01/07/2022 às 09:52, atualizado em 01/07/2022 às 14:55

Avançam obras de drenagem na Estrada Setor Policial Militar

Com extensão de 8,5 mil metros lineares, sistema de escoamento de água pluvial terá galerias, tunnel liner e bacia de detenção; investimento nesta etapa é de R$ 47,9 milhões

Por Catarina Loiola, da Agência Brasília | Edição: Saulo Moreno

O tunnel liner permite que os trabalhos de escavação para a montagem da estrutura subterrânea sejam feitos sem ter que interromper o trânsito de veículos e pedestres na superfície | Fotos: Renato Araújo / Agência Brasília

As obras de reformulação do sistema viário na Estrada Setor Policial Militar (ESPM) estão em pleno andamento. Atualmente, está sendo feito o sistema de drenagem do trecho, que terá extensão de 8.569 metros lineares e, até junho deste ano, atingiu 25% de execução. A etapa reúne a escavação dos túneis de concreto, galerias, tunnel liner (rede de drenagem em método não destrutivo) e bacia de detenção, com investimentos de R$ 47,9 milhões.

De acordo com a Secretaria de Obras e Infraestrutura, o escoamento começa na Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), na Quadra 3 do Setor Policial, e termina na Vila Brasília. “A parte de drenagem precisa ser feita primeiro, para depois fazermos o pavimento em concreto rígido e de asfalto”, explica o engenheiro Vilmar Azevedo, responsável pela fiscalização da obra.

[Olho texto=”“Nós montamos as galerias como se fossem peças de lego. Lançamos uma por uma no local certo com um guindaste e, depois, reaterramos”” assinatura=”Gustavo Rabelo, gerente de contrato do consórcio G5″ esquerda_direita_centro=”esquerda”]

O gerente do contrato do consórcio G5, que executa a segunda etapa da obra da ESPM, Gustavo Rabelo, explica que o escoamento começa pelas bocas de lobo e bueiros, que captam a água das chuvas. Em seguida, o contingente líquido passa por tubulações de concreto, galerias e tunnel liners, até chegar na bacia de detenção.

“À medida que se tem quantidade maior de água para colher, aumenta-se o diâmetro dos tubos de concreto. Mas, chega um ponto que não dá mais pra fazer isso, e aí entram as outras estruturas de drenagem. Nesse caso, as galerias e o tunnel liner, ambos com maior capacidade de escoamento”, enumera Rabelo.

Ponto a ponto

O tunnel liner é uma estrutura usada em locais em que não pode haver destruição da via, ou seja, enquanto o trabalho subterrâneo acontece, o movimento de veículos e pedestres segue intacto. A técnica atravessa o Terminal da Asa Sul, Eixão Sul e Avenida das Nações.

O gerente Gustavo Rabelo, do consórcio G5, detalha as etapas da obra e diz que os trabalhos vão impedir enchentes e alagamentos no período mais crítico de chuvas

Para a execução do trabalho, é aberto um ponto de apoio no terreno, chamado tecnicamente de poço de visita, em uma área em que pode haver destruição. Os operários descem pelo poço e seguem escavando manualmente, com varetas e pás, à medida em que também instalam anéis metálicos.

“Não tem como entrar nenhum equipamento pelo poço, então é um avanço que pode parecer lento, mas não é. Ao longo de uma semana, a gente escava em torno de 10 metros de comprimento. Em dois meses, temos um tunnel liner de quase 70 metros”, afirma. Depois de montada a estrutura metálica, é aplicado um revestimento de concreto em toda a superfície.

Também estão sendo construídas galerias, estruturas pré-moldadas com cinco dimensões distintas, a depender da localização. “Quanto mais próxima à bacia de detenção, maior o diâmetro da galeria”, explica Rabelo. A maior peça tem dimensão de 3,40 m X 3,40 m, com um metro de comprimento e pesa 7,5 toneladas.

“Nós montamos as galerias como se fossem peças de lego. Lançamos uma por uma no local certo com um guindaste e, depois, reaterramos”, indica o gerente do contrato, informando ainda que as galerias chegam ao canteiro de quatro em quatro peças, todos os dias.

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Depois de passar por todo o sistema, a água pluvial tem um único destino: a bacia de detenção. A estrutura tem 12 metros de profundidade e 357 mil metros cúbicos. “A função dela é a retenção da água, mas, diferentemente de lagoas, por exemplo, ela não permanece ali. Na verdade, passa por dissipadores de energia e segue para o Lago Paranoá”, completa Rabelo.

A bacia terá acesso restrito e será toda protegida por alambrados, para evitar acidentes. “É um trabalho todo ramificado que vai impedir enchentes e alagamentos no período mais crítico de chuvas”, finaliza o gerente.