04/10/2022 às 16:11, atualizado em 07/10/2022 às 19:49

Primeira creche rural do DF, no Paranoá, tem obras concluídas

Localizada no Núcleo Rural Jardim, unidade com 250 m² terá capacidade de atender até 60 crianças; investimento na construção foi de R$ 366,4 mil

Por Rafael Secunho, da Agência Brasília | Edição: Claudio Fernandes


Brasília, 1º de setembro de 2022 – 
As obras da primeira creche rural do Distrito Federal, localizada no Núcleo Rural Jardim, no Paranoá, foram concluídas e vistoriadas hoje pela Novacap, responsável pelo projeto. Uma unidade capaz de atender até 60 crianças em dois turnos e que foi concebida em conjunto com a Emater-DF e a Secretaria de Educação.

A creche Jardim II fica ao lado do Centro de Ensino Fundamental (CEF) de mesmo nome e vai atender crianças de até 4 anos do Núcleo Rural Jardim | Fotos: Paulo H. Carvalho / Agência Brasília

Com uma área construída de 240 m² , a creche Jardim II fica ao lado do Centro de Ensino Fundamental (CEF) de mesmo nome e vai atender crianças de até 4 anos da vila rural. Ela será gerida pela Secretaria de Educação e está sendo operacionalizada pela Coordenação de Ensino do Paranoá. “Agora, é providenciar o mobiliário que será usado na creche e definir qual a melhor forma de atender a comunidade”, explica o coordenador Ranieri Falcão. Professores e funcionários também serão designados pela pasta.

Unidade será gerida pela Secretaria de Educação; próxima etapa será providenciar o mobiliário da creche

O investimento na obra foi de R$ 366,4 mil, provenientes de emenda parlamentar do deputado distrital Martins Machado. Para a secretária de Educação do DF, Hélvia Paranaguá, a parceria da Secretaria de Educação com a Secretaria de Agricultura, a Emater e a Novacap foi fundamental para tornar realidade esse desejo do governador Ibaneis Rocha. “Ver esse projeto das creches rurais do Distrito Federal sair do papel e ganhar vida é muito gratificante. Quando estive na Secretaria de Agricultura, como subsecretária de Agricultura Familiar, vi de perto a necessidade das mães do campo de terem um lugar seguro para deixar os filhos e assim trabalharem mais tranquilas”, afirma Hélvia.

“Proporcionar um espaço de qualidade como esse para as crianças brincarem e aprenderem é nossa prioridade. Essa é a primeira de outras três creches rurais que estão em obras para atender nossos estudantes”, pontua a secretária de Educação. O espaço conta com três salas, refeitório e banheiro infantil.

Com a nova creche, Ana Cristina Martins, 35, agora terá onde deixar a filha Ester, de 1 ano e oito meses, para ir trabalhar

Além dos pequenos, a escola representa um alento para as diversas mães de uma comunidade distante da região central da capital, próxima a Palmital de Minas (MG). Mulheres como Ana Cristina Martins, 35 anos, que trabalha num pequeno salão de beleza na vila e é mãe de três filhos, entre eles Ester, de 1 ano e oito meses. “Levo ela para o trabalho, pois não tenho com quem deixar. Muitas vezes, tenho que sair do serviço mais cedo para cuidar melhor da Ester”, explica. “Fico feliz, pois era algo que a gente pedia há mais de dez anos, sabe?”, conta a moça, há 20 anos moradora do Jardim.

Desempregada, Juliana Andrade, 25, pretende matricular o pequeno Henrique, de 1 ano e dois meses, e buscar recolocação no mercado de trabalho

A jovem Juliana Andrade, 25 anos, mãe do pequeno Henrique, de 1 ano e dois meses, compartilha da satisfação. Após concluir o ensino médio, ela se tornou dona de casa e busca a primeira oportunidade profissional. “A gente precisa ganhar o pão de cada dia. E, para a criança, também será muito importante, para ela crescer bem”, diz Juliana. “O governo acertou em cheio. Meu plano é matricular o Henrique assim que abrir e tentar um trabalho numa empresa agropecuária próxima daqui”, acrescenta ela, cheia de planos.

Diretora-executiva da Emater-DF, Loise Trindade destaca que a creche Jardim II atende a um pedido antigo das mulheres do Núcleo Rural Jardim

Protagonismo

Atuante na região onde tem um escritório de assistência técnica aos trabalhadores rurais, a Emater-DF fez a articulação institucional para a chegada da creche. Segundo lembra a diretora-executiva da empresa, Loise Trindade, trata-se de pequenas produtoras ou simplesmente moradoras do campo que buscam o seu espaço. “Elas também querem ter protagonismo, ser reconhecidas, poder trabalhar. E o que se tem hoje na área urbana também passa a existir na área rural. Era um pedido antigo das mulheres do campo ”, pontua.

Outra preocupação da empresa é a incidência de mães que levam as crianças para a área de campo onde há plantio, animais, e oferece riscos para a saúde e segurança de seus filhos.

Primeira creche rural do DF, no Paranoá, tem obras concluídas