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22/05/2021 às 14:26, atualizado em 23/05/2021 às 18:45
Devido à pandemia, organizadores da Festa do Divino priorizam caridade ao próximo com distribuição de cestas básicas
Cerca de 400 pessoas assistiram, na manhã deste sábado (22), à Missa da Alvorada, na secular Igreja Matriz de São Sebastião, em Planaltina, dando seguimento à Festa do Divino Espírito Santo, um período de fé e devoção da comunidade ao Excelso Paráclito. Devido à pandemia, o número de pessoas foi limitado a 50% da capacidade do local.
Os casais coordenadores, os imperadores Wander Lúcio Gomes de Oliveira e Águeda Maria de Lima Porto Gomes; e os foliões de rua, Cássio Murilo Natividade Gonçalves e Alice Ribeiro de Andrade, são os mesmos da edição do ano passado. Como reza a tradição, eles adentraram a igreja, levando o simbolismo da festa: o Divino Espírito Santo; a bandeira; a coroa; o cedro e uma imagem de Nossa Senhora Aparecida. Ao chegarem, os presentes receberam a bênção do pároco de Planaltina, padre Paulo Renato.
[Olho texto=”“Nesta época de pandemia, infelizmente, não podemos comemorar como gostaríamos. Mas, no ano que vem, se Deus quiser, estaremos reunidos para festejar como essa bela festa merece”” assinatura=”Paco Britto, vice-governador do Distrito Federal” esquerda_direita_centro=”direita”]
Segundo explicou o imperador Wander, a Missa da Alvorada “envia o Giro da Folia”, uma manifestação pública do devoto ao Divino Espírito Santo. “Nosso sentimento é de realização em relação a tudo que permitimos fazer dentro do possível [devido à pandemia], levando o principal, que é a mensagem do Divino e a caridade ao próximo”, observou, referindo-se às doações de cestas básicas feitas pela organização do evento às pessoas em situação de vulnerabilidade social e também o “conforto espiritual” às famílias que perderam seus entes queridos para a covid.
Entre os que prestigiaram a celebração desta manhã, estava o vice-governador Paco Britto, acompanhado de sua mulher, Ana Paula Hoff. “É uma festa religiosa que mantém a cultura e as tradições. Nesta época de pandemia, infelizmente, não podemos comemorar como gostaríamos. Mas, no ano que vem, se Deus quiser, estaremos reunidos para festejar como essa bela festa merece”, frisou Britto, antes do início da cerimônia.
Paco Britto se referiu à segunda maior celebração local da Igreja Católica na cidade, atrás apenas da Via Sacra realizada na Semana Santa, durante a Páscoa, no Morro da Capelinha. Todo ano, milhares de fiéis participam dos festejos da Festa do Divino Espirito Santo.
Nascido em Planaltina, o técnico em radiologia, Rogério Sizenando, 45 anos, aguardava o início da missa sentado, ao lado da família, em um dos bancos da igreja, especialmente decorada para a ocasião, mas respeitando todas as normas sanitárias para evitar o contágio da covid-19. “É uma cidade religiosa, histórica e católica. É a cidade-mãe [do Distrito Federal]. E a festa representa harmonia”, avaliou Sizenando, que também trabalha como um dos cozinheiros voluntários da festa.
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Devido à pandemia, a cidade teve que se reinventar para preservar uma tradição de 139 anos. A Festa do Divino Espírito Santo recorda a descida do Espírito Santo sobre os 12 apóstolos de Jesus Cristo, em Pentecostes, sete semanas após a Páscoa.
Para se ter uma ideia do sucesso da festa, em 2019, sem a pandemia, por volta de 1.500 pessoas trabalharam durante o evento, que envolve, em tempos normais, mais de 50 mil pessoas de toda a cidade, de crianças até a terceira idade. Neste ano, a caridade esteve presente com o trabalho de 200 voluntários.
Homenagem à Nossa Senhora
Frequentadora assídua da Igreja Matriz, no grupo de Renovação Carismática da Igreja Católica, a cabeleireira Júlia Pereira da Costa, 69 anos, mora há 50 anos em Planaltina. Neste sábado, após ter sua temperatura medida na entrada da igreja, declarou que a Missa da Alvorada é “muito especial, pois é uma coisa linda de Deus”.
[Olho texto=”O ápice da festa, após nove dias de preparação com novenas e a iniciativa de levar os símbolos da festa às casas dos fiéis, por causa da pandemia, será a realização, neste domingo (23), da Missa de Pentecostes” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”]
Devota de Nossa Senhora, Júlia permaneceu concentrada durante a homilia do padre Paulo Renato, que falou sobre as virtudes e a missão da santa Mãe de Jesus, “uma mulher simples e humilde”, que é um exemplo a todas as pessoas para alcançar a maturidade humana, ao mostrar sua “elegância espiritual ao receber a graça de Deus”. A equipe dos festejos fez ainda uma homenagem, com flores e um emocionante texto, em frente à imagem de Nossa Senhora Aparecida, ao som da canção de Nossa Senhora, de Roberto Carlos.
Ao final da cerimônia, os organizadores e fiéis seguiram para uma carreata pelas ruas da cidade. Antes, foram realizadas as bênçãos das bandeiras, na Praça da Igrejinha de São Sebastião.
O ápice da festa, após nove dias de preparação com novenas e a iniciativa de levar os símbolos da festa às casas dos fiéis, por causa da pandemia, será a realização, neste domingo (23), da Missa de Pentecostes.
A festa
Planaltina, a mais antiga cidade do Distrito Federal, celebra todo ano a Festa em Honra e Louvor ao Divino Espírito Santo nas sete paróquias locais. A tradição envolve famílias pioneiras da cidade, cujos festejos tiveram início na Paróquia São Sebastião, época em que Planaltina ainda era cidade do estado de Goiás.
Com o tempo, a festa ganhou notoriedade e atualmente integra o Calendário Oficial de Eventos do Distrito Federal. A fé ao Excelso Paráclito é passada dos pais para os filhos. A Festa do Divino é patrimônio cultural imaterial do DF desde 17 de maio de 2013, de acordo com o Decreto n° 34.370.
Feira do Produtor
Após a missa, em mais uma ação contra a covid, o vice-governador Paco Britto, sua mulher Ana Paula Hoff, e a equipe do Comitê Todos Contra a Covid seguiram para a feira do produtor da cidade, a fim de distribuir 240 unidades de álcool gel 450 ml aos feirantes e frequentadores. O vice-governador é o coordenador do Comitê.