02/06/2022 às 19:10, atualizado em 02/06/2022 às 19:35

Rota do Artesanato reúne 90 expositores no Anexo do Buriti até sexta (3)

Evento é promovido pela Secretaria de Turismo, com participação de artesãos e manualistas selecionados por edital público. Mostra ocorre das 9h às 17h

Por Catarina Loiola, da Agência Brasília | Edição; Rosualdo Rodrigues

Bolsas, toucas e cachecóis de tricô, tapetes de fuxico, bonecas de pano, doces caseiros… A lista de itens artesanais expostos na segunda edição da Rota do Artesanato é extensa e diversificada. Nesta sexta-feira (3), 60 artesãos e 30 manualistas, selecionados por edital público, mostram seus trabalhos no Anexo do Palácio do Buriti, das 9h às 17h. São dois dias de evento – o primeiro foi nesta quinta-feira (2).

Uma extensa e diversificada lista de itens artesanais está em exposição na segunda edição da Rota do Artesanato, no Palácio do Buriti | Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília

A exposição é promovida pela Secretaria de Turismo (Setur) e será realizada uma vez por mês, até dezembro. Até o final da programação, mais de 700 trabalhadores serão beneficiados com divulgação e espaço para comercialização de produtos.

[Olho texto=”“A criação da Rota do Artesanato contribui com a retomada financeira dessa categoria, gerando emprego e renda. Esse é nosso compromisso com os artesãos e manualistas da capital, seguindo a gestão defendida pelo governador Ibaneis Rocha”” assinatura=”William Almeida, secretário de Turismo” esquerda_direita_centro=”direita”]

De acordo com o secretário de Turismo, William Almeida, a proposta da exposição é justamente oferecer recursos para incluir os artesãos na cadeia produtiva. “A criação da Rota do Artesanato contribui com a retomada financeira dessa categoria, gerando emprego e renda. Esse é o nosso compromisso com os artesãos e manualistas da capital, seguindo a gestão defendida pelo governador Ibaneis Rocha”, completa.

A mestre artesã e coordenadora do Programa de Artesanato da Setur, Roze Mendes, explica que a feira será realizada sempre no início do mês para ajudar o faturamento dos produtores. “Estamos vindo de uma pandemia em que o artesão ficou sem espaço, sem o contato com o público”, afirma.

Ela acrescenta que a data “foi escolhida a dedo porque é quando cai o pagamento”. A mestre artesão esclarece ainda que “são produtos diferenciados, com muito valor agregado à identidade local de Brasília, e que vão fazer a diferença na casa de quem compra”.

A artesã Luzineide da Silva começou no ramo quando a necessidade financeira bateu na porta

Artesã desde criança, Lucineide Ferreira, 54 anos, acredita que iniciativas como a da Setur são essenciais para a visibilidade dos produtores. “Antigamente, não tínhamos espaço para vender em Brasília. Hoje, temos um local que nos conecta com pessoas interessadas nos nossos produtos, que gostam de cultura, querem entender a história por trás”, alega Lucineide, que produz bolsas, luvas e toucas em crochê há mais de dez anos.

“Às vezes, as pessoas gostam do que veem mas não compram porque estão sem dinheiro no momento, porque querem com cores ou tamanho diferentes. É como uma vitrine. Temos a oportunidade de personalizar o produto para a pessoa, conforme o que ela realmente deseja, e vender. Isso é bom demais”, completa a artesã.

Ediná Valeriano, 50 anos, fabrica bonecos em papel machê e faz coro às palavras de Lucineide. “A Setur está realmente trazendo um novo horizonte para o artesanato. É uma nova visão de empreendedorismo, de valorização do trabalho. Estamos chegando a outros lugares, de maior visibilidade, de maior aceitação do público em relação ao produto”, diz.

Depois de aposentada, Adeilce Rodrigues passou a vender as peças de tricô e crochê que faz

Agulhas, laços e fitas

É comum que a prática do artesanato passe entre gerações, como uma troca de conhecimento e afeto, mas que também pode servir de trabalho. É o caso da artesã Luzineide da Silva, 45 anos, que começou no ramo quando a necessidade financeira bateu na porta.

Em 2020, com a chegada da pandemia do novo coronavírus, ela e os três filhos tiveram que buscar novas formas de obter renda e, para Luzineide, a solução foi o artesanato. “Sempre fui muito curiosa para aprender as coisas. Hoje faço laços e tiaras de fita ou de tecido, fuxico, de tudo um pouco que envolve tecido”, revela.

Já Adeilce Rodrigues, 56 anos, aprendeu a tricotar e a fazer crochê quando criança, mas, conforme foi crescendo, parou de praticar devido à falta de tempo. Tudo mudou quando ela se aposentou do funcionalismo público, há três anos, e passou a ter tempo livre de sobra. Atualmente, se dedica integralmente ao ramo e, por dia, consegue produzir três bolsas de crochê de dimensões pequenas ou duas de tamanho mediano.

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“Estava muito parada, então minha família gostou. Agora não paro mais. Se deixar, passo o dia todo tricotando, fazendo crochê. É bom pra cabeça, porque você esquece da vida. Nem sinto que tô trabalhando, acredita?”, brinca Adeilce. A Rota do Artesanato foi a primeira experiência de exposição ao público para ela e Luzineide.

Próximos eventos

Artesãos interessados em participar das próximas edições da Rota do Artesanato devem estar com a Carteira Nacional do Artesão válida. A Setur admite inscrições de manualistas pré-cadastrados no site da pasta, por meio do formulário contido na aba “Cadastramento de Manualistas”.

*Com informações da Secretaria de Turismo do DF