21/04/2021 às 15:24, atualizado em 21/04/2021 às 22:34

Parque Águas Claras atinge produção de 35 mil mudas por ano

Expectativa é ampliar o volume para 40 mil mudas/ano. Voluntários ajudam no viveiro da unidade de conservação

Por Agência Brasília* | Edição: Mônica Pedroso

Recursos de beneficiários que cumprem penas alternativas e do Brasília Ambiental foram usados em melhorias para o viveiro | Fotos: Divulgação/Brasília Ambiental

O trabalho conjunto do Instituto Brasília Ambiental, por meio dos seus agentes do setor de Unidades de Conservação (UCs), e do Grupo Voluntários do Parque Ecológico Águas Claras, está consolidando, nessa área, um viveiro de mudas de plantas, que servirá de experiência para ser implementado nos demais parques administrados pelo órgão do GDF.

O viveiro começou a ser implantado em 2016, mas de forma amadora. Com o envolvimento dos agentes do parque no projeto, trabalhando em parceria com os voluntários, foi possível adicionar técnica à produção. Hoje o viveiro tem capacidade para produzir 35 mil mudas anuais e tem como expectativa ampliar essa capacidade para 40 mil, com a finalidade de atender a demanda interna e de outras UCs.

[Olho texto=”Entre os pontos positivos que contaram para a conquista dessa capacidade de produção está a outorga, dada pela Adasa ao parque, para consumo da água que nasce na própria unidade” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”]

“Uma participação ativa como essa dos frequentadores demonstra que houve a compreensão de que o parque não é somente um espaço onde vão em busca de lazer, mas também um espaço de conservação e, principalmente, que é importante a participação de cada um”, ressalta a superintendente de Unidades de Conservação, Biodiversidade e Águas (Sucon), Rejane Pieratti.

Consumo

Entre os pontos positivos que contaram para a conquista desta capacidade de produção está a outorga, dada pela Adasa (Agência Reguladora de Águas e Saneamento do Distrito Federal) ao parque, para consumo da água que nasce na própria unidade. O parque já tem toda a estrutura para a montagem da irrigação automática, e a administração trabalha com a meta de executá-la até o início da seca.

Mesmo com a paralisação de algumas ações devido à pandemia, o viveiro se manteve em plena atividade. Em 2020, a maior parte das quase mil mudas plantadas no Bosque dos Voluntários, do próprio parque, foi produzida nele. Isso foi possível graças a ajuda dos voluntários e o apoio do Ministério Público, que encaminhou, por meio da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Sema), para utilização no parque, remunerações chamadas de pecúnias relativas a beneficiários que cumprem penas alternativas. Essas pecúnias deram parte do suporte de recursos para a unidade se equipar.

Com recursos das pecúnias e do Brasília Ambiental foram adquiridos os sombrites (estrutura que cobre o viveiro), arame galvanizado, eucalipto tratado para fazer a estrutura e uma caixa d`água para 3.500 litros. Ainda com os mesmos recursos foi construída a Casinha dos Voluntários, uma estrutura de uns 50 metros quadrados, aproximadamente, com um depósito e copa. O local também serve para preparar a terra e reciclar os materiais plásticos para receber as mudas.

Os voluntários consideram a convivência dentro do parque um momento extremamente positivo em suas vidas

Papel social

Entre os grandes ganhos dessa iniciativa, a gestão do parque considera um dos maiores a inserção social que ela promove. Os voluntários revelam que a convivência dentro do parque é muito positiva para suas vidas. Moradores com problemas de solidão ou depressão afirmam se sentir acolhidos no parque ao encontrar  um espaço privilegiado, apoio e o que fazer de forma prazerosa.

A coordenadora do Grupo Voluntários do Parque Águas Claras, pedagoga Rosa Coalho, ressalta o quanto essa oportunidade de atuar naquela unidade ecológica é positiva para muitos moradores. “Essa atividade tem um papel social fundamental. Temos, no nosso grupo de voluntários, muitas pessoas que moram só, que se divorciaram ou que estão viúvas, enfim, que estão solitárias. Outro dia, um voluntário me disse que o parque o salvou, que ele estava meio depressivo, e que vir para o parque, contribuir, fazer serviço voluntário fez toda a diferença na vida dele”.

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Rosa, que está há dois anos à frente do grupo, considera que eles são mais que uma turma de voluntários, são um grupo social, uma família. Ela enfatiza que o apoio e o bom relacionamento com a gestão do parque são de extrema importância para o bom desempenho das ações realizadas por eles. “Sou apaixonada por esse projeto. Este ano já fizemos o plantio no bosque, fomos homenageados com o nome do espaço. Foi um plantio muito organizado”, compartilha.

*Com informações do Instituto Brasília Ambiental