22/10/2022 às 10:50

Ceilândia tem jornada sobre políticas públicas ambientais para estudantes

A ação da Secretaria de Meio Ambiente, em parceria com a Secretaria de Educação, busca mobilizar dez escolas públicas em cidades inseridas nas bacias hidrográficas do Descoberto e Paranoá

Por Agência Brasília* | Edição: Carolina Lobo

Políticas públicas executadas pela Secretaria do Meio Ambiente (Sema) mobilizaram dez escolas públicas em cidades inseridas nas bacias hidrográficas do Descoberto e Paranoá. A ação, que contou com a parceria da Secretaria de Educação (SEEDF), foi encerrada nesta semana em Ceilândia. A iniciativa envolveu estudantes do ensino médio para a aproximação com temas como mudanças do clima, segurança hídrica, gestão de recursos hídricos e sólidos e fontes de energia limpa.

O último debate foi realizado na quinta-feira (20), no Centro de Ensino Médio (CEM) 02 de Ceilândia, com a participação de alunos das turmas de primeiro e segundo anos do turno vespertino. A programação contou com debates, exibição de vídeos, aplicação prática de conceitos científicos e culminou com o plantio de mudas no pátio escolar.

As escolas inseridas nos territórios das bacias hidrográficas do Paranoá e do Descoberto foram escolhidas pelo critério de proximidade com lugares onde o projeto Sema/CITinova está promovendo ações voltadas à recuperação de nascentes, áreas de recarga hídrica e áreas de preservação permanente (APPs), além de implantação de sistemas agroflorestais (SAFs).

“Assim, fica mais fácil para esses alunos entenderem a lógica do que está sendo feito, como isso impacta na sua vida e quão próximo ele está de um projeto. Não é algo no Plano Piloto, é aqui, na Ceilândia, em Brazlândia, Recanto das Emas, Gama, perto de Águas Lindas”, afirma a coordenadora executiva do projeto na Sema, Nazaré Soares.

Alunos do CEM 02 de Ceilândia aprenderam sobre mudanças do clima, segurança hídrica, gestão de recursos hídricos e sólidos e fontes de energia limpa | Fotos: Sema

Para Nazaré, as iniciativas da pasta com o apoio do projeto são muito importantes para a sociedade, que necessita conhecê-las. “Precisamos fazer essa interação por meio de uma linguagem mais adequada para um público fundamental para as políticas públicas, que são os adolescentes, os alunos do ensino médio, para que eles possam ter uma visão melhor sobre o conceito de sustentabilidade ambiental”, explica.

“Estar nas escolas traz um pouco do que fazemos para que vocês conheçam, repliquem, desenvolvam e, no futuro, as coisas estejam bem”, afirmou o engenheiro florestal Homel Marques. Ele falou sobre as duas frentes de ação do CITinova no DF: planejamento urbano integrado e investimento em tecnologias.

Crise hídrica

Thaiane Meira, também engenheira ambiental, explicou que o público foi escolhido por ser do ensino médio e ter potencial para entender todo o conteúdo que está sendo tratado. “A gente está falando de coisas que têm causa e efeito. Recentemente, passamos por uma crise hídrica que foi superada e agora a situação já está alarmante de novo. Viemos alertar sobre tudo o que está acontecendo para que vocês possam implementar práticas novas e mudar o futuro”, disse.

Depois das exposições, os estudantes foram convidados a se voluntariar para ler o Pacto para Sustentabilidade, documento de adesão voluntária que propõe a participação de cada um na manutenção de ações ambientais e de sustentabilidade no ambiente escolar. Ao ler o texto para os demais colegas, Nicole Gonçalves, 17 anos, disse que a sua motivação para defender o meio ambiente é porque gostaria de viver mais. “Tenho muitos sonhos e quero poder realizá-los”, afirmou.

Já Miguel Lima, 16 anos, que pretende ser programador, acredita que as suas atitudes podem contribuir para que as próximas gerações tenham acesso ao que teve. “E ainda melhor do que tenho”, avaliou.

Plantio

O engenheiro florestal Homel Marques plantou uma muda de limão com a ajuda dos estudantes de Ceilândia

Alçado, de repente, à condição de pai, Ryan Lucas ficou feliz. O filho era, na verdade, uma muda de limão que ajudou a plantar, adubando e regando a espécie. A brincadeira partiu do engenheiro Homel Marques, que parabenizou os adolescentes após concluírem o plantio das mudas nos berços, nome dado ao espaço cavado na terra para receber as pequenas árvores. “Parabéns. Vocês agora são papai e mamãe deste bebê-muda”, brincou

Ryan Lucas ficou tranquilo com a nova responsabilidade. “É emocionante poder fazer algo bom, que ajuda o planeta, já que ele nos sustenta há tanto tempo. Eu vou cuidar o máximo possível desse bebê. Vou valorizar e regar quando estiver com sede. É a mesma coisa de cuidar de um animal ou até de uma pessoa querida”, disse.

Motivação

Para a subsecretária de Assuntos Estratégicos da Sema, Márcia Coura, falar com o público jovem é poder mostrar como atitudes simples no dia a dia podem fortalecer as ações do poder público. “A gente percebe a boa receptividade tanto por parte dos professores quanto dos alunos e ouve depoimentos que reforçam que nosso objetivo de motivar e engajar essas pessoas em prol da sustentabilidade está sendo alcançado”, afirma.

O professor de filosofia Rogério Freitas de Oliveira concorda. Segundo ele, todo o conteúdo passado aos alunos está relacionado ao da sua disciplina. “Dá para trabalhar o compromisso consigo e com o outro que a gente aborda e a Sema trouxe de outro jeito, por meio das políticas públicas. Gostei muito da experiência”, completou.

CITinova

É um projeto multilateral coordenado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) para a promoção de sustentabilidade nas cidades brasileiras por meio de tecnologias inovadoras e planejamento urbano integrado. Com financiamento do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF, na sigla em inglês), é implementado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e executado, no DF, pela Sema.

*Com informações da Secretaria de Meio Ambiente