12/09/2021 às 17:20, atualizado em 12/09/2021 às 17:54

38 espaços públicos renovados em Ceilândia

Maior cidade do Distrito Federal é escola para aprendizes do programa Renova-DF. Eles vão permanecer na cidade até dezembro

Por GIZELLA RODRIGUES, da Agência Brasília | Edição: Saulo Moreno

Os aprendizes do programa Renova-DF que atuam em Ceilândia desde junho vão permanecer na maior cidade do Distrito Federal até dezembro. Em três meses no exercício das técnicas de carpintaria, jardinagem, serralheria e construção civil, eles ajudaram na recuperação de 38 espaços públicos na cidade. Entram na lista de reformas: quadras poliesportivas, praças, parquinhos infantis, parques, pontos de encontro comunitário, entre outros, que deixam a cidade de cara nova.

Depois dos 38 espaços reformados e recuperados em Ceilândia, outros 45 vão passar por obras entre os meses de setembro e outubro | Fotos: Joel Rodrigues/Agência Brasília

[Olho texto=”“Este é o melhor programa do GDF, porque resolve de uma vez dois problemas: o desemprego e a manutenção das cidades que é muito difícil para as administrações regionais sozinhas. Não temos mão de obra, tínhamos que licitar as obras, o que demora. Esse programa caiu como uma luva”” assinatura=”Delegado Fernando Fernandes, administrador de Ceilândia” esquerda_direita_centro=”direita”]

Outros 45 espaços também vão passar por obras dentro do cronograma, entre os meses de setembro e outubro. Inicialmente, o aprendizado dos alunos do programa de capacitação profissional do Governo do Distrito Federal (GDF) em Ceilândia se encerraria em agosto. Mas emendas parlamentares de deputados distritais garantiram mais R$ 3,5 milhões para pagar a bolsa dos aprendizes até o final do ano.

“Este é o melhor programa do GDF, porque resolve de uma vez dois problemas: o desemprego e a manutenção das cidades, que é muito difícil para as administrações regionais sozinhas. Não temos mão de obra, tínhamos que licitar as obras, o que demora. Esse programa caiu como uma luva”, afirma o administrador de Ceilândia, o delegado Fernando Fernandes.

O Renova-DF é uma parceria que envolve as secretarias de Trabalho, de Governo e de Transporte e Mobilidade; as companhias Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), de Saneamento Ambiental do DF (Caesb) e Energética de Brasília (CEB), além do Serviço de Limpeza Urbana (SLU) e Departamento de Trânsito do DF (Detran-DF). A iniciativa vai percorrer todas as regiões administrativas do DF, iniciando por Ceilândia e Samambaia.

Capacitação profissional

Os aprendizes passam por um curso de três meses com 20 horas semanais. Eles assistem aulas teóricas e práticas ministradas pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) para cursos de carpinteiro, jardineiro, eletricista, encanador, serralheiro e pedreiro. Nas aulas práticas, os estudantes fazem a recuperação de espaços públicos. Enquanto isso, recebem um salário mínimo, além de seguro e vale transporte. Os participantes devem ter frequência e aproveitamento igual ou acima de 80% para receber os auxílios e o certificado de conclusão de curso.

Para o administrador Fernando Fernandes, o Renova-DF “caiu como uma luva”, pois facilita resolver os problemas das cidades com eficiência e mais rapidamente

A oportunidade atraiu até mesmo a estudante universitária Thaíza Oliveira, 26 anos, moradora da Vila Planalto. Estudante de secretariado, ela fazia estágio na área, mas está há quase um ano desempregada. “Espero que me ajude a entrar no mercado de trabalho. Aprendemos um pouco de tudo, carpintaria, marcenaria, elétrica, pintura. Nessa época de pandemia em que arrumar emprego está tão difícil, conhecimento nunca é demais. O que aprendi vou levar sempre comigo”, disse a aprendiz que atua na reforma da quadra de esportes ao lado da administração regional.

O secretário de trabalho, Thales Mendes, ressalta o papel de qualificação de mão-de-obra do programa. “O Renova-DF nasceu do aumento da procura de profissionais na área da construção civil. O programa leva qualificação 100% presencial para os alunos. Ao invés da sala de aula, eles aprendem no próprio canteiro de obras, reformando equipamentos públicos utilizados muitas vezes por eles mesmos. É o único programa do Brasil que paga bolsa para os aprendizes. Cada espaço reformado pelo Renova custa 50% a menos do valor de mercado. A cidade, a população e os estudantes ganham”, afirma.

Reforma dos espaços públicos

[Olho texto=”“Estava tudo arrebentado. Aqui tinha uma escolinha de futebol que não funciona mais. Ninguém usava mais, só tinha malandros fumando maconha”” assinatura=”Jackson Souza, líder comunitário” esquerda_direita_centro=”direita”]

Em Ceilândia, além da quadra ao lado da administração, os aprendizes atuaram na recuperação da Feira Central de Ceilândia e da área externa, que recebeu novos meios-fios e pintura, da quadra poliesportiva na QNM 13, da EQNM 19/21 e da praça, da quadra de esportes e do parquinho na EQNO 13/15, além do ginásio de esportes da expansão do Setor O, na QNO 18/19.

O líder comunitário Jackson de Souza, 48 anos, conta que o ginásio de esportes estava abandonado há quase 15 anos. Assim, os banheiros estavam vandalizados, o piso da quadra estragado, o alambrado furado. “Estava tudo arrebentado. Aqui tinha uma escolinha de futebol que não funciona mais. Ninguém usava mais, só tinha malandros fumando maconha”, lamenta.

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Agora, a bola pode voltar a rolar no local. Os aprendizes do Renova-DF arrumaram os banheiros, o piso e o alambrado. A quadra também recebeu pintura nova e bancos que não tinha antes. “Está tudo novinho. Temos quatro quadras poliesportivas na expansão e um campo de grama sintética e só essa era coberta. Todos os espaços foram renovados. A comunidade está muito feliz”, agradece.

De acordo com Fernando Fernandes, a administração mapeou 78 entrequadras de Ceilândia, muitas delas com mais de um equipamento público, que precisam ser renovados. Elas ficam no condomínio Privê, no P Norte, no P Sul, no Setor O e na expansão e na Guariroba. “Algumas entrequadras têm uma quadra, outras uma praça e um parquinho. Os aprendizes vão fazer toda a entrequadra. Acho que dezembro é um prazo razoável”, afirma.