14/05/2021 às 09:28

Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica no DF

Doença tem acometido crianças e está possivelmente associada com o novo coronavírus. Este ano, já são sete casos na capital federal

Por Agência Brasília* | Edição: Renata Lu

A Secretaria de Saúde notificou, de janeiro até maio de 2021, sete casos confirmados – quatro meninos e três meninas – de Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P). Desse quantitativo, dois casos foram em crianças de 0 a 4 anos, quatro casos em crianças de 5 a 9 anos e um caso em criança de 10 a 14 anos. Não houve registro de óbito.

A doença provoca febre persistente por mais de três dias. É acompanhada por um conjunto de sintomas, que pode incluir manchas vermelhas pelo corpo; pressão baixa; conjuntivite; sinais de inflamação no nariz, mãos ou pés; problemas gastrointestinais agudos; comprometimento de múltiplos órgãos; e alteração dos marcadores inflamatórios| Foto: Breno Esaki/Agência Saúde

A doença tem acometido crianças e está possivelmente associada com o novo coronavírus. Ela desenvolve uma resposta inflamatória sistêmica significativa, manifestada após o paciente ter sido diagnosticado com a covid-19 ou ter tido contato próximo com caso confirmado da pandemia.

A médica e responsável pela área técnica das Doenças Exantemáticas da Secretaria de Saúde, Marília Higino, explica que, por se tratar de uma infecção recente, dada a magnitude da infecção pelo Sars-CoV-2, é muito importante o diagnóstico precoce, bem como a notificação oportuna e o monitoramento dos casos.

“A atualização dos casos, com coleta e revisão sistemática dos dados, é importante para caracterizar essa síndrome e subsidiar ações de políticas públicas e controle da doença”, esclarece.

Sintomas

[Olho texto=”“A atualização dos casos, com coleta e revisão sistemática dos dados, é importante para caracterizar essa síndrome e subsidiar ações de políticas públicas e controle da doença”” assinatura=”Marília Higino, médica e responsável pela área técnica das Doenças Exantemáticas da Secretaria de Saúde” esquerda_direita_centro=”direita”]

A maioria dos casos relatados no Brasil e no mundo de crianças com suspeita da Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica apresentou febre persistente por mais de três dias. A febre foi acompanhada de um conjunto de sintomas, que pode incluir manchas vermelhas pelo corpo; pressão baixa; conjuntivite; sinais de inflamação no nariz, mãos ou pés; problemas gastrointestinais agudos (diarreia, vômito ou dor abdominal); comprometimento de múltiplos órgãos; e alteração dos marcadores inflamatórios.

Os exames laboratoriais dos casos estudados indicam infecção atual ou recente pelo novo coronavírus ou ainda vínculo epidemiológico com caso confirmado da doença. Por isso, a síndrome está sendo associada à covid-19, porém essa relação causal ainda não foi estabelecida e permanece em investigação.

Notificação compulsória

Em julho de 2020, o Distrito Federal iniciou a notificação obrigatória dos casos de Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica. As notificações são feitas pelas unidades de saúde públicas e privadas para a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Divep), que monitora os pacientes e confirma os casos. A doença tem acometido crianças e adolescentes e está possivelmente associada ao novo coronavírus. Os primeiros casos registrados no DF foram em abril de 2020.

“A partir dos primeiros casos registrados no Brasil, a Subsecretaria de Vigilância em Saúde emitiu a todos os hospitais públicos e privados uma Nota Técnica informando sobre a notificação obrigatória de casos suspeitos dessa nova síndrome”, afirma Marília.

Casos em 2020

A Secretaria de Saúde notificou, em 2020, 80 casos suspeitos de SIM-P. Desse total, 67 são residentes no Distrito Federal e 45 pacientes tiveram a confirmação, sendo que um deles evoluiu para óbito.

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De acordo com a gerente de Vigilância das Doenças Imunopreveníveis da Secretaria de Saúde, Renata Brandão, é importante que os profissionais de saúde se atentem aos principais sintomas e notifiquem imediatamente para que a investigação epidemiológica possa ocorrer o mais precoce possível.

“Profissionais que tenham atendido, nos últimos meses, crianças com quadro clínico que se enquadre nessa definição podem, inclusive, notificar esses casos retroativamente no sistema”, frisa.

*Com informações da Secretaria de Saúde