04/10/2022 às 12:33

DF apresenta deflação em julho de 2022

O grupo de transportes foi o principal responsável pelo resultado; capital permaneceu com a oitava menor inflação entre as 16 regiões pesquisadas pelo IBGE

Por Agência Brasília* I Edição: Débora Cronemberger


Brasília, 9 de agosto de 2022 –
O Distrito Federal registrou queda de 0,98% na variação de preços no mês de julho, conforme aponta o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e apresentado pelo Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF Codeplan). Nesse período, a capital permaneceu com a oitava menor inflação entre as 16 regiões pesquisadas pelo IBGE e acima da média do país (-0,68%).

O resultado se deu por conta da deflação no grupo de transportes, que apresentou variação de -6,45%, o que resultou na retirada de 1,62 ponto percentual (p.p.) do índice geral. A justificativa desse comportamento esteve atrelada, majoritariamente, à redução da alíquota de ICMS incidente sobre combustíveis de 27% para 18% no DF. Isso fez com que o preço médio praticado para a gasolina registrasse uma queda de 19,89% em julho, o que diminuiu em 1,94 p.p. o índice geral do mês.

O grupo de transportes foi o principal responsável pelo resultado do IPCA de julho no Distrito Federal | Foto: Divulgação/Semob

Por outro lado, o grupo de alimentação e bebidas, influenciado, entre outros fatores, pelo leite longa vida (27,30% e 0,16 p.p.), teve uma alta de 1,99% que acrescentou 0,34 p.p. ao IPCA de julho.

IPCA por faixa de renda

A forma como os diferentes estratos sociais são afetados pela inflação também é evidenciada pelo IPCA por faixa de renda calculado pelo IPEDF para o DF. Esse indicador revela que os 25% mais ricos da capital do país perceberam uma deflação de 1,53% em julho de 2022, enquanto os 25% mais pobres tiveram variação de -0,79%. A diferença de impacto se deve justamente à diferença de pesos que produtos como alimentos e transportes possuem na cesta de consumo dessas famílias.

[Olho texto=”“A política de redução do ICMS sobre os combustíveis, associada a uma queda na cotação do barril do petróleo no mercado internacional, conseguiu fazer com que o preço da gasolina caísse quase 20% em julho de 2022, contribuindo ativamente para a deflação registrada no mês”” assinatura=”Jéssica Milker, pesquisadora da Diretoria de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas do IPEDF Codeplan” esquerda_direita_centro=”direita”]

Considerando a inflação mensurada pelo INPC, a contração de preços foi de -1,18% no DF. Entre as regiões pesquisadas pelo IBGE, o índice foi o quinto menor e quase o dobro da média nacional (-0,60%). O INPC mensura resultado de famílias que recebem até cinco salários mínimos, diferentemente do IPCA, que mede a inflação de até 40 salários.

A pesquisadora Jéssica Milker, da Diretoria de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas da Codeplan, analisa o resultado do IPCA e do INPC do DF: “A política de redução do ICMS sobre os combustíveis, associada a uma queda na cotação do barril do petróleo no mercado internacional, conseguiu fazer com que o preço da gasolina caísse quase 20% em julho de 2022, contribuindo ativamente para a deflação registrada no mês”.

A gestora conclui: “Contudo, é preciso ter parcimônia ao analisar essas informações, dado que, no mês seguinte, não teremos essa ajuda para termos bons resultados no IPCA. Nos resta esperar que essa contração no preço dos combustíveis seja repassada para os outros produtos e serviços de forma que o brasiliense não sofra perdas de poder de compra tão intensos como os vistos no início de 2022”.

*Com informações do IPEDF