08/07/2021 às 18:32, atualizado em 08/07/2021 às 19:52

Agrofloresta melhora vida de agricultores no Descoberto e Paranoá

Famílias beneficiadas por programa do GDF aumentam a produtividade e colaboram com o ecossistema

Por Agência Brasília* | Edição: Chico Neto

[Olho texto=”“Hoje estamos plantando e comercializando nossos produtos em uma feira de orgânicos em Brasília, que já garante, em média, R$ 1,6 mil por mês” ” assinatura=”Adriana Rodrigues Barros, produtora” esquerda_direita_centro=”direita”]

O orgulho de ser agrofloresteira está na expressão de Adriana Rodrigues Barros. Ela faz parte das dezenas de famílias moradoras de áreas nas bacias do Descoberto e do Paranoá beneficiadas pelo Programa de Agroflorestas Mecanizadas /Sistema Agroflorestas (SAFs), da Secretaria do Meio Ambiente (Sema) e do projeto CITinova, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).

Depois de três anos de trabalho e de ter participado de curso no final do ano passado sobre o manejo de agrofloresta, ela e o marido, Moisés, estão sentindo a vida se transformar no Assentamento Gabriela Monteiro, em Brazlândia, a 40 quilômetros de Brasília.

Secretário do Meio Ambiente, Sarney Filho (E), visita sítio em Brazlândia onde se pratica a técnica da agrofloresta | Foto: Divulgação/Sema

O sítio de três hectares, que já conta com linhas de plantio em 1 hectare, foi visitado nesta quinta-feira (8) pelo secretário do Meio Ambiente, Sarney Filho, e técnicos do projeto. “Hoje estamos plantando e comercializando nossos produtos em uma feira de orgânicos em Brasília, que já garante, em média, R$ 1,6 mil por mês”, contou Adriana.

A consciência de estar contribuindo para a segurança hídrica do DF está presente no sítio, que tem linhas plantadas com hortaliças, árvores frutíferas, legumes e, em breve, plantas medicinais. “A terra já mudou com o plantio agroflorestal, e a água está mais abundante depois de três anos de trabalho”, apontou. “Estamos plantando água”.  Olhando ao redor de sua propriedade e mostrando grandes áreas ressecadas, Adriana lamenta que muitos assentados ainda não tenham aderido a essa forma de produção.

Técnica bem-sucedida

Coordenadora dos projetos do CITInova na Sema, Nazaré Soares citou o trabalho da área visitada como um exemplo a ser seguido. “Aqui já estão plantadas espécies de ciclo curto, como as hortaliças, ao lado de outras de ciclo longo que permitem uma atividade permanente”, explicou. Ela também enfatizou os bons resultados do programa do SAFs.

[Olho texto=”“As mudanças do clima são uma realidade, e o DF precisa se preparar para isso”” assinatura=”Sarney Filho, secretário do Meio Ambiente” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

O secretário do Meio Ambiente lembrou que o programa-piloto é modelo para outras cidades e até para outros países, com formas de manejo e utilização de maquinário especial para agrofloresta. As famílias envolvidas já participaram de cursos, um deles com a presença do especialista em agricultura sintrópica Ernest Götsch. Os agricultores receberam maquinário desenvolvido por ele para facilitar o plantio e a colheita em agroflorestas.

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Outro curso oferecido aos agricultores em maio e junho deste ano teve como objetivo  reforçar a presença feminina nos projetos da Sema/CITInova: as oficinas da série Água, gênero e pertencimento: cidadania para o uso e governança sustentável da água nas bacias hidrográficas do Descoberto e Paranoá.

“Iniciativas como essa recebem prioridade nas ações da Sema”, comentou Sarney Filho. “Em 2020, foi iniciado nos parques de Águas Claras e Riacho Fundo o Programa de Recuperação de Nascentes, que depois foi estendido às áreas rurais. As mudanças do clima são uma realidade, e o DF precisa se preparar para isso.”

*Com informações da Secretaria do Meio Ambiente