06/07/2021 às 17:37, atualizado em 06/07/2021 às 18:46

Aniversário do Corpo de Bombeiros com música na Rodoviária

Banda militar se apresentou em comemoração aos 165 anos da corporação. Seis mil máscaras foram distribuídas

Por Lúcio Flávio, da Agência Brasília | Edição: Mônica Pedroso

Uma ação do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) parou, literalmente, uma parte da Rodoviária do Plano Piloto, na manhã desta terça-feira (6), e não teve nada a ver com acidente, fogo ou qualquer outro tipo de emergência. Para comemorar os 165 anos da corporação, celebrados no dia 2, 21 músicos da banda de música da força de segurança fizeram uma apresentação na plataforma interior.

O repertório eclético da banda marcial animou o dia na Rodoviária do Plano | Fotos: Acácio Pinheiro/Agência Brasília

O evento foi resultado de uma parceria entre a administração do terminal, o CBMDF e contou com apoio de voluntários da Cruz Vermelha na distribuição de seis mil máscaras aos populares que circulavam pelo local. “A rodoviária é um ponto estratégico da corporação, um local que atendemos várias ocorrências, seja relacionadas às pessoas que estão transitando diariamente pelo espaço ou mesmo à população vulnerável que vive aqui, além dos turistas”, destaca o comandante-geral do CBMDF, William Bomfim. “É uma área que recebe gente de várias partes do país e pela qual a corporação nutre grande carinho”, estende.

Munidos de instrumentos de sopro e percussão, a banda do Corpo de Bombeiros encantou milhares de pessoas que circulavam de manhã pelo local ao som de clássicos do cancioneiro popular. Entre os sucessos tocados estavam “Aquarela do Brasil”, de Ary Barroso, e “Tarde em Itapuã”,  da dupla Vinicius de Moraes e Toquinho. Não poderia ficar de fora, claro, o tradicional “Parabéns pra Você”. Empolgados, os transeuntes tiravam fotos ou gravavam o momento com o celular. Quem estava no piso superior assistiu a tudo de camarote.

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“Trabalho aqui perto, passo todos os dias pela rodoviária. Bacana, de vez em quando, ser surpreendido por eventos como esse”, conta o auxiliar de manutenção, Hoclinar Soares, 37 anos, morador de Brazlândia. “Vi aquele tanto de gente de uniforme e pensei que tinha acontecido alguma coisa, mas não era nada de ruim, as pessoas que passam pela rodoviária gostam muito desse tipo de coisa, podia ter mais vezes”, sugere a diarista Telma dos Santos, 37 anos.

A atração cultural na rodoviária mexeu com a rotina até de quem trabalha há tempos no local. É o caso do microempresário, Ranisley Ferreira Carvalho, 39 anos, dono de uma loja de fotografia. “É diferente, quase não acontece esse tipo de evento na rodoviária, a gente fica animado, se sentindo reconhecido”, avalia.

Patrícia Rosa, comerciante da rodoviária, explica a importância do local:  “É o ponto marco da cidade”

Herdeira do grupo Viçosa e uma das pioneiras da cidade, Patrícia Rosa, fez questão de prestigiar o evento. Além de homenagear os bombeiros, aproveitou para reverenciar a memória dos pais, fundadores de uma das pastelarias mais tradicionais da cidade. “Esse encontro promove o reconhecimento do local onde tudo começou. A rodoviária é o ponto marco da cidade, aqui é onde a população se reúne, onde as coisas acontecem”, agradece a empresária. “Com o evento, valorizamos a comunidade brasiliense, as pessoas que utilizam esse espaço central da cidade onde os bombeiros são queridos e respeitados”, endossa o administrador da Rodoviária do Plano Piloto e da Área Central de Brasília, Josué Martins.

Concomitante à apresentação da banda, voluntários da Cruz Vermelha do DF distribuíram seis mil máscaras. Para a diretora de logística da instituição responsável pela arrecadação dos itens de seguranças, Yumi Honda, foi uma ótima oportunidade de unir forças. “A importância dessa parceria é a de somar esforços, poder proporcionar melhor atuação em prol da comunidade junto aos bombeiros, ajudar as pessoas a se cuidarem nessa pandemia”, salienta a voluntária. “Nossa missão vai além dos atendimentos de urgência, atuamos também nas medidas de prevenção no combate à pandemia”, reforça o comandante-geral do CBMDF, William Bomfim.

[Olho texto=”“É uma forma de aproximar o povo da corporação, além de uma alegria muito grande, é muito gratificante”” assinatura=”Major Aulus Carvalho, maestro” esquerda_direita_centro=”direita”]

Uniforme da princesa

Foi o imperador Dom Pedro II quem institucionalizou a criação do Corpo de Bombeiros, quando assinou, em 2 de julho de 1856, no Rio de Janeiro, o decreto de Serviço de Extinção de Incêndio, então subordinado ao Ministério da Justiça. Aliás, o primeiro uniforme da corporação foi desenhado pela esposa do rei, a princesa Tereza Cristina Maria de Bourbon. Com a vinda da capital para o Planalto Central, a corporação assegurou o direito de permanecer à Serviço da União com o nome de Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (CBMDF).

Quatro décadas depois, em 1896, seria criada, no extinto estado da Guanabara, no Rio de Janeiro, sob o comando do maestro Anacleto de Medeiros, a banda da corporação, que hoje conta com aproximadamente 30 músicos. Um dos integrantes do grupo musical da entidade militar, o subtenente Alexandre Albuquerque de Oliveira se orgulha de participar de eventos como o de hoje tocando hinos e canções populares.

“É uma forma de aproximar o povo da corporação, além de uma alegria muito grande, é muito gratificante”, diz. “É sempre bom participar de eventos como esse, estar perto da população, temos um repertório eclético e diversificado”, registra o major Aulus Carvalho, maestro da banda.