19/01/2022 às 19:58, atualizado em 19/01/2022 às 20:01

Ocupação irregular é retirada no Refúgio de Vida Silvestre Gatumé

Em cumprimento a determinação judicial, cercas e demarcações ilegais foram removidas em área de preservação ambiental, em Samambaia Norte

Por Hédio Ferreira Júnior, da Agência Brasília | Edição: Saulo Moreno

A desocupação do Morro do Sabão começou com a retirada de um cercado de arame e ripas de madeiras em uma das entradas do parque. Também foram removidas em uma área mais abaixo do terreno, novas cercas e paredes de alvenaria que estavam sendo erguidas em dois lotes | Fotos: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília

A água é improvisada. A energia elétrica, puxada por “gatos”. E ali, em meio a uma tentativa de invasão ancorada pela grilagem, demarcações ilegais de terra foram feitas em uma área de preservação ambiental do Parque Ecológico Gatumé, em Samambaia Norte. Na manhã desta quarta-feira (19), o Governo do Distrito Federal (GDF), por meio de uma ação integrada capitaneada pelo Instituto Brasília Ambiental, promoveu a retirada da ocupação irregular no chamado Morro do Sabão.

[Olho texto=”“Apoiamos os órgãos ambientais na operação desta quarta-feira (19) com o objetivo de inibir novas ocupações, sendo dirigidas a marcações recentes e desabitadas”” assinatura=” Cristiano Mangueira, secretário de Proteção da Ordem Urbanística (DF Legal)” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

Em setembro de 2021, a Vara do Meio Ambiente, Desenvolvimento Urbano e Fundiário do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) determinou que a ocupação irregular fosse completamente retirada do Refúgio de Vida Silvestre Gatumé. A ação inclui a realocação da população removida – o que o GDF estuda fazer pela Companhia de Desenvolvimento e Habitação (Codhab) -, a implantação da unidade ambiental e a recuperação, pela Novacap, das áreas degradadas.

“Apoiamos os órgãos ambientais na operação desta quarta-feira (19) com o objetivo de inibir novas ocupações, sendo dirigidas a marcações recentes e desabitadas”, informa o secretário de Proteção da Ordem Urbanística (DF Legal), Cristiano Mangueira.

O suporte operacional, com maquinários e mão de obra, ficou a cargo da pasta. A segurança foi garantida pelo grupamento da Polícia Militar do DF, com nove viaturas e 27 policiais. Participaram ainda o Corpo de Bombeiros e a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes). “Junto com os bombeiros militares, damos o suporte de segurança das equipes de remoção no caso de uma eventual desordem ser deflagrada”, afirma o comandante da operação pela PM, capitão Leonardo Paiva.

De acordo com Davi Ferreira, superintendente de Fiscalização, Auditoria e Monitoramento do Brasília Ambiental, a ocupação irregular da unidade de conservação pode causar danos não só ao meio ambiente, mas a toda população

O trabalho começou por volta das 10h com a retirada de um cercado de arame e ripas de madeiras em uma das entradas do parque. Não havia a presença de invasores no local. Em uma área mais abaixo do terreno, novas cercas e paredes de alvenaria que estavam sendo erguidas em dois lotes também foram removidas. Nenhuma ocupação habitada foi mexida.

A área tem aproximadamente 150 hectares de mata nativa, com flora e fauna típicas do Cerrado. Estima-se que cerca de três deles tenham sido invadidos, o que já é suficiente para comprometer a natureza com a futura impermeabilização do solo, devastação e contaminação dos lençóis freáticos.

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Davi Ferreira é superintendente de Fiscalização, Auditoria e Monitoramento do Brasília Ambiental e explica os danos que uma ocupação irregular pode causar, não só ao meio ambiente, mas a toda população. Isso porque a área é rica em nascentes, com flora e fauna variada. “Trata-se de uma unidade de conservação de uso sustentável que permite fomentar a educação ambiental e a pesquisa, além de resguardar esses ecossistemas naturais que aqui existem.”