28/02/2022 às 10:12, atualizado em 28/02/2022 às 10:38

Mercado bom para peixe no Distrito Federal

Com o consumo de 45 mil toneladas por ano no DF e produção muito aquém da demanda, governo incentiva aumento da criação local com acompanhamento técnico

Por Rafael Secunho, da Agência Brasília | Edição: Claudio Fernandes

O Distrito Federal é, atualmente, um dos maiores consumidores de pescado do país, com cerca de 45 mil toneladas ingeridas por ano pelos brasilienses, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Todavia, nossa produção ainda está muito aquém. Apenas 15% desse total – ou pouco mais de 6 mil toneladas – têm origem na capital e no Entorno, calcula a Emater-DF.  Mais de 80% do que é comercializado aqui vêm de fora.

Apenas 15% do total de pescado consumido no DF – ou pouco mais de 6 mil toneladas – têm origem na capital e no Entorno, calcula a Emater-DF | Foto: Paulo H. Carvalho/ Agência Brasília

A piscicultura, no entanto, é uma atividade que tem campo para crescer no DF e se tornar uma boa opção ao pequeno e médio produtor. A criação de peixes, como tilápia e tambaqui – desde a aquisição dos alevinos à capacitação para se tornar um criador e à assistência técnica – é oferecida pelo governo. Ademais, essa estrutura está sendo aumentada agora por meio do projeto Alevinar, da Secretaria de Agricultura (Seagri).

Segundo o coordenador do programa de aquicultura da Emater, Adalmyr Borges, com um investimento de cerca de R$ 20 mil é possível começar a produzir peixes. E a opção por esta atividade foi o que despertou o produtor rural Ademir Gomes, 55 anos. Insatisfeito com o plantio e a comercialização da mandioca, ele partiu para a piscicultura há seis anos. Produz hoje uma média de 10 toneladas de tilápia por ano em oito tanques construídos em sua chácara, na área rural de Ceilândia.

[Olho texto=”“Fiz vários cursos e, hoje, tudo que preciso o governo me dá o suporte aqui. Outro dia, tive um problema com a mortalidade dos peixes e um técnico esteve aqui para me orientar”” assinatura=” – Ademir Gomes, 55 anos, produtor rural” esquerda_direita_centro=”direita”]

“Comercializo para pequenos mercados, açougues e outras propriedades aqui de Ceilândia. Graças a Deus, o negócio vai bem”, explica Ademir. Há alguns anos, ele procurou a secretaria e a Emater para investir na nova empreitada. “Fiz vários cursos e, hoje, tudo que preciso o governo me dá o suporte aqui. Outro dia, tive um problema com a mortalidade dos peixes e um técnico esteve aqui para me orientar”, revela.

Incentivo à produção

A Granja Modelo Ipês, criada pela Seagri e localizada no Park Way, produz alevinos (peixe recém-saído do ovo) e distribui a criadores cadastrados. São em média 500 mil alevinos por ano, e a próxima produção será no fim de 2022. Já os escritórios da Emater visitam a propriedade dos interessados e oferecem cursos de 40 horas para profissionalização do produtor.

[Olho texto=”“Hoje estamos investindo num ciclo completo. Capacitar os interessados, fornecer assistência especializada, orientações sobre como comercializar a produção. E também de como é feito acesso ao crédito rural” ” assinatura=” – Ângelo Costa, gerente de Tecnologia Agropecuária Secretaria de Agricultura ” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

“Hoje estamos investindo num ciclo completo. Capacitar os interessados, fornecer assistência especializada, orientações sobre como comercializar a produção. E também de como é feito acesso ao crédito rural”, explica o gerente de Tecnologia Agropecuária da secretaria, Ângelo Costa. “Já treinamos muitos criadores, demos assistência, mas faltava acompanhar mais de perto a produção. Notamos que muitos não queriam sair da informalidade”, acrescenta Adalmyr Borges.

O técnico da Seagri também explica que o GDF projeta chamamentos públicos para que os piscicultores possam ter acesso a insumos e a tecnologias para auxiliar a produção. A compra de ração em larga escala e equipamentos para melhorar a qualidade da água são alguns exemplos.

“Mas, antes, os produtores precisam se organizar em cooperativas ou associações para participar. Está faltando o setor se estruturar melhor e vamos incentivá-los a isso”, garante Ângelo. São cerca de 580 piscicultores em atuação no DF.

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Como se capacitar e investir

Entre as linhas de financiamento rural disponíveis na capital e que também atendem a quem quer criar o pescado, está o Fundo de Desenvolvimento Rural (FDR), que oferece empréstimos até R$ 200 mil. E também o Prospera, oferecido pela Secretaria de Trabalho (Setrab). Aos produtores, é possível procurar a Seagri pelo  email getec@seagri.df.gov.br ou pelo telefone 3380.3112. Ou se cadastrar junto a um dos 14 escritórios da Emater espalhados pelo DF.

Mercado bom para peixe no Distrito Federal