04/10/2022 às 16:31, atualizado em 05/10/2022 às 23:17

FAC incentiva oficinas de capoeira para pessoas carentes de Samambaia

Os encontros, gratuitos, acontecem semanalmente no complexo cultural da cidade

Por Lúcio Flávio, da Agência Brasília | Edição: Carolina Lobo

Brasília, 6 de setembro de 2022 – Nascida na época da escravidão no Brasil como luta de resistência, a capoeira, malemolente expressão cultural-esportiva afro-brasileira, atualmente é importante ferramenta de inclusão social. Em Samambaia, por exemplo, com o suporte do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal (FAC-DF), desde o início de 2022 ajuda mestres na arte a promover a educação cidadã num projeto que vem mudando a vida de crianças, adolescentes, adultos e idosos.

“A capoeira é um excelente instrumento psicomotor, você trabalha vários aspectos como coordenação motora, ritmo e força”, explica Alisson Aparecido, o mestre Lilico. “A ideia é educar as pessoas com arte, socializando-as. O nosso objetivo não é criar atletas da capoeira, mas que o participante possa trabalhar a capacidade física e também a socialização”, diz.

As oficinas do projeto Capoeira e Inclusão Social – Educando com Arte são realizadas, semanalmente, no Complexo Cultural de Samambaia, sempre às segundas, terças e quintas-feiras, em dois horários diferentes (às 19h e 20h), contemplando também portadores com deficiência (PcD). As inscrições podem ser feitas pelo site do projeto. Ainda há vagas disponíveis nos dois horários.

As oficinas do projeto são realizadas, semanalmente, no Complexo Cultural de Samambaia, sempre às segundas, terças e quintas-feiras, em dois horários diferentes, contemplando também portadores com deficiência. Ainda há vagas disponíveis nos dois horários | Foto: Nathalia Oak

De lá para cá, quase 100 pessoas da cidade e de outros cantos do DF já passaram pelo projeto. Além do mestre Lilico, são professores do curso Willian Maciel, o mestre Bicudo, e Wesley Cleiton, o mestre Katita. “Sou professor de capoeira há cinco anos e participo desse projeto há quase um ano”, comenta mestre Lilico. “É muito gratificante.”

Um dos aprendizes é o eletricista Jonathan Amorim, 29 anos, que desde criança tinha vontade de jogar capoeira, mas só agora pratica o esporte. “Antes, a capoeira era muito marginalizada, então quase não se ouvia falar em cursos ou oficinas sobre isso. Hoje em dia isso não acontece mais”, conta ele, que pratica capoeira há um ano. “Estou amando, gosto da forma didática que a oficina é dada, que funciona também para as pessoas especiais”, destaca.

Para a síndica Aurora de Jesus, 48 anos, que há um mês pratica capoeira no espaço, as atividades têm sido um aprendizado para o corpo e a alma. “Eu sou evangélica e tinha uma impressão negativa sobre o assunto, mas não tem nada a ver, estou amando e o pessoal é muito carinhoso com todo mundo”, diz. “Fora que tem sido ótimo para o problema de coluna que eu tenho”, avalia.