21/07/2021 às 12:16, atualizado em 21/07/2021 às 13:22

Aluno de Altas Habilidades assume vaga na UnB aos 16 anos

Com histórico escolar na rede pública do DF, jovem superdotado vai cursar matemática

Por Hédio Ferreira Júnior, da Agência Brasília I Edição: Carolina Jardon

Aos dois anos e meio de idade Vitor Andrade já distinguia as cores, identificava letras e contava os números. O interesse por bandeiras de países, capitais de Estado, astronomia e assuntos poucos usuais ao universo infantil também dominavam sua rotina. No ensino fundamental, estava sempre à frente da sua turma e assistir as aulas passou a não despertar mais interesse, já que ele sabia o que seria ensinado.

Aluno do ensino público e morador do Itapoã, Vitor descobriu um novo sentindo na escola quando passou a frequentar a sala de Altas Habilidades, programa voltado para crianças e adolescentes superdotados da Secretaria de Educação do Governo do Distrito Federal (GDF). Um suporte no contraturno escolar que levou o estudante, aos 16 anos e ainda no segundo ano do ensino médio, a ocupar uma vaga no curso de matemática da Universidade de Brasília (UnB).

A carreira estudantil do adolescente é coroada por medalhas de ouro, prata e bronze em provas de conhecimento como as olimpíadas brasileira de Matemática de Escolas Públicas, de Astronomia, de Educação Financeira e de Informática | Fotos: Paulo H Carvalho / Agência Brasília

A carreira estudantil do adolescente é coroada por medalhas de ouro, prata e bronze em provas de conhecimento como as olimpíadas brasileira de Matemática de Escolas Públicas, de Astronomia, de Educação Financeira e de Informática. Sem contar na monitoria que prestava no Gisno, escola da Asa Norte, em raciocínio lógico – ensinando, inclusive, outros colegas medalhistas em conhecimento com altas habilidades como a dele.

“Sempre fui colaborador, sempre gostei de pesquisar, entender dos assuntos, mas nunca quis aprender sozinho. Meu desejo de compartilhar conhecimento e fazer com que meus colegas também aprendam é constante”, conta Vitor, filho do meio de três irmãos de um pai professor de artes marciais e de uma mãe diarista.

O reconhecimento de que Vitor tinha não só o conhecimento, mas a maturidade para acelerar um ano escolar e assumir a vaga na universidade veio da professora da sala de Altas Habilidades Glauciete Sarmento. “O programa impulsiona o aluno superdotado a desenvolver o quão bom ele é e a se encontrar naquilo que ele é capaz. E o Vitor é um destaque num universo de grandes matemáticos”, conta ela.

“O Vitor é um inteligente nato. Ainda criança foi medalhista em karatê e interessado em aprender. Mas na sala de Altas Habilidades ele se encontrou e teve o suporte de profissionais bastante qualificados”, garante o pai (de camisa bordô à esquerda da foto), conhecido no bairro como Raimundo Furacão, 56 anos

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Por ser menor de idade e, legalmente, inapto a prestar um supletivo, Vitor precisou fazer uma bateria de provas e garantir aceleração de um ano no Cemeb da 908 Sul, onde estudou quando obteve as notas do Exame de Ensino Médio (Enem) que o levaram à aprovação da UnB.

“O Vitor é um inteligente nato. Ainda criança foi medalhista em karatê e interessado em aprender. Mas na sala de Altas Habilidades ele se encontrou e teve o suporte de profissionais bastante qualificados”, garante o pai, conhecido no bairro como Raimundo Furacão, 56 anos.

Atualmente o programa de Altas Habilidades da Secretaria de Educação atende mais de 2 mil alunos com turmas espalhada em 17 regionais de ensino do Distrito Federal.