16/12/2021 às 18:12, atualizado em 17/12/2021 às 13:53

Paranoá ganha primeiro parquinho adaptado da capital

Totalmente aberto e sem qualquer empecilho, espaço permite acesso de crianças com deficiência, inclusive cadeirantes, aos brinquedos

Por Marlene Gomes, da Agência Brasília | Edição: Chico Neto

O Distrito Federal ganhou o primeiro parque infantil adaptado para crianças com deficiência. O novo espaço fica no Paranoá, na Praça da Bíblia, em frente ao Conselho Tutelar. Possui diversos recursos de acessibilidade que permitem a pais, crianças e cadeirantes transitarem livremente. O investimento na obra foi de R$ 89.500 mil, recursos originários do tesouro direto.

Estrutura diferenciada permite que o público se divirta em segurança | Foto: Lúcio Bernardo Jr/Agência Brasília

O parquinho tem características diferenciadas. É totalmente aberto, sem grades, portões ou qualquer empecilho que dificulte a entrada. Não existe areia – o piso é emborrachado e foi colocado sem rejuntes ou emendas, para evitar tropeços e quedas, além de permitir a livre circulação de cadeirantes.

O piso monolítico suporta uma grande carga. Com isso, adultos e adolescentes podem acompanhar as crianças, inclusive subir em determinados brinquedos, sem causar danos ao revestimento ou à estrutura.

[Olho texto=”“A meta é que todos os nossos projetos priorizem a inclusão das pessoas com deficiência” ” assinatura=”Sérgio Damaceno, administrador do Paranoá” esquerda_direita_centro=”direita”]

Os brinquedos têm opções para que as crianças com deficiência possam se divertir com segurança. Os equipamentos seguem um formato que atende diferentes públicos. “Por esse conceito, todos podem usufruir livremente dos espaços”, resumiu o diretor de Licenciamento da Administração Regional do Paranoá, Lucas Oliveira.

Com estrutura mais larga, os brinquedos são fáceis de acessar e permitem a instalação de um cadeirante. Também possuem travas, permitindo, assim, que as crianças e pessoas com deficiência possam se divertir com segurança.

Acessibilidade e inclusão

O administrador do Paranoá, Sérgio Damaceno, não tem dúvidas que, com a inauguração do parquinho, a cidade passa a um novo patamar de concepção do espaço e de mobiliários urbanos, oferecendo mais dignidade para a população.

“O Paranoá é uma cidade que respeita a acessibilidade e as diferenças”, disse. “A meta é que todos os nossos projetos priorizem a inclusão das pessoas com deficiência. Só vamos licitar obras que privilegiem a acessibilidade.”

Diogo Santos, cadeirante, gostou do parquinho: “Foi uma experiência única, e eu me diverti muito, porque os brinquedos me acomodaram bem” | Foto: Acervo pessoal

Aos 21 anos, Diogo Santos Franco voltou a ser criança. O rapaz, que passou toda a vida vendo a meninada se divertir do outro lado de alambrados ou cercas de arame, finalmente conseguiu transitar livremente entre os brinquedos, mesmo na cadeira de rodas. Melhor ainda: Diogo testou os equipamentos – e aprovou.

“Foi a primeira vez que eu pude brincar com segurança”, relatou. “Foi uma experiência única, e eu me diverti muito, porque os brinquedos me acomodaram bem. Outra coisa que achei bem legal é que o espaço é aberto e os pais ou os acompanhantes podem ficar perto dos filhos.”

A mãe de Diogo, Adriana Santos Franco, ficou emocionada ao testemunhar a alegria do filho: “Sempre digo que em cima de uma cadeira de rodas tem um ser que pensa e um coração que pulsa. Então, esse ser humano tem que ter as mesmas experiências das outras pessoas que não são cadeirantes”.

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População aprova

Correndo de um lado para o outro a fim de experimentar todos os equipamentos, Sofia Vitória Souza Silva, 6 anos, era a perfeita tradução da felicidade. A menina estava no grupo de 15 alunos da Escola Classe nº 3 do Paranoá que foi à inauguração do parquinho. “Vou pedir para a minha mãe me trazer de novo aqui”, contou. “Gostei de passar no túnel da casinha e depois escorregar”.

Moradora do Boqueirão, Bruna Tiola foi conferir, com a filha Luana, 5 anos, o novo parquinho, e também aprovou: “É um espaço muito agradável e, como não tem grades, agrega as crianças e os seus pais. Todos também podem interagir, o que é muito bom para a socialização na comunidade”.