30/10/2022 às 09:11, atualizado em 30/10/2022 às 09:19

Distrito Federal oferece condições favoráveis para produção de uvas

Melhor período para produzir a fruta na região é o inverno; nos últimos quatro anos, a área de produção aumentou 100%

Por Agência Brasília* I Edição: Débora Cronemberger

Fruta característica de clima temperado, a uva tem grande potencial de desenvolvimento no Distrito Federal, apesar do clima quente e seco da região. A Emater tem prestado apoio aos agricultores interessados em produzir essa fruta, que tem grande apelo comercial e pode ser explorada com foco no enoturismo ou no turismo rural.

[Olho texto=”Atualmente, são 40 produtores de uva espalhados por todo o DF e 74,56 ha plantados da fruta. Isso significa um aumento de 100% no número de produtores e de 60% no tamanho da área cultivada nos últimos quatro anos” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”]

A produção de uvas no cerrado brasiliense, fora da área de clima mais frio, de onde a planta é endêmica, tem vantagens e desvantagens. Segundo o coordenador de Fruticultura da Emater, Felipe Camargo, o inverno no Distrito Federal tem uma condição climática que possibilita uma excelente produção da fruta.

“O inverno com dias quentes, noites frias e sem chuvas permite a produção de uvas mais doces que na região Sul do país”, explica. Segundo ele, essa condição aumenta o teor de açúcar na fruta e ainda permite que o produtor rural faça duas colheitas ao ano, quando faz o manejo adequado e adota técnicas como a dupla poda e a quebra de dormência.

A produtividade média de uva no DF é de 22 toneladas por hectare (t/ha), valor que está acima da média nacional, de 19 t/ha | Foto: Divulgação/Emater

“Isso é favorável para quem quer produzir vinhos de inverno, porque pode colher uvas de bastante qualidade, e também é positivo para quem produz uvas de mesa, porque terá uma safra que não vai competir com as grandes colheitas do sul do país, que são feitas no final do ano”, afirma o especialista. “Com isso, eu acredito que Brasília tem grande potencial de entrar na rota nacional de apreciação de vinhos finos de inverno.”

Entre os maiores gastos no cultivo da cultura, o produtor vai encontrar as estacas de madeira para construção do parreiral e o sombrite. Também haverá gastos com a aquisição de boas mudas, insumos para uma adubação adequada e com a correção do solo e irrigação.

[Olho texto=”“Esse número maior de produtividade na região é reflexo da assistência técnica, que incentiva o emprego de inovações tecnológicas, como utilização de variedades adaptadas de enxerto e porta-enxerto, sistemas de irrigação poupadores de água, técnicas de quebra de dormência e adoção da técnica da dupla poda para produção de uva”” assinatura=”Felipe Camargo, coordenador de Fruticultura da Emater” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

“O custo de implantação é elevado, podendo variar de R$ 125 mil a R$ 185 mil por hectare”, afirma Felipe Camargo. A sugestão do técnico é iniciar com pequenas áreas e buscar fontes de investimento, como o crédito rural.

O custo de produção não tem impedido o aumento gradativo do plantio de uva no Distrito Federal. Atualmente são 40 produtores de uva espalhados por todo o DF e 74,56 ha plantados da fruta. Isso significa um aumento de 100% no número de produtores e de 60% no tamanho da área cultivada nos últimos quatro anos.

Segundo dados do IBGE (2020), a produtividade média de uva no DF é de 22 t/ha, valor que está acima da média nacional, de 19 t/ha. “Esse número maior de produtividade na região é reflexo da assistência técnica, que incentiva o emprego de inovações tecnológicas, como utilização de variedades adaptadas de enxerto e porta-enxerto, sistemas de irrigação poupadores de água, técnicas de quebra de dormência e adoção da técnica da dupla poda para produção de uva”, afirma Camargo.

Ainda de acordo com o técnico da Emater, a maior parte do plantio no Distrito Federal é para a produção de uva tipo mesa, em especial a variedade niágara rosada. “Também temos produtores que têm investido em variedades de uvas finas, como syrah, tempranillo, barbera e cabernet franc para a produção de vinhos finos”, diz.

*Com informações da Emater