03/01/2022 às 10:32, atualizado em 03/01/2022 às 13:44

Mais de 50 mil novos seguidores prestigiam redes do governo

Em 2021, a principal mídia social desta gestão, o Instagram, registrou número superior a 160 mil usuários

Por Adriana Izel, da Agência Brasília I Edição: Carolina Jardon

O período de pandemia da covid-19 mexeu com todas as estruturas da sociedade, e não foi diferente no mundo da comunicação. Para as redes sociais governamentais,  foi um fator crucial de mudança. Os usuários passaram a utilizar os perfis oficiais para buscar informações verídicas e oficiais em meio à desinformação e às fake news disseminadas durante a crise sanitária do coronavírus.

[Olho texto=”“Por meio dessa comunicação, o governo pode oferecer a informação pública a partir de dados abertos como um guia para prestação de serviços. Esse pilar é fundamental para que possa se aproximar da sociedade”” assinatura=”Marlise Viegas Brenol, pesquisadora e professora voluntária da UnB” esquerda_direita_centro=”direita”]

Presente nas principais mídias sociais – Instagram, Twitter e Facebook –, o Governo do Distrito Federal (GDF) sentiu esse crescimento do consumo em relação às publicações, o que resultou em novos seguidores. “No contexto de pandemia, as pessoas começaram a pesquisar mais para tentar entender o que estava acontecendo e se manter informadas e atualizadas. Elas procuraram muito mais as redes sociais do governo em busca de fatos e dados. Queriam ver a quantidade de internados, se a taxa de contágio estava alta, e nós respondemos essa demanda investindo em conteúdos informativos”, explica o secretário de Comunicação, Weligton Moraes.

A principal rede do GDF, o Instagram, conquistou mais de 50 mil novos usuários em 2021. Atualmente, o perfil conta com mais de 160 mil seguidores. A estratégia no último ano foi produzir posts com informações atualizadas e úteis para a população do Distrito Federal, apresentando a prestação de serviços com uma linguagem mais leve e que segue as tendências virais de cada mídia social.

Presente nas principais mídias sociais – Instagram, Twitter e Facebook -, o GDF percebeu, na pandemia, o crescimento do consumo em relação às publicações, o que resultou em novos seguidores

Uma das novidades foi o trabalho em campanhas de conscientização dos usuários sobre temas importantes, como queimadas, câncer de pele e vacinação. Também foram criadas temáticas como Canteiro de Obras, dedicada a compartilhar as entregas do governo, e Gente do DF, em que são compartilhadas histórias de pessoas da cidade impactadas pelos programas sociais do governo.

“Unimos o dia a dia, que é um pouco mais jornalístico, a campanhas de conscientização, que comunicam melhor, contando histórias e fatos. Tivemos uma média de 15 campanhas esse ano. Com a inserção, o número de publicações diárias subiu de três para cinco”, revela o secretário.

Pesquisadora e doutora em comunicação e informação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a  professora voluntária da Universidade de Brasília (UnB) Marlise Viegas Brenol lembra que as redes sociais servem para o governo cumprir um dos papéis essenciais de informar o cidadão.

“A gente vive hoje um cenário em que estamos totalmente imersos no ambiente de internet, conectividade e interatividade. Essas características dão espaço para políticas públicas de governo digital e aberto. Por meio dessa comunicação, o governo pode oferecer a informação pública a partir de dados abertos como um guia para prestação de serviços. Esse pilar é fundamental para que possa se aproximar da sociedade. O governo tem esse papel de bem informar o cidadão; e, para isso, precisa buscar todos os canais possíveis”, avalia.

Um milhão de pessoas

Há publicações nas páginas oficiais que alcançam até 1 milhão de contas – um terço da população do DF. “Isso é muito bom, porque é necessário que a comunicação nesse canal chegue até a população. Ter uma boa rede social do governo é importante pela visibilidade que tem”, acrescenta o secretário de Comunicação.

Com o objetivo de chegar a mais pessoas, o governo passou a impulsionar com patrocínio alguns conteúdos. Marlise Brenol explica que essa estratégia é usada pelos governos para atingir um público específico de contribuintes. “Os governos estão percebendo que a adesão do público-alvo não é boa e utilizam o impulsionamento para que possam direcionar aquele conteúdo, fazendo uma comunicação dirigida”, define.

Vídeos e interação

[Numeralha titulo_grande=”70 mil ” texto=”Número de visualizações do vídeo “Vacinação contra a covid-19”, publicado em julho de 2021″ esquerda_direita_centro=”esquerda”]

Tendência em meio à pandemia, os vídeos passaram a ter mais importância para os algoritmos das redes sociais. Os perfis do GDF já investiam no formato, mas, com as mudanças, como a chegada do Reels ao Instagram, houve uma preocupação em trabalhar de forma ainda mais potencializada.

O governo investiu em vídeos com linguagem mais humana e explicativa e com a presença de apresentadores, a exemplo do Flash GDF e do Saúde em dia. Um dos sucessos em vídeo foi o GDF Responde publicado em julho, com o tema “Vacinação contra a covid-19”, que teve 70 mil visualizações. “Eram dúvidas que as pessoas estavam tendo sobre a vacina, então fez muito sucesso. Também começamos a investir em conteúdos sobre o que elas comentavam nas redes. Foi uma união perfeita”, completa Weligton Moraes.

Uma outra característica das redes sociais do Governo do DF é a interação com o público. As mídias permitem a abertura de um canal direto de diálogo com a população. Os seguidores participam enviando questionamentos, dúvidas e reclamações sobre assuntos de governo, como benefícios sociais e vacinação. Em média, mil demandas de usuários são respondidas por semana nos perfis do GDF, totalizando, aproximadamente 4 mil pessoas por mês.

Há publicações nas páginas oficiais que alcançam até 1 milhão de contas, um terço da população do DF

Estabelecer diálogo e interação com o público é considerado essencial pela pesquisadora Marlise Brenol. “O gerenciamento de comunidades é muito eficiente para criar um senso de pertencimento [do usuário]”, pontua. “Quanto mais os governos se dedicarem a criar esse hábito de conversar, dialogar e responder, mais as pessoas vão gostar e recomendar [a página] para outras. Elas se sentem acolhidas e bem informadas”.

Em 2022, a meta é investir em novos formatos e novas ideias. “Teremos um ano um pouco complicado, que é um ano de eleição, em que teremos que seguir algumas regras, mas a essência da rede social do governo não vai mudar. Pelo contrário: vamos continuar a levar informação de qualidade para a população”, defende o secretário de Comunicação.

Concentração de informação

Os perfis oficiais do GDF também têm o papel de agregar as informações espalhadas pelas secretarias de Estado. Ações, programas e projetos de todas as áreas do governo são divulgados em publicações das redes sociais, potencializando esses serviços.

“As redes sociais são hoje canais essenciais para falar com todos os segmentos da sociedade. Nesse sentido, a Secom [Secretaria de Comunicação] tem sido uma parceira permanente na divulgação das ações ambientais, informando sobre os projetos e as principais ações da Sema. Exemplos disso são as campanhas anuais mostrando os cuidados para evitar incêndios florestais no período da seca e, mais recentemente, as ações de educação ambiental, que ensinam a importância da separação correta dos resíduos para destinação adequada”, comenta o secretário de Meio Ambiente, José Sarney Filho.

Percepção semelhante é a da secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, que lida com muitas ações voltadas diretamente ao benefício da população. “Esses números tão positivos demonstram a importância do perfil oficial na aproximação, relacionamento e prestação de serviços aos cidadãos. Além de aumentar o alcance da informação, as redes sociais do GDF mostram para a população que somos um governo só. Como resultado, conseguem mostrar que as ações realizadas na Sejus são todas projetos do governo para o cidadão do DF”, diz.

GDF nas redes sociais