04/10/2022 às 17:47

Começa mutirão de 3.233 cirurgias eletivas contratadas na rede privada

Primeiro paciente foi operado nesta quinta (22); sete unidades da rede particular vão ajudar a diminuir as filas no período de 120 dias

Por Agência Brasília* I Edição: Débora Cronemberger

Brasília, 23 de setembro de 2022 – A vida do motorista Abraão Alves, de 42 anos, começou a mudar na tarde desta quinta-feira (22). Ele foi o primeiro beneficiado do mutirão de 3.233 cirurgias eletivas contratadas pela Secretaria de Saúde em instituições privadas do Distrito Federal. Operado no Hospital São Mateus, o morador de Santa Maria sabe exatamente a importância dessa ação. “Todo dia eu orava para que a minha cirurgia chegasse”, conta.

Edital público prevê investimento total de R$ 19,7 milhões, a serem pagos de acordo com o número de cirurgias realizadas em cada instituição privada de saúde | Foto: Geovana Albuquerque/Arquivo Agência Saúde DF

A hérnia inguinal praticamente o impediu de trabalhar na Ceasa, onde chegava a carregar volumes de até 18 kg. Com dores, passou para a função de motorista, ainda sentindo incômodo todas as vezes em que pisava na embreagem. “Já perdi dois empregos que pagavam mais, mas era pesado para mim”, relata. Agora, além de poder trabalhar, Abraão Alves sonha em voltar ao seu lazer favorito: jogar futebol. “Ainda dá tempo de me chamarem pra Copa!”, brinca.

A cirurgia de Abraão Alves também foi a primeira que o Hospital São Mateus fez de um paciente do Sistema Único de Saúde (SUS). A instituição tem contratos com a rede pública para leitos de UTI com hemodiálise, mas a nova parceria foi inédita. “É muito importante aproveitar que já existe uma estrutura privada e ajudar o público nessa força-tarefa para cirurgias”, afirma o presidente do Hospital, Paulo Henrique Mota.

[Olho texto=”Além do São Mateus, a Secretaria de Saúde já assinou contratos com os hospitais Anchieta, Daher e São Francisco. Os hospitais Brasília Águas Claras, Home e Hospital das Clínicas também enviaram propostas, passaram na avaliação técnica e vão assinar contrato com o GDF” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”]

A gestão do Hospital São Mateus planeja realizar até 70 cirurgias por mês ao longo dos 120 dias do contrato emergencial. O primeiro procedimento foi realizado pela cirurgiã Sandra Araújo, que teve acesso a todo o histórico médico do paciente por meio dos sistemas digitais da Secretaria de Saúde. Isso foi possível graças à capacitação dada aos funcionários dos hospitais privados para obter e atualizar informações de pacientes, de acordo com os procedimentos realizados.

A medida também vai permitir o controle de cada atendimento realizado e o acesso à lista de pacientes a serem atendidos, de acordo com as prioridades do Complexo Regulador do Distrito Federal. Para cada um, o contrato prevê a realização de cirurgia, internação de até 48 horas e consultas antes e depois.

Contratação

Além do São Mateus, a Secretaria de Saúde já assinou contratos com os hospitais Anchieta, Daher e São Francisco. Os hospitais Brasília Águas Claras, Home e Hospital das Clínicas também enviaram propostas, passaram na avaliação técnica e assinam contrato com o GDF nos próximos dias. O edital público prevê investimento total de R$ 19,7 milhões, a serem pagos de acordo com o número de procedimentos realizados em cada instituição.

[Olho texto=”Entre abril e julho, foram realizados na rede cerca de 3,8 mil procedimentos. Agora, o reforço vai ajudar a reduzir a fila formada durante a pandemia de covid-19″ assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

Ao todo, serão 1.600 cirurgias de colecistectomia (retirada da vesícula biliar), 960 procedimentos de herniorrafia e hernioplastia (hérnia) e 673 histerectomias (remoção do útero). Todos os contratos terão tempo definido de 120 dias e foram assinados com o envolvimento e apoio do controle social e Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).

Na prática, a medida permitirá à Secretaria de Saúde quase duplicar o número de cirurgias eletivas no período. Só para se ter uma ideia: entre abril e julho, foram realizados na rede cerca de 3,8 mil procedimentos. Agora, o reforço vai ajudar a reduzir a fila formada durante a pandemia de covid-19, quando cirurgias eletivas foram suspensas.

As unidades da rede pública também vão ampliar o número de cirurgias neste período. Foram organizadas forças-tarefas no período noturno e aos fins de semana. O objetivo é priorizar o atendimento dos procedimentos voltados à oncologia.

*Com informações da Secretaria de Saúde