04/10/2022 às 17:16, atualizado em 10/10/2022 às 12:39

Programa Papa-DF destina R$ 1 milhão para compras da agricultura familiar

Cinco organizações do DF foram contratadas para produzir alimentos que serão direcionados a instituições sociais, beneficiando mais de 88 mil pessoas

Por Catarina Loiola, da Agência Brasília I Edição: Débora Cronemberger

Brasília, 19 de setembro de 2022 – O Programa de Aquisição da Produção da Agricultura (Papa-DF) disponibilizou R$ 1 milhão para a aquisição direta de alimentos produzidos por agricultores familiares para doação a redes de distribuição. Foram contratadas cinco organizações, com aporte disponível de R$ 200 mil para a compra de frutas, verduras, legumes, raízes e tubérculos.

Os alimentos são entregues, semanalmente, ao Banco de Alimentos da Ceasa-DF e à Mesa Brasil Sesc, que abastecem entidades sociais. Entre 25 de agosto, início da chamada pública, e 19 de setembro, a primeira entidade recebeu 18.661,30 kg de produtos e a segunda, 49.355,30 kg de produtos – totalizando a aquisição de 68.016,60 kg no período.

Semanalmente, os alimentos adquiridos pelo programa junto à agricultura familiar são entregues ao Banco de Alimentos da Ceasa-DF e à Mesa Brasil Sesc, que abastecem entidades sociais | Fotos: Lúcio Bernardo Jr/Agência Brasília

“O Papa-DF permite que os órgãos do Executivo do Distrito Federal comprem da agricultura familiar diretamente, atendendo à necessidade dos órgãos. Nós entendemos que a doação para famílias socialmente vulneráveis é uma necessidade”, explica o diretor de Compras Institucionais da Secretaria de Agricultura (Seagri), Lúcio Flávio da Silva.

“O agricultor consegue planejar o plantio e tem a garantia de pagamento e preço justo”, diz o presidente da Cootaquara, Maurício Severino Rezende

Ele ressalta a importância da medida para a economia rural e para a promoção da segurança alimentar. “Permite, com o mesmo recurso, o beneficiamento do setor produtivo da agricultura familiar, que durante a pandemia passou por muitas dificuldades de comercialização, e o auxílio a famílias em estado de insegurança nutricional, também impactadas pela crise”, afirma.

A Cooperativa Agrícola da Região de Planaltina (Cootaquara), por exemplo, entrega de três a quatro toneladas de frutas e hortaliças para o programa, duas vezes por semana – uma na Mesa Brasil Sesc e outra no Banco de Alimentos da Ceasa-DF. São 260 cooperados de diferentes regiões administrativas do DF e do Entorno que produzem 40 tipos diferentes de alimentos.

O presidente da Cootaquara, Maurício Severino Rezende, conta que a entidade participa de editais de compras institucionais desde 2016. Segundo ele, é um estímulo à economia rural. “Temos um contrato com a quantidade e os produtos a serem entregues em um período pré-determinado. Então, o agricultor consegue planejar o plantio e tem a garantia de pagamento e preço justo, que serve também de referência para outras vendas”, explica.

A coordenadora do Mesa Brasil Sesc, Claudia Vilhena, ressalta a agilidade do processo de doação e entrega dos produtos

Em Brasília há 19 anos, a Mesa Brasil Sesc distribui cestas a 308 instituições, beneficiando mais de 88 mil pessoas continuamente. Coordenadora da iniciativa, Claudia Vilhena destaca a agilidade do processo de doação e entrega dos produtos, de modo que nenhum item seja perdido entre a colheita e a chegada na mesa dos cidadãos.

“Os alimentos descem do caminhão do produtor, são transferidos para as nossas caixas, pesados, lançados no sistema e distribuídos para as instituições previamente chamadas. O que é recolhido de manhã é entregue à tarde e o que é recolhido à tarde é entregue de manhã”, afirma.

Tamanha rapidez faz diferença na vida de quem sente fome. O Instituto Social do Distrito Federal (ISDF), localizado na QR 207 em Samambaia Norte, recebe cerca de 1,5 mil kg de alimentos semanalmente pela Mesa Brasil Sesc e, com isso, consegue completar o cardápio de 250 mulheres chefes de família.

Cada matriarca recebe 6 kg de produtos, aproximadamente. “São alimentos de qualidade que não poderiam ser comprados por pessoas que, às vezes, não têm nada em casa. Inhame, por exemplo, é caríssimo, custa de R$ 8 a R$ 12, e já recebemos algumas vezes. As pessoas não conseguem pagar e é um alimento muito nutritivo que faz a diferença na alimentação”, explica o presidente voluntário do ISDF, Morvan Jorge Carvalho.

A entidade conta com oito voluntários que oferecem desde complementos à alimentação e atendimento psicológico e psiquiátrico até incentivos à formação profissional e geração de renda. Os principais beneficiados moram nos morros do Sabão e do Urubu, regiões com altos índices de vulnerabilidade social.

Programa Papa-DF destina R$ 1 milhão para compras da agricultura familiar