23/02/2022 às 14:53, atualizado em 23/02/2022 às 20:09

Máscaras especiais garantem comunicação em sala de aula

Professores poderão se expressar melhor e se fazer entender por estudantes com deficiência auditiva que usam a leitura labial para se comunicar

Por Lívio di Araújo, da Agência Brasília* | Edição: Rosualdo Rodrigues

Professores e intérpretes de Libras receberam, na manhã desta quarta-feira (23), máscaras especiais que serão usadas em salas de aula para o ensino de estudantes com deficiência auditiva da rede pública, além de frascos de álcool gel. Os cerca de 500 educadores envolvidos nesse processo de ensino especial serão contemplados.

A entrega do material – oriunda de doações de dezenas de empresas privadas da capital – foi feita pelo Comitê Todos Contra o Covid, que é coordenado pelo vice-governador Paco Britto.

As máscaras têm a frente transparente, facilitando a leitura labial por quem depende disso para a comunicação | Foto: Maria Clara Horvath/Sedes-DF

Atualmente, são mais de 700 estudantes com deficiência auditiva que estudam nas escolas públicas do Distrito Federal, segundo dados da Secretaria de Educação (SEE). Porém, de acordo com a representante da Gerência de Deficiência Auditiva da Diretoria de Educação Inclusiva da pasta, Talita Vaz de Lima, o ensino só se torna eficaz quando a comunicação é eficaz.

[Olho texto=”“A expressão facial faz parte da estrutura gramatical da língua de sinais. Se a face não for percebida, muita coisa se perde na comunicação”, pondera o coordenador intermediário do Ensino Especial do Plano Piloto, Marcos de Brito” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”]

“Temos muitos estudantes que não fazem uso da linguagem de sinais Libras e usam a leitura labial como recurso para se comunicar. Mesmo para quem usa Libras, a expressão vem junto e faz toda a diferença”, explicou Talita. “Com as máscaras especiais, temos a certeza que os alunos vão entender, efetivamente, o que os professores estão passando.”

As máscaras não são descartáveis e podem ser reutilizadas. São confeccionadas em tecido e, na parte da frente, possuem um plástico transparente que dá visibilidade à boca de quem está usando.

“A expressão facial faz parte da estrutura gramatical da língua de sinais. Se a face não for percebida, muita coisa se perde na comunicação. A boca funciona dentro da estrutura da comunicação na língua de sinais”, pondera o coordenador intermediário do Ensino Especial da Regional de Ensino do Plano Piloto, Marcos de Brito.

Assim, as máscaras com a frente transparente, além de facilitarem a leitura labial por quem depende disso para a comunicação, são extremamente importantes não apenas para deficientes auditivos, mas também para autistas severos, por exemplo.

[Olho texto=”As máscaras serão distribuídas pela Secretaria de Educação às 14 regionais de ensino do DF e entregues a cada professor que trabalha com estudantes com deficiência auditiva” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

“As primeiras doações dessas máscaras especiais foram feitas para esse público, inclusive. Agora conseguimos, graças à sensibilidade das empresas que doam materiais e recursos ao comitê, estender para professores e intérpretes de Libras”, explicou o vice-governador Paco Britto.

Paco lembrou, ainda, que as doações feitas ao comitê, desde o início da pandemia da covid-19, garantiram ao DF a distribuição de mais de 3 milhões de máscaras e 1 milhão de frascos de álcool gel, além da construção, sem uso de recurso público, de dois hospitais acoplados: um em Ceilândia e outro em Samambaia, garantindo quase 200 leitos totalmente equipados para atender vítimas da doença.

“As pessoas se solidarizaram e queriam contribuir, de alguma forma, para atenuar as dores da pandemia”, completou a esposa de Paco, Ana Paula Hoff, também presente na doação de máscaras aos professores nesta manhã.

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As máscaras serão distribuídas, agora, pela Secretaria de Educação às 14 regionais de ensino do DF e entregues a cada professor que trabalha, diretamente, com estudantes com deficiência auditiva.