14/01/2023 às 12:29, atualizado em 14/01/2023 às 12:47

Mais de R$ 20 milhões para reformar e entregar equipamentos culturais do DF

Investimento nos últimos quatro anos garantiu a reabertura de espaços como o Museu de Arte de Brasília. Em 2023 começa a obra do Teatro Nacional, que vai custar R$ 55 milhões

Por Adriana Izel, da Agência Brasília | Edição: Saulo Moreno

Nos últimos quatro anos, o Governo do Distrito Federal (GDF) devolveu à população diversos equipamentos públicos culturais. Foram investidos mais de R$ 20 milhões para que espaços considerados patrimônios e que estavam abandonados voltassem a poder ser visitados pelo público. Em 2023, estão confirmados mais R$ 55 milhões para a aguardada reforma do Teatro Nacional, fechado há dez anos, que teve a ordem de serviço assinada no ano passado.

[Olho texto=”“É um trabalho às vezes demorado, mas nós estamos empenhados para que todos os equipamentos voltem a funcionar”” assinatura=”Bartolomeu Rodrigues, secretário de Cultura e Economia Criativa” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

“Quando chegamos nessa gestão, encontramos a maior parte desse patrimônio [cultural da cidade] largado. Foi um trabalho muito intenso para colocar de pé e preparar os equipamentos até ficarem funcionais”, afirma o secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues. “É um trabalho às vezes demorado, mas nós estamos empenhados para que todos os equipamentos voltem a funcionar”, acrescenta.

Uma das entregas mais emblemáticas desse pacote foi a do Museu de Arte de Brasília (MAB), que ficou interditado por 14 anos. Orçada em R$ 9 milhões, a reforma garantiu que as instalações, antes consideradas um risco pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), se tornassem aptas para a reabertura do espaço, que ocorreu no aniversário de Brasília de 2021.

Reformado com um investimento de R$ 9 milhões, o Museu de Arte de Brasília foi reaberto ao público depois de 14 anos interditado | Foto: Geovana Albuquerque / Agência Brasília

Natural de Londrina (PR) e passando uns dias em Brasília, o professor Eduardo Gomes Fávaro, 26 anos, que é admirador de arte contemporânea, fez questão de visitar o museu ao lado do irmão mais velho, o também professor Matheus Gomes Fávaro, 31.

“É triste pensar que por muitos anos as pessoas não tiveram acesso a esse acervo tão rico e que nos traz tantas emoções”, comenta. “Gostamos muito do museu. É muito organizado, tem acessibilidade e, à disposição do visitante, peças muito bonitas. E tudo isso sem custo”, acrescenta Matheus.

A arquiteta paulista Lígia Ferreira, 28 anos, lembra que há alguns anos visitou Brasília e o Museu de Arte estava fechado. Ver o espaço disponível para os visitantes a deixou feliz. “É um acervo bem variado, que contempla vários períodos e artistas. É muito bom que ele esteja aberto, principalmente por se tratar de um museu gratuito e de fácil acesso, sem nenhum tipo de restrição”, declara.

Com obras ainda em execução, a reforma da Concha Acústica tem investimentos de R$ 442 mil para regularização das placas de concreto que compõem o piso, reconstrução do alambrado, pintura completa das estruturas, instalação de refletores e substituição de vidros | Foto: Joel Rodrigues / Agência Brasília

Patrimônio cultural

Ao longo dos quatro anos, outros 21 equipamentos culturais do DF passaram por alguma intervenção do governo para retomada das atividades. “Entregamos completamente reformados à população a Concha Acústica, o Museu do Catetinho, a Galeria Fayga Ostrower e o Teatro Plínio Marcos (no Eixo Cultural Ibero-americano, antigo Complexo Cultural Funarte de Brasília) e a Gibiteca TT Catalão (no Espaço Cultural Renato Russo)”, exemplifica o secretário.

Na Concha Acústica, foram investidos R$ 442 mil para regularização das placas de concreto que compõem o piso, reconstrução do alambrado, pintura completa das estruturas, instalação de refletores e substituição de vidros. Também estão sendo investidos R$ 3,6 milhões para obras ainda em execução de urbanismo, paisagismo e drenagem, que integram meios-fios, pavimento de concreto, pista de caminhada, estacionamento, bocas de lobo e rede fluvial, além de árvores e arbustos.

Reaberto no aniversário de 62 anos de Brasília, em 2022, o Museu do Catetinho recebeu manutenção do telhado e do piso, limpeza de ferros, troca de peças, renovação do estacionamento e melhoria na acessibilidade. Investimento: R$ 439 mil | Foto: Hugo Lira / Secec

No Museu do Catetinho, foi feita a manutenção do telhado e do piso, a limpeza de ferros, a troca de peças, a renovação do estacionamento e a melhoria na acessibilidade, com investimento de R$ 439 mil. O espaço havia ficado fechado por dois anos para a realização dos serviços e foi reaberto em 21 de abril do ano passado, no aniversário de 62 anos da cidade.

Na mesma data, ocorreu a reabertura da Gibiteca do Espaço Cultural Renato Russo, na 508 Sul, que estava desativada desde 2013. Rebatizado de TT Catalão, em homenagem ao jornalista e poeta Vanderlei dos Santos Catalão, o espaço foi repaginado, ganhou acessibilidade e um sistema de prevenção a incêndios. Investimento de R$ 60 mil.

Já no Eixo Cultural Ibero-americano, antiga Funarte, foram investidos R$ 2,060 milhões para reformar a Galeria Fayga Ostrower, que ficou fechada de novembro de 2021 a fevereiro de 2022, e o Teatro Plínio Marcos, sala principal do espaço, que ganhou uma nova fachada, revisão no circuito elétrico, impermeabilização e pintura nas paredes internas, instalação de novo sistema de incêndio, troca de carpetes, novo layout da sala, projeto luminotécnico, revitalização de palco e banheiros.

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Futuras entregas

Neste ano, o governo conduz as obras no Teatro Nacional Cláudio Santoro, iniciadas pela Sala Martins Pena, e dá continuidade aos trabalhos no Cine Itapuã. No caso do teatro, a ordem de serviço foi assinada em 20 de dezembro de 2022. “O nosso grande equipamento, que é o mais esperado, encerramos a gestão dando o pontapé para que ele volte muito em breve, que é o Teatro Nacional”, conta Bartolomeu Rodrigues.

“Esse é um exemplo que tenho de um equipamento que não estava, na verdade, abandonado, o Cine Itapuã estava destruído. Praticamente estamos começando do zero, pegando um equipamento totalmente degradado, impossibilitado de receber qualquer tipo de espetáculo, qualquer tipo de apresentação, para fazê-lo funcional novamente”, explica o secretário.

Mais de R$ 20 milhões para reformar e entregar equipamentos culturais do DF