20/03/2021 às 13:30, atualizado em 29/11/2021 às 10:43

Telemedicina ajuda a salvar vida na UPA de Sobradinho

Médica recebeu auxílio, por vídeo, de cardiologistas do Hospital de Base para cuidar de paciente que infartou

Por Agência Brasília* | Edição: Mônica Pedroso

“Essa troca de conhecimento entre os profissionais é fundamental para salvar vidas”, garante a diretora de Inovação, Ensino e Pesquisa do Iges-DF, Emanuela Ferraz | Foto: Davidyson Damasceno/Iges-DF

Uma transmissão de vídeo para troca de conhecimento entre médicos ajudou a salvar a vida de Alberto Cardoso, 54 anos. Ele teve um infarto enquanto estava internado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Sobradinho, em novembro de 2020. O uso da telemedicina permitiu mais agilidade no atendimento e já faz parte da rotina das UPAs administradas pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF).

[Olho texto=”“Se não fosse pela telemedicina, eu não estaria vivo”” assinatura=”Alberto Cardoso, paciente de 54 anos” esquerda_direita_centro=”direita”]

O suporte on-line oferecido por profissionais do Hospital de Base à equipe da UPA é feito via computadores. “Se não fosse pela telemedicina, eu não estaria vivo”, reconhece Alberto sobre o serviço. Durante o atendimento na sala vermelha da UPA de Sobradinho, a médica que fez o procedimento contou com o apoio de os cardiologistas para diminuir a dor do paciente.

“[A médica] me disse que estava falando com amigos para resolver minha situação”, relembra Alberto. “Percebi que ela não estava com medo, mas sim preparada para solucionar o problema, então fiquei tranquilo.”

Obstinada, a médica confirmou com os especialistas o que já suspeitava: um infarto de alto risco. “A dificuldade do diagnóstico, porém, estava relacionada à ausência de alterações em exames como o eletrocardiograma e na análise das enzimas cardíacas”, explica. Com o auxílio dos especialistas, ela conseguiu medicar o paciente para amenizar o sofrimento. “Mas o mais importante foi a ajuda que eles me deram para garantir que o paciente fosse transferido em segurança. Sem isso, o risco de morte era muito grande”.

[Olho texto=”“Felizmente, foi possível agilizar o procedimento, e ele foi transferido para um hospital com suporte cardiológico”” assinatura=”Sylvia Beatriz Cavalcanti, cardiologista” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

Mesmo sem indícios nos exames do paciente de um princípio de infarto, a experiência dos profissionais de saúde do Hospital de Base permitiu a rápida identificação do diagnóstico e o apoio para uma transferência segura ao Hospital Universitário de Brasília (HUB).

No HUB, Alberto foi submetido a um cateterismo e a uma angioplastia de emergência. Lá permaneceu por 20 dias para a recuperação. “Hoje, só consigo agradecer por estar vivo e por Deus ter colocado cada um desses profissionais no meu caminho”, declara o paciente.

Com o final feliz, a história de Alberto virou motivo de comemoração e de referência para a telemedicina. “Felizmente, foi possível agilizar o procedimento, e ele foi transferido para um hospital com suporte cardiológico”, comemora a cardiologista Sylvia Beatriz Cavalcanti.

[Numeralha titulo_grande=”2.326″ texto=”Teleatendimentos entre abril de 2020 e 11 de marco de 2021″ esquerda_direita_centro=”direita”]

O serviço de telemedicina

Adotada durante a pandemia pelo Iges-DF, a telemedicina não salvou apenas a vida de Alberto. Com 2.326 atendimentos entre abril de 2020 e 11 de março de 2021, o serviço coordenado pela Diretoria de Inovação, Ensino e Pesquisa (Diep) já ofereceu auxílio a 81 médicos das seis UPAs e do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM). “Essa troca de conhecimento entre os profissionais é fundamental para salvar vidas”, garante a diretora de Inovação, Ensino e Pesquisa, Emanuela Ferraz.

Por meio de videoconferências em computadores localizados nas centrais de teleatendimento do HB e em um prédio anexo ao hospital, especialistas das áreas de cardiologia, pneumologia, clínica médica, infectologia, endocrinologia, nefrologia e psiquiatria orientam médicos e sugerem intervenções, em tempo real, durante atendimentos a pacientes.

“Esse contato a distância otimizou o tempo de resposta e minimizou transportes desnecessários de pacientes para avaliação em hospitais de referência”, aponta a médica Mariana Ubaldo, responsável por receber as solicitações de teleinterconsultas.

As unidades que recebem o auxílio também contam com computadores exclusivos. “As salas vermelhas e amarelas de todas as UPAs têm equipamentos para a telemedicina. O médico acessa um sistema interno e preenche um formulário com as informações da especialidade desejada e com a dúvida”, salienta a profissional.

“Assim que o médico da UPA envia a solicitação, nosso sistema o direciona para o especialista que atenderá à demanda. A partir daí, em poucos instantes, o médico do Hospital de Base inicia a discussão do caso clínico em tempo real com o médico da UPA”, relata. O serviço funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.

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Além do apoio por especialidade, a telemedicina do Iges-DF oferta a opção de discussão dos casos por reuniões clínicas virtuais, nas quais os médicos plantonistas das UPAs debatem o quadro de saúde dos pacientes internados com todo o grupo de especialistas escalados.

“É uma complementação não presencial do cuidado, que possibilita um tratamento mais eficiente e, consequentemente, um aumento na capacidade de atendimento e resolutividade”, completa Mariana.

*Com informações do Iges-DF