19/11/2021 às 08:13, atualizado em 19/11/2021 às 12:11

Porão do Rock no Cine Drive-In dá ritmo ao fim de semana

Em formato híbrido, evento, que ocorre há 24 anos, será realizado sábado e domingo (20 e 21), seguindo protocolos rígidos de segurança

Por Lúcio Flávio, da Agência Brasília | Edição: Chico Neto

[Numeralha titulo_grande=”150 ” texto=”Número máximo de carros que terão acesso ao Cine Drive-In nos dois dias do festival” esquerda_direita_centro=”direita”]

Com a desenvoltura de quem foi um dos pioneiros do rock em Brasília, o guitarrista e líder da Plebe Rude, Philippe Seabra, certa vez, definiu a importância de um dos festivais de música mais longevos e relevantes nascidos na capital do país: “O Porão do Rock fincou a bandeira, consolidando de vez a cidade como a capital do rock”. Junto aos integrantes das bandas Capital Inicial, Raimundos e Legião Urbana, ele ajudou a colocar Brasília no mapa musical do Brasil.

Edição de 2001 do festival | Foto: Divulgação/Paki Rodrigues

Com 24 anos de estrada completados este ano, o Porão do Rock será realizado em formato híbrido neste fim de semana (20 e 21), no Cine Drive-In. A entrada é limitada a 150 carros por dia no local, e quem não conseguir ir presencialmente poderá assistir às atrações pelo canal do festival no YouTube.

As vagas serão sorteadas pelas redes sociais do Porão do Rock, e os vencedores terão acesso ao festival mediante doação de 1 kg de alimento não perecível. O encontro deste ano conta com o apoio do GDF, por meio das secretarias de Cultura e Economia Criativa (Secec) e de Turismo (Setur).

Por conta da pandemia, a edição de 2020 do Porão do Rock ocorreu 100% em formato virtual. Este ano, no modelo híbrido, o encontro musical também seguirá os protocolos de segurança. Todos os artistas, músicos e público em geral só vão entrar no Cine Drive-In se apresentarem comprovante do ciclo de vacinação completa ou do exame PCR com resultado obtido no máximo a 48 horas do evento.

O evento vai exigir ainda o uso de máscara. Ao lado de cada carro terá um cercado onde os ocupantes dos veículos poderão circular livremente. “As pessoas podem sair do carro, não podem sair da sua bolha”, orienta o diretor-geral do festival, Gustavo Sá. “Cada grupo de pessoas [deve ficar] dentro do seu cercadinho”.

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Programação de qualidade

Entre os destaques locais da programação deste ano estão Amaro, Consuelo e Thabata Lorena, além das bandas Jambalaia, Muntchako, Jah Live, Magnética Groove e Cabeloduro. Do Nordeste, as atrações são o trio Far From Alaska, do Rio Grande do Norte, e os cearenses do Rocca Vegas e Tributo ao Belchior. Os mineiros do Black Pantera e Pense também são presenças garantidas, assim como os paulistas do Crypta. A participação especial será o ex-titã Nando Reis.

“São vários artistas de estilos distintos”, resume Gustavo Sá. “Poucos festivais no Brasil têm essa característica de misturar um pouco de cada coisa. É um line-up [alinhamento] muito diverso, mas de muita qualidade.”

Ingresso da edição de 1998 | Foto: Divulgação

Homenagem na rota do rock

“O Porão do Rock é um dos mais importantes festivais de música jovem do país e atrai muitos visitantes para Brasília”, reforça a secretária de Turismo, Vanessa Mendonça. “Já são 24 anos desde a primeira edição, promovendo e fortalecendo a cena cultural e turística do DF”. A Setur homenageou o evento com as placas simbólicas do projeto Brasília Capital do Rock.

Uma dessas sinalizações está localizada na quadra 207 Norte, onde a ideia do festival germinou e se desdobrou como o projeto Porão do Rock. Era ali que, em meados dos anos 1990, bandas de todo o DF se esbarravam para gravar em um dos estúdios ou salas de ensaios da área comercial.

Outra placa está na Concha Acústica, cenário das duas primeiras edições do festival. “Esse projeto é muito legal e relevante, porque faz um resgate importante da história cultural de Brasília que refletiu no Brasil inteiro”, lembra Gustavo Sá. Desde que foi criado, o Porão do Rock já foi visto por mais de 1,2 milhão de pessoas, reunindo 843 bandas – 453 delas do Distrito Federal –, além de 40 atrações internacionais.

“Nunca pensamos que o Porão fosse virar o que virou”, lembra Gustavo. “Logo na segunda edição, encheu a Concha [Acústica] de não caber gente. Tanto que no terceiro evento tivemos que mudar para o estacionamento do estádio Mané Garrincha.”