22/02/2021 às 13:13, atualizado em 22/02/2021 às 16:56

É chuva que não acaba mais

CEB dobra abertura das comportas da Barragem do Paranoá para dar vazão ao volume de água. É o fevereiro mais chuvoso desde 1962

Por Flávio Botelho, da Agência Brasília I Edição: Carolina Jardon

Foto: Gilberto Alves/CEB

Somente na noite de domingo (21), a cota de água do Lago Paranoá aumentou 11 centímetros, passando de 1000,64 para 1000,75 metros | Foto: Gilberto Alves/CEB

As aberturas das comportas da Barragem do Lago Paranoá foram aumentadas novamente na manhã desta segunda (22), chegando a um total de 2 metros e 10 centímetros de abertura (70 centímetros em cada uma). A operação de controle do volume do Lago Paranoá começou na segunda passada (15), devido à intensidade das chuvas que atingem o Distrito Federal neste mês, o fevereiro mais chuvoso na capital desde 1962.

Somente na noite de domingo (21), a cota de água do Lago Paranoá aumentou 11 centímetros, passando de 1000,64 para 1000,75 metros. Por conta disso, a CEB Geração autorizou um novo aumento da abertura das comportas, que passaram de 90 centímetros para 120 centímetros durante a madrugada, depois para 180 centímetros em torno de 9h30 desta segunda (22), e agora para 210 centímetros no fim da manhã.

Todas as aberturas das comportas são coordenadas pela CEB Geração juntamente com o Corpo de Bombeiros do DF e a Defesa Civil, que emitiu alertas via SMS para que evitem as margens do Rio São Bartolomeu, que pode ter o volume de água aumentado. Além disso, a cada novo aumento das aberturas, sinais sonoros são emitidos pelas sirenes do sistema de notificação em massa por 10 quilômetros quadrados.

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O diretor-geral da CEB Geração, Eduardo Roriz, explica a importância do trabalho de monitoramento e de controle do volume de água do Lago Paranoá: “Estrategicamente, temos que sempre estar com a cota o mais baixa possível para suportar qualquer aumento de água, senão temos que abrir muito as comportas e assim ocorre uma elevação muito grande no nível da jusante”.

A previsão de chuvas para os próximos sete dias no DF permanece, com tendência de intensificação no fim de semana. A meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Morgana Almeida, esclarece o motivo de tanta chuva neste mês no DF: “O período chuvoso está sendo influenciado pelo fenômeno chamado Zona de Convergência do Atlântico Sul, que cria um corredor de nebulosidade desde a região Norte e o DF, por estar no meio dele, fica sob efeito de muita umidade e formação de nuvens”.

Além do Lago Paranoá, os níveis dos reservatórios do Descoberto e de Santa Maria também estão sendo afetados pelas chuvas. Ambos estão com 100% de volume útil desde a semana passada, quando atingiram as cotas de 1.030,10 e 1.072,08, respectivamente, na segunda (15). No início do mês, o nível do reservatório do Descoberto estava em 84,1%, e o de Santa Maria, 96,3%.

A intensidade do período chuvoso acabou causando alguns transtornos em diversas regiões do DF, e o Governo prontamente trabalhou para solucionar os problemas. Em Vicente Pires, foram realizados serviços de patrolamento e desentupimento de bocas de lobo. No Plano Piloto, máquinas trabalharam para desobstruir vias nas Asas Sul e Norte.