29/04/2022 às 19:06, atualizado em 29/04/2022 às 20:27

Sociedade civil manifesta apoio ao Comitê Brasília Recicla

Primeira reunião aberta a esse público contou com empresários do setor, sindicatos, associações, conselhos comunitários e cidadãos sem vínculos com organizações

Por Agência Brasília* | Edição: Rosualdo Rodrigues

O Comitê Brasília Recicla, realizou nesta sexta-feira (29) a primeira reunião aberta à sociedade civil para apresentar suas ações, ouvir as demandas da comunidade e buscar contribuições nas ações de educação ambiental e comunicação em prol das práticas de reciclagem. O encontro foi em formato híbrido, com participação presencial no auditório da Adasa e pela plataforma Microsoft Teams.

[Olho texto=”Entre as reivindicações apresentadas, a maioria foi no sentido de realização de campanhas publicitárias de massa sobre a coleta seletiva, maior rigor na fiscalização e punição daqueles que não cumprem as regras” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”]

A reunião contou com público diversificado, desde empresários do setor, sindicatos, associações, conselhos comunitários e cidadãos sem vínculos com organizações. Todos manifestaram apoio ao projeto. Entre as reivindicações apresentadas, a maioria foi no sentido de realização de campanhas publicitárias de massa sobre a coleta seletiva, maior rigor na fiscalização e punição daqueles que não cumprem as regras.

O coordenador adjunto da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES-DF), Pedro Alves Duarte, afirmou que a entidade está disponível para contribuir com o comitê. Ele elogiou a inclusão da sociedade civil e ressaltou que coleta seletiva sem mobilização e sem educação ambiental não se efetiva. “Sem um trabalho estruturado e o mais amplo possível, não vamos avançar tanto quanto gostaríamos”, observou.

O representante da Diretoria de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Federação das Indústrias do DF (Fibra), Antonio Carlos Navarro, manifestou o interesse da entidade em participar do comitê e defendeu a ampliação da geração do volume de recicláveis, como forma de atrair indústrias de reciclagem para o DF.

[Olho texto=”“O DF, em 2020, recuperou um total de 18.199 toneladas de resíduos domiciliares, e, saltou para 35.735 toneladas em 2021. Um aumento de 97% dos indicadores de reciclagem de resíduos domiciliares”” assinatura=”Sarney Filho, secretário de Meio Ambiente” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

Metas

Presentes na abertura do evento, o secretário do Meio Ambiente, Sarney Filho anunciou o crescimento das metas previstas do Plano Distrital de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, o PDGIRS, e a celebração de novos contratos com cooperativas de catadores para o sistema de coleta seletiva inclusiva.

“O DF, em 2020, recuperou um total de 18.199 toneladas de resíduos domiciliares e saltou para 35.735 toneladas em 2021. Um aumento de 97% dos indicadores de reciclagem de resíduos domiciliares no DF. O governo, por meio do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), celebrará 21 novos contratos de coleta seletiva inclusiva, visando atender 23 regiões administrativas, com um investimento que supera 17 milhões de reais”, informou.

Ele destacou, ainda, que a estratégia do GDF é priorizar a contratação para a coleta seletiva de cooperativas de catadores que possuem índice de aproveitamento de 87% do material coletado.

Objetivos

O Comitê Brasília Recicla foi criado em 2020 no âmbito do GDF para promover a educação ambiental e ampliar a comunicação em prol das práticas de coleta seletiva e reciclagem de resíduos sólidos.

[Olho texto=”“De nada adianta o governo prestar um serviço de coleta seletiva, coleta convencional, contratar cooperativas, construir instalações para que esses catadores trabalhem com dignidade, se a população não acreditar e não se envolver”” assinatura=”Maria Fernanda Teixeira, gerente de Implementação da Política de Resíduos da Sema” esquerda_direita_centro=”direita”]

“Precisamos fazer a revolução, pois quando se fala dos serviços prestados na gestão de resíduos poucos estão sabendo e muitos desacreditando que eles funcionam. A gente só vai conseguir provocar essa mudança de mentalidade com o envolvimento no processo. Por isso o comitê está abrindo a participação para a sociedade civil”, afirmou a gerente de Implementação da Política de Resíduos da Sema, Maria Fernanda Teixeira.

Ela ressaltou que, sem a sociedade cumprindo seu papel, as mudanças ficam comprometidas. “O serviço de gestão de resíduos depende 90% da participação da população. De nada adianta o governo prestar um serviço de coleta seletiva, coleta convencional, contratar cooperativas, construir instalações para que esses catadores trabalhem com dignidade, se a população não acreditar e não se envolver. Precisamos sair desse círculo vicioso e queremos a ajuda das pessoas para isso”, afirmou.

Ela pediu a participação das universidades, escolas, sindicatos e associações, comércio, organizações de catadores de materiais recicláveis e de todos que se sintam aptos a contribuir com a redução da geração de resíduos para que receba tratamento adequado.

Sociedade civil

Elisa Lima, do Conselho Comunitário do Sudoeste, pediu mais fiscalização nos contêineres do comércio local, alertou sobre o vandalismo nos papa-lixo pelos catadores de rua e se colocou à disposição para divulgação do trabalho junto as escolas, igrejas e no comércio.

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Moradora do Lago Sul, Célia Sancler também participou da reunião. “Vim conferir o que estão fazendo e aprender mais para aplicar em casa. Sempre tive o cuidado com o descarte dos resíduos domésticos. Todo mundo precisa aprender que lixo seco é diferente de orgânico e é preciso separar e dar o destino certo”, defendeu.

Para Heloisa Prates Doyle, da Associação dos Moradores da QI 17 e da SMDB 1, 2 e 3 do Lago Sul, o que falta é uma campanha de educação de massa similar à realizada para o uso da faixa de pedestre. “Tem que ter uma campanha que seja realmente forte, mostrando tratamento do lixo é realmente importante”, defendeu.

O diretor comercial da Novo Rio Ambiental, Maurício Gomes, elogiou a iniciativa do comitê para o sucesso da destinação adequada dos resíduos. “Como empresários, temos a responsabilidade de passar nosso conhecimento para contribuir com esse projeto.”

O Comitê Brasília Recicla é composto por representantes da Sema, Secretarias de Comunicação, Educação, DF Legal e da Agricultura. E também Emater, SLU, Adasa e Instituto Brasília Ambiental.

*Com informações da Secretaria de Meio Ambiente do DF