06/02/2022 às 12:05, atualizado em 08/02/2022 às 16:20

Capital cultiva 31,8 mil toneladas de frutas por ano

O Distrito Federal tem se destacado na produção de goiaba, morango e, mais recentemente, de uva

Por Ian Ferraz, da Agência Brasília I Edição: Débora Cronemberger

[Olho texto=”O Banco de Brasília (BRB) tem colaborado com a oferta de linhas de crédito específicas e que atingiram R$ 1 bilhão nos últimos três anos” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”]

Morango, goiaba, uva, abacate, maracujá… Estas são apenas algumas das centenas de frutas produzidas no Distrito Federal. Cultivo que tem se expandido e comprova que o Cerrado dá frutos, sim, e dos mais diversos. Anualmente, são cerca de 31,8 mil toneladas de frutas plantadas em uma área de 1,2 mil hectares e colhidas por 600 produtores locais.

No DF, o carro-chefe é a goiaba, com produção superior a oito mil toneladas. Essa produção está concentrada em Brazlândia, de onde saem 98% das frutas. O morango, que também tem sua força de colheita em Brazlândia, tem uma safra de 4,7 mil toneladas.

Boa parte da comercialização da produção local é, inclusive, maior do que a de outros estados. Na Centrais de Abastecimento do Distrito Federal (Ceasa-DF), por exemplo, a goiaba, com 78%; o morango, com 75%; e o abacate, com 62%; são frutas que o DF detém maior fatia de vendas em relação ao que vem de fora. Vale destacar que, na classificação agronômica, o morango é considerado uma hortaliça, porém, por ser popularmente conhecido como fruta, recebe essa classificação.

A fruta mais produzida no DF é a goiaba; 98% da produção dessa fruta está concentrada em Brazlândia | Fotos: Divulgação/Emater-DF

“A fruticultura no DF é uma vitória de todos os produtores. Temos essa grande produção de goiaba, morango e, mais recente, de uva. É uma cidade que consome toda a sua produção. O GDF tem ajudado com assistência técnica, com mudas, com aquisição desses produtos pelo Cesta Verde e outros programas”, afirma o secretário de Agricultura, Cândido Teles.

[Olho texto=”“A fruticultura no DF é uma vitória de todos os produtores. O GDF tem ajudado com assistência técnica, com mudas, com aquisição destes produtos pelo Cesta Verde e outros programas”, diz o secretário de Agricultura, Cândido Teles” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

As áreas de produção do DF são pequenas, o que torna difícil a competição em volume de produção com grandes centros de cultivo, como São Paulo, Bahia e Pernambuco. Mesmo assim, os agricultores da capital investem em tecnologia para retirar a máxima produtividade por área e para entregar produtos de melhor qualidade no mercado. Do total da área de cultivo de frutas, 82% são de produção irrigada e a média de produtividade no DF, de frutas como maracujá, uva, goiaba e morango, é maior que a média do Brasil.

“Apesar de o DF ser um território pequeno, temos aqui mais de 100 espécies diferentes. Boa parte da população não conhece a riqueza que é produzida aqui no nosso mínimo espaço. Há bastante tempo se produz soja, milho e diversos tipos de frutas, como banana, maracujá, cítricas – limão e tangerina – e inúmeras espécies de hortaliças”, reforça o secretário executivo da Secretaria de Agricultura, Luciano Mendes.

Amor pela terra levou ao plantio de uva

Um exemplo dessa riqueza produzida no DF e citada por Luciano Mendes está na Fazenda Califórnia, localizada próximo à zona rural de Sobradinho. O local tem se destacado na produção de uvas. Proprietário da fazenda, José Alberto Bardawil conta que a paixão pelo plantio e cultivo da uva nasceu no âmbito familiar.

A ascendência libanesa e a proximidade com a Itália e com italianos incentivaram José Alberto a aprofundar no tema e descobrir que o DF tem um bom solo para o plantio de uva. E, mais do que isso, tem rendido – literalmente – bons frutos.

[Olho texto=”“A atuação do BRB em relação ao crédito rural reforça nosso papel de agente de desenvolvimento econômico do DF e região”, comenta o presidente do Banco de Brasília, Paulo Henrique Costa” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”]

“Conseguimos fazer até duas colheitas por ano. Tem épocas que precisamos de reforço, o trabalho tem que ser pontual e chegamos a duplicar o número de funcionários. Decidimos pular essa safra para fazermos algumas correções, acreditamos que no meio do ano iremos ter mais um recorde de colheita. Tem muito espaço para quem quer produzir no DF”, afirma.

Bardawil conta que utilizou recursos próprios para abrir o próprio negócio, mas que o apoio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do DF (Emater-DF) nos últimos dois anos tem sido importante para o desenvolvimento da safra. “A Emater-DF vem se desenvolvendo e aprendendo neste campo junto conosco, pois este mercado é novo para todos nós”, reforça.

Apoio aos produtores

Seja com treinamentos ou com cartas de crédito, o GDF tem apoiado a produção rural no DF. O Banco de Brasília (BRB) tem colaborado com a oferta de linhas de crédito específicas e que atingiram R$ 1 bilhão nos últimos três anos. Valores que foram ofertados em diversas frentes, como custeio agrícola, antecipação de insumos, financiamento de custeio de produção, compra de equipamentos, entre outros.

“A atuação do BRB em relação ao crédito rural reforça nosso papel de agente de desenvolvimento econômico do DF e região”, afirma o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa. “Ofertando condições exclusivas para produtores de todos os portes, temos atendido esse público com a excelência e o carinho que uma das cadeias produtivas mais importantes do país merece. Nossa intenção é garantir que o BRB assuma cada vez mais esse protagonismo, nos consolidando como referência, também, nesse setor”, acrescenta.

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Pela Emater-DF, o incentivo ocorre com cursos e oficinas, além de amparar os produtores nas feiras rurais espalhadas pelo DF. “É uma cadeia extremamente importante para o DF”, afirma a explica a diretora executiva da empresa, Loiselene Trindade.

“A fruticultura não demanda áreas grandes de produção, como os exemplos da uva e da pitaya, e também temos condições climáticas favoráveis. A Emater-DF trabalha nessa cadeia desde a produção até a comercialização. Atuamos indicando as melhores espécies e qualidade da produção e colheita, além das boas práticas agrícolas”, ela conta.

Arte: Agência Brasília