04/06/2022 às 09:22

DF tem o menor número de homicídios desde 2000

De janeiro a maio deste ano, balanço da Segurança Pública registra queda de 54,4% em latrocínios e de 13,3% nos feminicídios no comparativo com o mesmo período de 2021

Por Agência Brasília* | Edição: Chico Neto

Balanço divulgado recentemente pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) mostra que a redução dos crimes violentos letais intencionais (CVLIs) e dos homicídios vem se mantendo desde o início deste ano, no comparativo com 2021, quando o Distrito Federal atingiu o menor índice de homicídios dos últimos 45 anos.

[Numeralha titulo_grande=”18,8% ” texto=”Índice de queda dos crimes violentos letais intencionais (CVLIs) apurado no comparativo dos cinco primeiros meses deste ano com o mesmo período de 2021″ esquerda_direita_centro=”direita”]

Desde o início desta gestão do GDF, contribuem para essa redução consecutiva da criminalidade o conjunto de políticas adotadas com ações regionalizadas e integradas no âmbito do programa DF Mais Seguro, o aperfeiçoamento dos processos de gestão e o uso da tecnologia.

Nos primeiros cinco meses de 2022, o número de vítimas de CVLIs – que englobam homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte – foi de 121 casos, o menor em 23 anos. Em relação ao ano passado, a redução desses crimes foi de 18,8%, de 149 para 121. Isso significa que 28 vidas foram preservadas no período.

Com a intensificação dos programas de proteção, casos de violência contra a mulher apresentaram redução de 50% nos cinco primeiros meses deste ano, no comparativo com 2021 | Foto: Divulgação/SSP

No caso dos homicídios, foi registrado o mesmo recorte temporal, com 111 casos, a menor marca desde 2000. Comparando com o mesmo período do ano passado, houve redução de 20,1% nos homicídios, de 139 para 111 vítimas.

Em maio deste ano, foram registrados 29 CVLIs e 27 homicídios no DF – mesmos de maio do ano passado. Ainda com relação aos primeiros cinco meses deste ano, houve oito casos de latrocínio, um a menos que no mesmo período do ano passado. Também foram registradas reduções nas tentativas de homicídio, de 250 para 219 (-12,4%); de latrocínio, que caiu de 88 para 41 (-53,4%), e de feminicídio, de 30 para 26 casos (- 13,3%).

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“Nossa estratégia para que os crimes violentos contra a vida continuem em queda é continuar avançando no aperfeiçoamento dos processos de gestão, com ações cada vez mais integradas e regionalizadas, com uso da inteligência e tecnologia”, afirma o secretário de Segurança Pública, Júlio Danilo. “Temos ainda iniciativas voltadas ao enfrentamento das desordens, como perturbação do sossego e outras que impactam, direta ou indiretamente, a sensação de segurança e a qualidade de vida da população.”

Destaque nacional

O Distrito Federal ganhou destaque no cenário nacional na redução dos CVLIs em 2021. De acordo com levantamento do Monitor da Violência, instrumento de aferição elaborado por meio de parceria do portal G1 com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e a Universidade de São Paulo (USP), o DF registrou queda de 20,5% nos CVLIs ano passado, com 325 casos. Em 2020, foram registrados 409 crimes. Essa redução foi a terceira maior no país, atrás apenas do Acre e de Sergipe, com 38% e 26,1%, respectivamente.

Por três anos consecutivos, desde 2019, segundo o Monitor da Violência, as polícias Militar e Civil do DF foram as menos letais do país, mostrando o alto nível técnico e profissional dos profissionais de segurança pública locais.

Proteção da mulher

[Olho texto=”“Implementamos, ano passado, uma tecnologia inovadora – um dispositivo que monitora, simultaneamente, vítima e agressor” ” assinatura=”Júlio Danilo, secretário de Segurança Pública” esquerda_direita_centro=”direita”]

Nos primeiros cinco meses deste ano, foram registrados no Distrito Federal seis casos de feminicídio, 50% a menos que no mesmo período de 2021, que marcou 12. É o menor número de casos desde 2017, quando foram registrados cinco casos.

O enfrentamento a esse tipo de crime é prioridade para o Governo do Distrito Federal, que, por meio da SSP, lançou, em março do ano passado, o programa Mulher Mais Segura, reunindo uma série de iniciativas voltadas à violência de gênero. Desde 2019 houve ampliação dos canais de denúncia desses crimes por meio da Delegacia Eletrônica, do Maria da Penha Online, da inauguração de nova Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam 2) e da campanha Meta a Colher, entre outras iniciativas.

“Nosso trabalho é para que não haja nenhum crime dessa natureza no DF”, aponta o secretário de Segurança Pública. “Por isso temos trabalhado, inovado e integrado ações voltadas a essa temática. Temos uma câmara técnica voltada exclusivamente para a produção de estudos e informações qualificadas para nortear nossas políticas. Implementamos, ano passado, uma tecnologia inovadora – um dispositivo que monitora, simultaneamente, vítima e agressor, estabelecendo uma distância segura entre eles, impedindo que o agressor se aproxime, e alertando a vítima da aproximação dele.”

Crimes contra o patrimônio

Quatro dos seis crimes contra o patrimônio (CCPs), monitorados de forma prioritária pela SSP, marcaram queda em maio e nos primeiros cinco meses de 2022. O roubo em residência obteve a maior redução no acumulado do ano – 29,8% –, sinalizando queda de 171 para 120 ocorrências em todo o DF. No roubo em comércio houve 28,9% de redução, de 440 para 313. Os roubos de veículo e a transeunte marcaram queda de 24% e 2,9%, respectivamente. Os furtos em veículo e os roubos em transporte coletivo tiveram aumento de 25,6% e 34,2% no período.

Com o retorno das aulas presenciais, após o período de restrição da pandemia, o trabalho das forças de segurança precisou se adaptar para conter o retorno de algumas práticas criminosas. A SSP desenvolve ações específicas para o enfrentamento de cada crime, como o roubo em transporte coletivo. Um grupo de trabalho já identificou os dias, horários e locais em que os casos são mais recorrentes. As polícias Civil e Militar seguem atuando na identificação e prisão de possíveis grupos ou criminosos reincidentes nesses crimes.

*Com informações da Secretaria de Segurança Pública