17/03/2021 às 11:06, atualizado em 17/03/2021 às 13:23

Momento certo e técnica para podar uma árvore

Atualmente, 515 profissionais da Novacap estão diretamente envolvidos com os serviços

Por Ian Ferraz, da Agência Brasília | Edição: Mônica Pedroso

Todas as podas precisam passar pela análise de um técnico | Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília

A capital do Brasil é uma cidade verde. São cinco milhões de árvores que embelezam todo o Distrito Federal. Um número que demanda muito planejamento e trabalho de manutenção e preservação. Os serviços são realizados pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) e, causa muitas dúvidas e palpites da população. Afinal, quando uma árvore pode ou não ser podada?

Quem dá a resposta é o engenheiro florestal da Novacap, Leonardo Rangel da Costa. “Quando são essas podas rotineiras, de retirada de galho seco, liberar fachadas, projeção de vias e equipamentos públicos, um técnico da Novacap vai ao local e verifica o que deve ser feito. Em seguida, encaminha para a parte operacional executar o serviço”, explica o servidor. “Quando é a chamada poda drástica, que causa um impacto visual maior, um técnico verifica e após o parecer de outro técnico eles decidem ou não pela supressão da árvore”, completa.

[Olho texto=”Os serviços emergenciais são os de árvores com risco de queda, árvores mortas e árvores doentes” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

O especialista reforça ainda que todas as podas precisam passar sob a análise de um técnico. “Não é recomendável que a população faça o serviço por conta própria, ela pode e deve demandar a Novacap para que execute o trabalho”, afirma Costa. O contato para solicitar o serviço é por meio da Ouvidoria do GDF no telefone 162. Em casos onde há riscos iminentes, a orientação é ligar para o Corpo de Bombeiros no 193.

Para executar a poda de árvores, em todo o DF, a Novacap dispõe de 515 profissionais, divididos em 44 equipes. Após os serviços, parte dos resíduos são triturados, levados para o canteiro da empresa e transformados em compostagem para a produção de mudas. Os pedaços de lenha, por sua vez, vão a leilão público em editais lançados e divulgados no site da própria Novacap.

Prioridades

A programação da empresa obedece a uma lista de prioridades. Os serviços emergenciais são os de árvores com risco de queda, árvores mortas e árvores doentes. São estas que são suprimidas. “A população quando nos demanda espera que o serviço seja feito, mas nem sempre a solicitação resulta no serviço de poda”, explica o engenheiro florestal.

Segundo ele, o chamado popular é prosseguido da avalição. “Só então avaliamos a necessidade de podar ou não naquele momento”, afirma. O serviço ocorre o ano inteiro, no entanto, quando chega o período de chuvas, é intensificado em função das necessidades pontuais. “É no período de seca, que aproveitamos para fazer o preventivo”, acrescenta Rangel.

[Olho texto=”“A população, na maior das boas vontades, costuma plantar árvores. Mas, muitas vezes, as espécies geram problemas porque são inadequadas, plantadas em locais inadequados e que exigem uma manutenção complicada” assinatura=”Leonardo da Costa, engenheiro florestal da Novacap” esquerda_direita_centro=”direita”]

Administradora do Plano Piloto, Ilka Teodoro, ressalta a importância desse cuidado. “Recebemos muitos pedidos de poda de galhos que atrapalham a iluminação pública, oferecem riscos ou interferem em redes de energia ou de água, e também poda preventiva”, relata. Mas, segundo Ilka, o maior problema está com as árvores que não pertencem ao clima da região. “Temos muitas espécies que não fazem parte do bioma cerrado e foram plantadas há muito tempo, exigindo atenção especial por apresentarem raízes mais superficiais e maior suscetibilidade às doenças e pragas”, detalha.

Segundo Ilka Teodoro, a atual gestão tem estimulado o plantio urbano com espécies nativas do cerrado para “otimizar o serviço de poda e manutenção e melhorar a permeabilidade dos nossos jardins”.

Queda e plantio irregular

O engenheiro  Leonardo Rangel atenta para dois fatores: pessoas que plantam árvores por conta própria e a quantidade de chuva que tem caído na cidade. Ambos servem de alerta. “A população, na maior das boas vontades, costuma plantar árvores. Mas, muitas vezes, as espécies geram problemas porque são inadequadas, plantadas em locais inadequados e que exigem uma manutenção complicada. O que nós sugerimos é que se um cidadão quiser plantar uma árvore procure a Novacap para receber a orientação adequada”, afirma.

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Sobre a chuva, o servidor é didático. “Uma árvore, muitas vezes, cai também pela chuva frequente que pesa sobre a copa, pesa na árvore, e o sólido muito úmido perde a capacidade de sustentação. Às vezes as pessoas falam ‘nem ventou e a árvore caiu’. Sim, caiu por causa disso, por um solo que perdeu as condições de dar sustentação”.