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29/01/2021 às 17:40
Paciente de 74 anos foi submetido a técnica minimamente invasiva que permitiu destruição de tumor sem necessidade de cirurgia
Pela primeira vez na história do Hospital de Base (HB), o Núcleo de Radiologia realizou um procedimento de alta tecnologia chamado de ablação percutânea por radiofrequência, que consiste em destruir tumores sem a necessidade de cirurgia. A unidade de saúde é a primeira da rede pública do DF a utilizar essa técnica, disponível nos melhores hospitais do mundo. O paciente submetido ao tratamento foi um homem de 74 anos, com dois tumores no fígado.
O procedimento, na sala de tomografia do ambulatório, começou às 15h de quinta-feira (28) e durou duas horas. Participaram dois médicos radiologistas intervencionistas, dois anestesistas, um técnico de tomografia, duas enfermeiras e duas técnicas de enfermagem. O trabalho foi concluído com sucesso e comemorado pelos profissionais, entre eles os médicos Camila Lima e Vithor Carvalho, que coordenaram a intervenção.
Além do tomógrafo, um aparelho de ultrassom de alta tecnologia foi usado. “A associação de métodos de imagem ajudou a detectar melhor os nódulos no fígado e a otimizar o tratamento”, disse Vithor Carvalho. “A agulha de radiofrequência esteve por cerca de 30 minutos ‘cozinhando’ os tumores hepáticos até torná-los inativos”. O paciente, que havia recebido anestesia geral, acordou 30 minutos após o término do procedimento e poderá voltar para casa ainda nesta sexta (29), após avaliação médica.
Benefícios da técnica
O uso do método de ablação no HB foi possível depois que o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF), que administra a unidade, comprou a agulha de radiofrequência, com alto custo no mercado. Esse instrumento é descartável, mas novas unidades já foram encomendadas pelo instituto. Na rede particular, o procedimento custaria entre R$ 30 mil e R$ 40 mil.
O investimento é compensado pelos diversos benefícios da técnica, destaca a médica Camila Lima. “O paciente não precisa passar por uma cirurgia, sendo submetido a um procedimento minimamente invasivo, com uma recuperação muito mais rápida”, explica. A alta hospitalar costuma ocorrer em até 24 horas. “Isso significa que ele não vai ocupar um leito de UTI e nem ficar vários dias internado”, complementa Camila.
A técnica de ablação, porém, não é indicada para todos os tamanhos de tumores. “Não é um procedimento que substitui a cirurgia em todos os casos”, adverte a médica. “Se for um tumor muito grande, não dá para fazer. Se o paciente já estiver com a doença mais avançada, também não”.
[Olho texto=”“Não é um procedimento que substitui a cirurgia em todos os casos. Se for um tumor muito grande, não dá para fazer”” assinatura=”Camila Lima, médica do HB” esquerda_direita_centro=”centro”]
O filho do paciente celebrou a conquista do pai. “Tenho consciência de que é um serviço muito exclusivo e que evitou que meu pai passasse por uma cirurgia mais séria”, declarou. “Estou impressionado por ver que ele já está acordado e conversando, apenas duas horas depois do procedimento. Agradeço a toda equipe pelo empenho.”
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* Com informações do Iges-DF