04/10/2022 às 13:29, atualizado em 06/10/2022 às 11:46

Apresentações de música instrumental encantam alunos de escolas públicas

Com patrocínio do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), grupo De Vento em Popa faz apresentações na rede pública com o objetivo de democratizar a música brasileira

Por Adriana Izel, da Agência Brasília I Edição: Débora Cronemberger

Brasília, 16 de agosto de 2022 – O grupo brasiliense De Vento em Popa iniciou, neste mês, o projeto Ventos Brasilienses. Com patrocínio do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec), a iniciativa consiste em seis apresentações musicais em três escolas da rede pública de ensino, sendo duas em cada. Os eventos são gratuitos e livres para todos os públicos.

O projeto do grupo De Vento em Popa teve uma plateia, em Planaltina, formada principalmente por pessoas com deficiência | Fotos: Joel Rodrigues/Agência Brasília

O objetivo da iniciativa é democratizar o acesso dos estudantes à música brasileira levando o repertório de artistas clássicos como Tom Jobim, Luiz Gonzaga e Pixinguinha. “O perfil do projeto é ser de apresentações didáticas. A gente se apresenta, fala sobre a formação da música, os instrumentos, os compositores”, afirma a diretora artística do grupo De Vento em Popa, a flautista Madelon Guimarães.

A estreia foi no Centro de Ensino Especial 01 de Planaltina, com duas apresentações em turnos distintos. Em setembro, o projeto desembarca no Centro Educacional 02 de Taguatinga (Centrão Taguatinga). O encerramento será em outubro, no Centro Educacional São Francisco (Chicão), em São Sebastião.

Com cerca de uma hora de apresentação, o show conta com canções como Águas de Março e Garota de Ipanema (Tom Jobim), Qui nem jiló (Luiz Gonzaga) e Carinhoso (Pixinguinha), em formato instrumental. Os arranjos são feitos pelos músicos da banda composta por flautistas, violonista, pianista e baixista.

Antes de cada canção, há uma explicação sobre a peça a ser apresentada. Além disso, todos os músicos explicam aos alunos um pouco sobre os instrumentos que tocam.

“Foi maravilhoso. Gosto muito dessas músicas”, disse a estudante Simone Correa

“Os alunos não precisam estar estudando música para que consigam entender melhor. Estamos resgatando muito do que teve na época da bossa nova, dos compositores baianos. Está sendo muito enriquecedor a gente trazer isso para eles”, completa.

Linguagem universal

No lançamento do projeto, o grupo De Vento em Popa fez a primeira apresentação da trajetória deles para um público majoritariamente composto por pessoas com deficiência, os quase 600 alunos do Centro de Ensino Especial 01 de Planaltina.

“Foi maravilhoso. Houve momentos em que percebemos que a música chegou muito bem a eles. Eles queriam aplaudir e se manifestar de alguma forma, se aproximaram quando a gente terminou de tocar. Experimentaram alguns instrumentos. Foi muito bom. A música é uma linguagem universal”, define Madelon.

“A música é algo que mexe com a sensibilidade de qualquer ser humano, com os sentidos. Podemos ver o quanto a música desperta neles”, comentou a diretora Andrea Karla

A estudante Simone Correia concorda. Ela estava entre as mais empolgadas com a apresentação. “Foi maravilhoso. Gosto muito dessas músicas. Acho o som legal”, diz. De todos os instrumentos no palco, ela disse ter apreciado mais o violão. “Gosto muito de música, deu para me divertir um pouquinho”, acrescenta.

A diretora do Centro Especial de Ensino 01, Andrea Karla Marques, lembra que ficou muito feliz quando o grupo procurou a escola. “Por mais que muitas crianças não entendam as explicações teóricas do projeto, a música é algo que mexe com a sensibilidade de qualquer ser humano, com os sentidos. Podemos ver o quanto a música desperta neles. Acredito que esse dia vai ficar marcado na história deles”, comenta.

Andrea diz que a música também tem sido usada pela escola para acrescentar o lado pedagógico. “A gente já percebeu aqui no centro que, quando a gente traz a música para a educação, os alunos se desenvolvem e se concentram mais, já que a atenção deles é baixa. Quando o De Vento em Popa trouxe a proposta, falei que seria um momento mágico, porque a gente sabe que isso funciona na sala de aula”, complementa.

Investimento na cultura

A diretora artística do grupo De Vento em Popa, Madelon Guimarães, destacou a importância do Fundo de Apoio à Cultura

Criado em 1991, o Fundo de Apoio à Cultura (FAC) é o principal instrumento de fomento às atividades artísticas e culturais do Distrito Federal. A Secec oferece apoio financeiro a projetos selecionados por editais públicos. A principal fonte de recursos do fundo consiste em 0,3% da receita corrente líquida do Governo do Distrito Federal.

“É um fundo que ajuda muito a parte da cultura aqui do DF. Por meio do FAC, temos todo esse apoio de logística e divulgação. É uma interação mais ampla entre nós, instrumentistas do grupo, as escolas e a Secretaria de Cultura. É muito importante”, defende Madelon Guimarães.

Serviço

Ventos Brasilienses
? 22 de setembro (às 16h15 e às 19h30): Centro Educacional 02 de Taguatinga
? 21 de outubro (às 11h e às 13h): Centro Educacional São Francisco (Chicão) – São Sebastião

Apresentações de música instrumental encantam alunos de escolas públicas