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05/05/2022 às 19:16, atualizado em 06/05/2022 às 10:25
Abertura da mostra ‘A Bagagem do Viajante’ marca o Dia Mundial da Língua Portuguesa e o centenário do escritor José Saramago. Painéis podem ser visitados em sete estações até 31/7
Foi um grande encontro de homenagem à Língua Portuguesa, idioma com 265 milhões de falantes no mundo. Nesta quinta-feira (5), na Estação Galeria do Metrô-DF, autoridades, artistas, estudantes e representantes diplomáticos se encontraram para exaltar o quinto idioma mais difundido do mundo e seu escritor mais ilustre, José Saramago.
Por volta das 10h30, na Estação Galeria dos Estados, houve a abertura da exposição A Bagagem do Viajante, inspirada em livro de crônicas de mesmo título de Saramago, que marca o centenário do único Nobel de Literatura de língua portuguesa.
Na Estação Galeria, fica o painel de abertura da exposição, o maior deles, com 3,97 m de largura e 1,96 m de altura, o maior de todos, que retrata Saramago com diversas personalidades da cultura e da arte brasileira, como Jorge Amado, Chico Buarque e Oscar Niemeyer, entre outros artistas e personalidades.
[Olho texto=”A exposição fica em cartaz até 31 de julho e tem painéis nas estações Galeria, Cine Brasília (106 Sul), Shopping, Águas Claras, Praça do Relógio, Ceilândia Centro, Samambaia Sul” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
A mostra é uma iniciativa da Embaixada de Portugal no Brasil e do Camões – Centro Cultural Português em Brasília, que teve parceria do Metrô-DF, por meio do Escritório de Assuntos Internacionais do Governo do Distrito Federal (EAI-GDF), da Secretaria de Educação e da Unesco.
Os painéis executados pelo coletivo Borderlovers, sob a curadoria do artista Pedro Amaral, retratam os encontros entre Saramago e artistas brasileiros, também amigos e escritores portugueses, além de leitores.
A exposição fica em cartaz até 31 de julho e tem painéis nas estações Galeria, Cine Brasília (106 Sul), Shopping, Águas Claras, Praça do Relógio, Ceilândia Centro, Samambaia Sul. As obras originais ficarão expostas na Embaixada de Portugal também até 31 de julho.
Inauguração exaltou a Língua Portuguesa
A abertura contou com a participação do presidente do Metrô-DF, Handerson Cabral, que recepcionou as autoridades do GDF; os embaixadores de Portugal, Luís Faro Ramos, e de Angola, Florêncio Almeida; da Unesco, além dos responsáveis pelas celebrações que marcam o centenário de Saramago, como a jornalista Pilar Del Río, presidente da Fundação Saramago e viúva do escritor.
Handerson Cabral, recebeu os presentes com um breve discurso de acolhida. “É uma honra muito grande fazer parte deste evento tão especial para a nossa cultura e contribuir para disseminar a literatura de Saramago, tão importante para a língua portuguesa. Sintam-se todos abraçados”, disse.
[Olho texto=”Queremos atravessar o tempo da maneira mais humana possível. E para isso necessitamos políticas honestas, direitos humanos preservados, participação cívica ativa”.” assinatura=”Pilar del Río, presidente da Fundação José Saramago” esquerda_direita_centro=”direita”]
Também agradeceu aos representantes diplomáticos pela oportunidade de a companhia fazer parte desse momento histórico e ao EAI-GDF pelo contato com as embaixadas, que têm viabilizado diversas exposições e eventos culturais, transformando o Metrô-DF num canal de acesso à cultura para toda a população do Distrito Federal.
A chefe do EAI-GDF, Renata Zuquim, destacou o reconhecimento da relevância global da língua portuguesa, seu aspecto mutável e tão variável. Afirmou que Saramago “eternizou no papel suas concepções sobre a essência da vida e da experiência humana”. “Para o GDF, é um privilégio receber essa exposição, que não só celebra a ilustre obra do mestre português, mas homenageia a produção cultural lusófona”, disse Renata.
“Uma língua construtora de paz e harmonia”
A presidente da Fundação Saramago, Pilar Del Río, agradeceu a todos os presentes, aos leitores, aos escritores de língua portuguesa do passado e do presente. E fez um importante e breve discurso simbólico, mostrando os valores que escoram a Fundação Saramago: “Queremos atravessar o tempo da maneira mais humana possível. E para isso necessitamos políticas honestas, direitos humanos preservados, participação cívica ativa”.
Disse ainda que necessitamos da cultura para saber que existimos, para entender os conceitos que importam, como “pátria, trabalho, respeito, encontro, pluralidade, igualdade, liberdade”, entre outros.
Fez uma exaltação ao Português: “Um futuro que nos anima a seguir encontrando-nos é o português, língua que amamos, forte, sonora, construtora de paz e entendimento, harmoniosa em poesia e melodias, fonte de humanidade”.
[Olho texto=”“A exposição fala-nos de um escritor em viagem constante. E convida-nos a aceitar um desafio: sermos seus companheiros de viagem”” assinatura=”Carlos Reis, comissário do centenário de Saramago” esquerda_direita_centro=”direita”]
Encontro com os estudantes
Na abertura da exposição, falaram ainda a diretora do Setor Cultural da Unesco no Brasil, Isabel de Freitas Paula, que valorizou o idioma como um instrumento de mais tolerância entre os povos, e o presidente da Assembleia Legislativa de Portugal, Augusto Santos Silva. Ele destacou o aspecto vivo e a diversidade do idioma, presente em tantos países, que acrescentam intervenções e novos sentidos.
Augusto anunciou ainda a doação do painel da Estação Galeria para o Metrô-DF, para que ele fique permanentemente exposto. “Que seja o início de uma travessia para que todos que transitamos no Metrô-DF de Brasília também carreguemos Saramago em nossa bagagem”, disse.
Para o comissário do centenário de Saramago, Carlos Reis, a “Língua Portuguesa e a literatura devem estar no espaço público, ao alcance de todos os que falam e que leem”.
Após a cerimônia, todos embarcaram no trem do Metrô-DF, ao som do saxofone do músico Robson Machado, com destino à Estação 106 Sul – Cine Brasília. Lá, em frente ao painel de exposição, professor e alunos do Centro do Ensino Médio da Escola Industrial de Taguatinga (Cemeit) fizeram uma homenagem ao escritor.
Painéis em exposição
Na Estação Galeria, várias personalidades, como Pilar del Río ou Valter Hugo Mãe, estão a bordo da passarela, que seguirá viagem até o Cine Brasília (106 Sul). Aí estarão artistas que desempenharam papéis de relevo em adaptações cinematográficas de obras de Saramago, como Alice Braga, em Ensaio Sobre a Cegueira, e Chico Díaz, em O Ano da Morte de Ricardo Reis.
Em seguida, o viajante passará pela estação Shopping, onde encontrará personagens do romance Memorial do Convento. Já em Águas Claras estarão os escritores portugueses e brasileiros “herdeiros de Saramago”: Afonso Reis Cabral, Andrea del Fuego, Gonçalo M. Tavares, Valter Hugo Mãe, Ondjaki, entre outros.
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A Praça do Relógio é o local de encontro com Lucio Costa e Oscar Niemeyer. Seguindo viagem, em Ceilândia Centro, Saramago reúne-se com Jorge Amado e com a Bahia. O percurso termina em Samambaia Sul, ocasião do encontro com Sebastião Salgado e Chico Buarque.
Com apresentação e seleção de textos por Carlos Reis, A Bagagem do Viajante reúne ilustrações da autoria de Pedro Amaral, Nathalie Afonso, Carlos Farinha e Mathieu Sodore, do coletivo português Borderlovers. “A exposição fala-nos de um escritor em viagem constante. E convida-nos a aceitar um desafio: sermos seus companheiros de viagem”, sintetiza Carlos Reis.
*Com informações do Metrô-DF