24/05/2021 às 20:14, atualizado em 24/05/2021 às 20:34

Restaurante do Riacho Fundo II tem aula de reciclagem

Estagiárias de nutrição do ponto comunitário mostram como reutilizar isopor das marmitas como enchimento de almofadas

Por Agência Brasília* | Edição: Freddy Charlson

Mostrar aos usuários como usar a criatividade para reaproveitar os produtos e reduzir a quantidade de lixo no meio ambiente. Foi com essa ideia que a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) autorizou estagiárias do Restaurante Comunitário do Riacho Fundo II a desenvolver nesta segunda-feira (24) uma ação para conscientizar os usuários sobre a importância do desenvolvimento sustentável e, ainda, como fazer uma almofada reciclável com pedaços do isopor das marmitas entregues nas unidades.

Frequentadores aprenderam a confeccionar almofada reciclável com o isopor das marmitas. Ação ocorreu na entrada do restaurante comunitário | Fotos: Divulgação/Sedes

As estudantes fizeram um cartaz com o passo a passo de como fazer almofada e demostraram o método aos frequentadores da unidade. “Fizemos um cartaz explicativo e, quando as pessoas se aproximaram, contávamos como funciona a confecção da almofada com pedaços pequenos de isopor. E mostrávamos a almofada pronta. Eu gravei um áudio e apresentamos uma música sobre a temática do lixo”, contou Wandra Souza, 23 anos, estudante de nutrição da Unieuro e estagiária do restaurante comunitário do Riacho Fundo II.

“Todo mundo gostou. Os usuários se interessaram pelo assunto, acharam legal a ideia da almofada reciclável. A mensagem mais importante, sobre o descarte correto do lixo, foi passada. Acredito que terá um impacto positivo em relação à conscientização da população”, avalia.

[Olho texto=”“A ideia é dar aos frequentadores essa opção prática, já que eles têm acesso ao material das marmitas diariamente. Até um saco plástico pode ser utilizado como forro do travesseiro”” assinatura=”Wandra Souza, 23 anos, estudante de nutrição” esquerda_direita_centro=”direita”]

A ação teve como foco, principalmente, os moradores em situação de rua, que receberam as amostras feitas pelas estagiárias. “A ideia é dar aos frequentadores essa opção prática, já que eles têm acesso ao material das marmitas diariamente. Até um saco plástico pode ser utilizado como forro do travesseiro”, destaca. Desde junho, os moradores em situação de rua, cadastrados pelas equipes de Abordagem Social, podem retirar gratuitamente as refeições no restaurante.

Frequentadora do local, a gari Marília Sousa, 39 anos, comemorou a iniciativa. “Eu acho que as pessoas tinham que ter mais consciência e reciclar mais os materiais. Esse trabalho de vocês é interessante porque se todo mundo pegasse essa ideia não juntaria tanto lixo na comunidade”, ensinou a trabalhadora.

“Em todas as unidades, com a pandemia de covid-19, a média é de cerca de três mil marmitas de isopor entregues diariamente, e todo esse material é jogado no lixo. A Sedes apoiou a iniciativa porque é importante incentivar a nutrição com esse olhar além do alimento, o cuidado com o depois, para o reaproveitamento do material. Todo o isopor das marmitas já utilizadas foi higienizado para ser transformado em travesseiro para os moradores em situação de rua que frequentam a unidade do Riacho Fundo II”, destacou a diretora de Equipamentos de Segurança Alimentar e Nutricional da Sedes, Dolores Ferreira.

Os restaurantes comunitários têm parcerias com faculdades de nutrição para a capacitação de estagiários. Moradores em situação de rua ganharam as amostras

Projeto

A iniciativa faz parte do projeto do estágio final de Wandra com duas colegas. “No meu estágio, conversando, também, com a responsável pelo restaurante, verifiquei que um dos principais problemas da unidade era o excesso de lixo produzido. Como minhas colegas também tinham propostas de trabalho com essa temática, nos juntamos para um projeto comum”, contou a estagiária.

Os restaurantes comunitários têm parcerias com faculdades de nutrição para a capacitação de estagiários. “Hoje, os restaurantes comunitários têm sido muito procurados para estágio em produção de refeições. E o Governo do Distrito Federal tem sido parceiro dessas instituições estudantis”, reiterou Dolores Ferreira.

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Gerente do Restaurante Comunitário do Riacho Fundo II, Daniele Mendonça considera que a iniciativa das estudantes foi bem-sucedida. “Vejo essa ação como muito benéfica, especialmente para os moradores em situação de rua. Muitas pessoas não têm a consciência de que os materiais podem ser aproveitados, eles podem ter outra finalidade. É só lavar e reutilizar”, concluiu a gestora.

Frequentador da unidade, Edimilson Corrêa Santana, de 47 anos, pondera que a dica é uma opção interessante para evitar o acúmulo de lixo. “Tenho notado muito lixo. O pessoal pega a marmita, almoça aqui pertinho e deixa o lixo jogado em qualquer lugar. Avalio que essa é uma ação que pode a reduzir o lixo nas redondezas”, definiu.

 

*Com informações da Sedes