27/06/2021 às 23:04, atualizado em 27/06/2021 às 23:07

Guará, uma cidade com grande potencial turístico a explorar

Em visita à região, caravana da Setur identifica vários pontos que merecem ganhar mais visibilidade

Por Agência Brasília* | Edição: Chico Neto

[Olho texto=”“O brasileiro adora feira, e é natural que quem vem a Brasília tenha o prazer de conhecer uma das mais belas e diversificadas feiras públicas do Distrito Federal” ” assinatura=”Cristiano Jales, presidente da Associação Comercial Varejista da Feira do Guará” esquerda_direita_centro=”direita”]

Representantes da Secretaria de Turismo (Setur) têm visitado frequentemente o Guará para promover os pontos turísticos locais. A iniciativa faz parte do programa Turismo em Ação, que, em sua oitava edição, inclui o Guará na rota turística do DF.

Na visita da semana passada, as equipes da Setur visitaram tradicional Feira do Guará, a Paróquia Maria Imaculada, o Kartódromo Ayrton Senna e os parques ecológicos Denner e Ezechias Heringer. O passeio foi coordenado pela secretária de Turismo, Vanessa Mendonça, e pela administradora do Guará, Luciane Quintana.

Feira do Guará

Mercado de peixes da Feira do Guará já ganhou destaque até em uma pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Agronegócios da UnB | Fotos: Aurélio Pereira/Setur

A inclusão da Feira do Guará no roteiro das empresas que atendem os turistas em Brasília foi uma das propostas defendidas por comerciantes do local durante a visita da secretária Vanessa Mendonça. “O brasileiro adora feira, e é natural que quem vem a Brasília tenha o prazer de conhecer uma das mais belas e diversificadas feiras públicas do Distrito Federal”, afirmou o presidente da Associação Comercial Varejista da Feira do Guará, Cristiano Jales.

A Feira do Guará existe desde 1969. Atravessou as décadas, entrou na modernidade e hoje já conta com o Wi-Fi Social, programa desenvolvido pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), e contas nas redes sociais. Atualmente, a feira do Guará tem mais de 600 lojas de comércio variado, registrando um movimento de aproximadamente 50 mil pessoas de quarta a domingo. Entre os produtos, destacam-se as roupas, acessórios femininos, eletrônicos, comidas como frutas e verduras, carnes, queijos e doces, além de iguarias típicas.

Um dos destaques da feira são as bancas de peixes. Pesquisa desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Agronegócios da Universidade de Brasília (UnB ) identificou critérios para distinguir a qualidade dos produtos comercializados no local – como o frescor do peixe advindo de recente captura, as condições de conservação a frio, a limpeza e organização do ambiente, o conhecimento dos funcionários sobre os produtos comercializados, a variedade de peixes procedentes do mar e dos rios e o atendimento personalizado.

A diversidade, aliás, é o diferencial da Feira do Guará, que tem itens originários de várias regiões do país. É o que ressalta o empresário Sávio Kzam, que frequenta a o local há muitos anos e adquire produtos para sua sorveteria, de grande movimento. “Na Feira do Guará, eu encontro alguns produtos típicos, como a goma de tapioca, porque eu produzo tapioca no meu estabelecimento”, conta. “A farinha de tapioca, eu uso para fazer sorvete; o meu sorvete de tapioca é o mais tradicional o mais conhecido em Brasília”.

Arquitetura romana

Outro ponto turístico do Guará com condições de ser incluído nas rotas turísticas lançadas pela Setur é a Igreja da Paróquia Maria Imaculada, localizada na EQD 15/17, no Guará II. O pároco, padre Jorge Eldo Lira de Andrade, orgulha-se da arquitetura romana do prédio, bem como das obras sociais e de capacitação profissional que desenvolve há 41 anos. “A igreja é da comunidade do Guará, que tem um grande número de católicos”, aponta.

Desde o início da década de 1980, relata o padre, a comunidade do Guará acompanha e prestigia um dos mais belos templos católicos erguidos no DF. Em 1990, a com apoio da população, a paróquia ergueu uma nova igreja, com pé direito externo de 13 metros e algo semelhante na parte interna, onde despontam obras de arte religiosa, inclusive sobre católicos que foram mártires assassinados por sua fé.

“Nossas pastorais atuam em várias áreas e têm ajudado a diminuir as necessidades que muitas pessoas enfrentam, incluindo com a doação de alimentos” cita, animado com a obra social da igreja.

“Pulmões verdes”

[Olho texto=”Com a saída de 70 chacareiros do local, Parque Ecológico Ezechias Heringer, que tinha 304 hectares, passou a ter 346″ assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

Próximo ao Plano Piloto, o Guará atrai investimentos imobiliários, mas ainda conta com espaços verdes que funcionam como verdadeiros “pulmões” da área urbana, conforme salientou a superintendente da Unidade de Gestão e Conservação do Instituto Brasília, Rejane Pieratti, que acompanhou a visita da caravana da Setur ao Parque Ecológico Ezechias Heringer, mais conhecido como Parque do Guará.

A empresária Rute Pereira da Silva com a mãe, Selma: “Sempre estamos fazendo caminhadas no parque”

O santuário ecológico foi idealizado em 1960, com o objetivo de preservar as margens do Córrego do Guará, que abastece o Lago Paranoá. Seu nome é uma homenagem ao agrônomo pioneiro Ezechias Heringer, que dedicou sua vida a estudar a flora do cerrado, em especial as orquídeas.

O parque oferece natureza e lazer aos moradores. Eles têm procurado o local para praticar esportes, levar os filhos ao parque infantil ou correr na pista de caminhada, construída por meio de parcerias com a iniciativa privada. A área é uma conquista da cidade, que teve a poligonal aumentada de 304 hectares para 346 hectares, após a retirada de 70 chacareiros.

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“Sempre estamos fazendo caminhadas no parque”,  conta Rute Pereira da Silva, que costuma passear por lá ao entardecer com sua mãe, Selma. “Antes, essa área era dominada por chacareiros, e ninguém entrava”.  Microempreendedora individual que atua na área turística, Rute gostou de saber da iniciativa da Setur em impulsionar o interesse do turismo interno no Guará.

No parque, é possível ver vegetais nativos de Brasília, como o Podocarpus brasiliensis, conhecido como pinheiro-bravo, única espécie de pinheiro do cerrado local. Lá também existe um pequeno orquidário com espécies nativas.

Outra área verde que simboliza a preservação da cidade é o Parque Vivencial Denner, localizado no Polo de Modas do Guará. Foi criado pela Lei nº 739, de 28 de julho de 1994. Possui uma área de 2.735 hectares e um perímetro de 857 metros. Faz divisa com o Ezechias Heringer e com o Parque Ecológico e Vivencial Bosque dos Eucaliptos. É estruturado com pista de caminhada, parquinho e quadras esportivas. Também possui uma nascente e trecho de campo de murundu, vegetação típica do cerrado.

Um dos cuidadores voluntários é Edi Peixoto, aposentado que se dedica à preservação da área. Segundo contou, o parque foi batizado com o nome de Dener em homenagem a Dener Pamplona de Abreu (1937-1978), estilista brasileiro que foi um dos pioneiros da moda no Brasil. “Foi alusão ao Polo de Modas do Guará”, conta Edi, que tem, entre seus afazeres, o privilégio de alimentar pequenas tartarugas que habitam o lago do parque.

Celeiro de pilotos

[Olho texto=”“Esse kartódromo deve ser ponto para a realização de eventos, permitindo a geração de emprego e renda”” assinatura=”Vanessa Mendonça, secretária de Turismo” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

O Kartódromo Ayrton Senna, inaugurado em 1976, está entre os melhores do país, com curvas e retas desenhadas pelo ex-kartista Cláudio Blois Duarte há 39 anos. As corridas são disputadas em duas configurações da pista, uma no sentido horário e outra no sentido anti-horário. O local é considerado um celeiro de pilotos, como os da família de Nelson Piquet, além Felipe Nasser, Roberto Pupo Moreno, Vítor Meira, Alex e Fernando Dias Ribeiro, Felipe Guimarães e tantos outros.

“Esse espaço é importante tanto para o Guará quanto para toda Brasília, porque conseguimos reunir cerca de 250 pilotos do DF e de outros estados que utilizam a pista de 875 metros para treinar com suas equipes e os 53 boxes existentes”, explicou o presidente da Associação dos Pilotos de Kart de Brasília (Askart), Dibo Moisés. “E em eventos, como as corridas, mais de 300 pessoas estão envolvidas com esse esporte.”

A secretária de Turismo endossa: trata-se de um espaço que pode ser considerado como polo econômico local. “Esse kartódromo deve ser ponto para a realização de eventos, permitindo a geração de emprego e renda”, disse.

A comerciante Nair Teixeira, 81 anos, comanda um restaurante instalado dentro do kartódromo e contou ter servido muita gente famosa, ao longo de quatro décadas. Ela torce para que a pandemia termine logo e o Kartódromo do Guará volte ao pódio das corridas movimentadas para reaquecer a economia local.

*Com informações da Secretaria de Turismo