, podemos, no futuro, funcionando em três turnos, chegar ao número máximo de postos de trabalho ocupados”, adianta. “Por enquanto, atuaremos com dois terços da capacidade”.

Projeção

Os profissionais serão os responsáveis pelo funcionamento do complexo, atuando na recepção, triagem, classificação, prensagem, armazenamento e comercialização dos materiais recicláveis advindos da coleta seletiva. A projeção é que, quando a operação atingir sua capacidade máxima, sejam processadas até 5 mil toneladas de resíduos recicláveis por mês.

A escolha das entidades foi feita por meio de seleção baseada nos critérios de manifestação de interesse, existência de contrato de triagem com o SLU, fazer parte da Rede Centcoop-DF e, preferencialmente, ser oriunda do antigo Lixão da Estrutural, local que hoje sedia a Unidade de Recebimento de Entulho (URE) do SLU.

Investimentos

Do total de R$ 53 milhões do programa de fechamento do lixão, R$ 21 milhões foram destinados às obras físicas do Complexo Integrado de Reciclagem. O restante do valor será destinado à compra de equipamentos, materiais de operação, assessoria técnica e capacitação de catadores e aos outros centros de triagem já em operação.

[Numeralha titulo_grande=”R$ 21 milhões ” texto=”foram investidos nas obras do Complexo Integrado de Reciclagem” esquerda_direita_centro=”centro”]

As unidades foram erguidas em estrutura metálica com alvenaria e contam com dois pavimentos. O superior abrigará esteiras de separação, compartimentos para lançamento dos resíduos não aproveitados e silos de armazenagem do material bruto.

No térreo funcionarão as áreas de prensagem, separação secundária, armazenamento do resíduo separado e depósito de material. Além do galpão de triagem e área de administração, os catadores contarão com refeitório, vestiário com armários, banheiros e chuveiros, sala multiuso e equipamentos de segurança individual. A obra ainda envolve 5 mil m² de calçadas e redes de captação de águas pluviais.

Funcionamento

As centrais de triagem, de 2,8 mil m² cada, vão receber os resíduos que vêm da coleta seletiva. Nelas, o material é separado, classificado, pesado, prensado e então transportado para a central de comercialização, onde ocorrem o beneficiamento, estocagem e comercialização. Já a Central de Comercialização de Materiais Recicláveis receberá o material pré-selecionado para beneficiamento dos materiais advindos tanto das centrais de triagem quanto das demais cooperativas de catadores do DF pertencentes à rede Centcoop-DF.

Inauguração do Complexo de Reciclagem do DF

* Com informações da Sema