28/04/2022 às 16:41, atualizado em 28/04/2022 às 18:53

Idosos participam de sarau no Centro de Convivência de Brazlândia

Com base no livro “Meu pé de laranja lima”, grupo gerenciado pela Sedes desenvolveu trabalhos manuais e artísticos durante três meses. Evento literário marcou encerramento das atividades

Por Agência Brasília* | Edição: Saulo Moreno

Promover o acesso à leitura e, ao mesmo tempo, estimular a criatividade, a interação social e a expressão artística. Esse foi o objetivo de um trabalho desenvolvido durante três meses pelo Centro de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (Cecon) Brazlândia com um grupo intergeracional que frequenta a unidade, composto por cerca de 60 pessoas, a maioria delas idosas. A unidade é gerenciada pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes).

Os idosos atendidos pelo Centro de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (Cecon) Brazlândia participaram de atividades a partir do livro “Meu pé de laranja lima” | Fotos: Divulgação / Sedes-DF

Juntos, eles leram cada capítulo do livro “Meu pé de laranja lima”, de José Mauro de Vasconcellos, e foram incentivados a usar a imaginação e explorar as diversas possibilidades artísticas do livro por meio de trabalhos manuais e bate-papos.

“A cada semana era entregue um capítulo impresso para os usuários aqui na unidade e nós apresentávamos uma proposta de atividade com base no capítulo da semana”, explica Meirislane Lino, uma das educadoras sociais responsáveis pelo acompanhamento do grupo. “Depois de receberem a atividade, nós nos reuníamos com eles uma vez por semana para falar do capítulo e preparar para a semana seguinte”

As reuniões semanais ocorriam de forma on-line. Como muitos idosos que frequentam a unidade estão em processo de letramento, as educadoras gravaram os capítulos do livro em áudio.

“Para promover a acessibilidade daquelas pessoas que têm dificuldade de leitura, decidimos oferecer também um audiobook. Fizemos a narração dos capítulos, acompanhada com sonoplastia, para que ficasse bem interativo, como uma radionovela. Eles gostaram bastante e o resultado foi muito bom”, complementa a educadora social Danielle Nunes.

Ana Aparecida de Jesus (66) teve vários trabalhos expostos no sarau literário e disse que estava voltando a ser criança: “Voltei a colorir do jeito que eu fazia antes, quando eu estudava. Para mim, foi muito gratificante. Eu achei que estava muito esquecida com essa pandemia, porque fiquei parada muito tempo dentro de casa, e o livro me fez voltar ao passado e viver de novo”

Meirislane e Danielle Nunes foram as profissionais responsáveis pela condução do percurso Clube do Livro 1ª edição “da leitura do mundo para o mundo da leitura”. Nesta semana, a equipe preparou um sarau literário para marcar o encerramento da atividade, com a exposição de todos os trabalhos realizados ao longo desses três meses.

“Eu estava voltando a ser criança de novo, o livro falava como se fosse eu mesma. Voltei a colorir do jeito que eu fazia antes, quando eu estudava. Para mim, foi muito gratificante. Eu achei que estava muito esquecida com essa pandemia, porque fiquei parada muito tempo dentro de casa, e o livro me fez voltar ao passado e viver de novo”, relata Ana Aparecida de Jesus, de 66 anos.

Ana Aparecida de Jesus frequenta o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (Cecon) em Brazlândia há 15 anos. Ela teve vários dos seus trabalhos expostos no sarau literário, ocorrido na última terça-feira (26).

[Olho texto=”“É de suma importância que as atividades e ações desenvolvidas criem situações desafiadoras, que tragam reflexões, que possam contribuir para a construção e reconstrução das histórias das pessoas atendidas e vivências individuais e coletivas, na família e no território”” assinatura=”Clayton Andreoni, diretor de Convivência e Fortalecimento de Vínculos da Sedes” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

“Aqui em Brasília, eu só tenho meus filhos e tinha meu marido, que morreu há seis anos. Eu participava de tudo aqui no Centro de Convivência, o forró era o que eu mais vinha. Quando parou tudo, eu senti muita falta. Comecei a vir aqui quanto tinha 50 anos, sempre fui muito bem recebida”, enfatiza.

Segundo o diretor de Convivência e Fortalecimento de Vínculos da Sedes, Clayton Andreoni, as equipes são orientadas a pensar em atividades criativas dentro dos objetivos do serviço de convivência, que é a prevenção de situações de risco social e o fortalecimento dos vínculos.

“Os percursos devem ser desenvolvidos por meio de estratégias criativas, prazerosas e estimulantes para que sejam realmente exitosos e alcancem os resultados esperados. É de suma importância que as atividades e ações desenvolvidas criem situações desafiadoras, que tragam reflexões, que possam contribuir para a construção e reconstrução das histórias das pessoas atendidas e vivências individuais e coletivas, na família e no território”, reitera.

Cecon Brazlândia

O Cecon Brazlandia, assim como todas as unidades socioassistenciais, faz avaliações mensais para avaliar o retorno presencial das atividades. Até o momento, os atendimentos na unidade seguem em formato remoto para garantir a segurança dos usuários em razão da pandemia da covid-19.

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“Nós temos muitas pessoas idosas atendidas aqui na unidade, tivemos algumas intercorrências, e só voltaremos totalmente às atividades presenciais com esse grupo intergeracional quando for o melhor momento, para garantir a segurança deles. Por isso, todas as atividades tem sido realizadas de forma remota, com acompanhamento pelo WhatsApp e reuniões on-line”, explica o chefe do Cecon Brazlândia Central, Marcelo Gonçalves.

A unidade atende, atualmente, 149 pessoas, sendo 101 do grupo intergeracional, que é o público com idades entre 30 e 59 anos e idosos de 60 anos ou mais. O Cecon Brazlandia também atende adolescentes de 15 a 17 anos de idade.

“O retorno presencial dos Centros de Convivência e Fortalecimento de Vínculos está sendo realizado de forma gradual e planejada, levando em consideração as peculiaridades locais, porque nossa equipe tem essa preocupação, de que todos estejam seguros nessa retomada dos trabalhos pós-pandemia. Todo o nosso planejamento é nesse sentido: evitar filas e aglomeração nas unidades, garantir segurança e atendimento e dar dignidade a todos os usuários que frequentam as nossas unidades socioassistenciais”, finaliza a secretária de Desenvolvimento Social, Mayara Noronha Rocha.

*Com informações da Sedes-DF