16/02/2022 às 15:49, atualizado em 17/02/2022 às 08:40

De lixão a bosque, uma transformação ‘cinematográfica’

Área de transbordo irregular no Polo de Cinema, em Sobradinho, é fechada para receber cerca de mil mudas de espécies nativas do cerrado

Por Flávio Botelho, da Agência Brasília | Edição: Rosualdo Rodrigues

“Onde estiver, seja lá como for/ Tenha fé, porque até no lixão nasce flor”. Os versos da música Vida Loka, Pt. 1, do grupo Racionais MC’s, servem para ilustrar a transformação do que era a antiga área de transbordo irregular de lixo e entulho no Polo de Cinema de Sobradinho, localizada no cruzamento das rodovias DF-215 e DF-326.

No terreno onde antes havia restos de construção e todo tipo de lixo vai florescer um novo bosque de espécies típicas do cerrado | Fotos: Tony Oliveira/Agência Brasília

Nesta quarta-feira (16), membros da Administração Regional de Sobradinho, do GDF Presente, moradores e ambientalistas da região iniciaram o plantio de 200 mudas de árvores, das cerca de 1.000 que estão previstas para ocupar toda a área, de aproximadamente 15 mil m². As plantas foram doadas pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap).

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Um novo bosque de espécies típicas do cerrado, como ipê-amarelo, jacarandá-mimoso e aroeira, vai florescer no local antes preenchido por móveis usados, restos de construção, lixo doméstico e até animais mortos, o que gerava um grave impacto ambiental e sanitário. De acordo com o Polo Norte do GDF Presente, cerca de 5,3 mil toneladas de entulho foram recolhidas na última limpeza feita no local antes da chegada das mudas.

“Foram quase 20 anos nessa luta, e finalmente chegou uma solução. O trabalho de conscientização ambiental vai continuar, e com mais força, porque a comunidade está unida e agora temos o GDF junto com a gente. Esse governo mostrou que está presente, está aqui nos auxiliando, viu o problema e trouxe a solução”, comemora o morador da região Dario Coelho Viana.

Além do plantio das mudas, está sendo finalizado o cercamento de toda a área com manilhas cheias de terra. Na verdade, a cerca vai servir como obstáculo para a passagem de carroças, carros e caminhões, que fizeram o despejo irregular de lixo e entulho durante os últimos anos. O antigo lixão também se transformava em criadouro do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya.

Membros da administração regional, do GDF Presente, moradores e ambientalistas da região participaram do plantio de mudas, doadas pela Novacap

Uma das entidades da sociedade civil que esteve ajudando no plantio das mudas foi a SOS Ribeirão Sobradinho, que há mais de 10 anos atua pela preservação de cursos d’água e do meio ambiente na região. “O lixo era retirado em um dia, no outro já estava lá. Fazer o cercamento e o bosque é ajudar a erradicar isso de uma vez, e nossa perspectiva também é deixar um legado”, ressalta o presidente da associação, Raimundo Pereira Barbosa.

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O administrador regional de Sobradinho, Abílio Castro, cita uma outra estratégia que vai ajudar na conscientização e na preservação do meio ambiente: “Juntamente com o SLU, estamos trabalhando para implementar em breve dois papa-entulhos e também pontos de recolhimento de lixo na cidade. Isso vai facilitar o trabalho com a comunidade, para que não se faça o descarte irregular”.

De lixão a bosque, uma transformação “cinematográfica”