21/02/2023 às 16:54, atualizado em 03/03/2023 às 15:56

Banda formada por pessoas com deficiência é atração no CarnaMuseu

Grupo Baião de Dois levou alegria aos foliões no Eixo Monumental. CarnaMuseu completa cinco dias de folia, com ritmos variados

Por Rafael Secunho, da Agência Brasília | Edição: Isaac Marra

O Carnaval da diversidade e da inclusão, de fato, se fez presente no Distrito Federal. Em meio a mais de 100 bloquinhos e apresentações musicais pela capital, um grupo animado de pessoas com deficiência (PcD), ditou o ritmo na segunda-feira (20), na tenda do CarnaMuseu, no Eixo Monumental. Dez alunos da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae-DF ) subiram ao palco e tocaram xotes e canções regionais, acompanhados de quatro músicos.

O grupo ‘Baião de Dois’ existe há onze anos, mas levou sua alegria para a festa do Rei Momo pela primeira vez. A plateia não era lá tão grande, mas a animação não faltou no espaço montado ao lado do Memorial dos Povos Indígenas. “São pessoas de alto astral , que gostam de viver em sociedade e, principalmente, de mostrar pros outros o seu maior potencial: a arte, a música, a dança e a alegria”, ressalta a professora e líder da banda, Kaká Taciano.

Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília

O grupo ‘Baião de Dois’ existe há onze anos, mas levou sua alegria para a festa do Rei Momo pela primeira vez. Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília

A aluna Sabrina Andrade, 44, era a mais radiante. Antes mesmo da apresentação, ela dançava e brincava de ‘trenzinho’ com as demais colegas de grupo. No palco, tocou bumbo e cantou. “Estou feliz demais e que Deus dê muita força pra gente”, pediu a moça. Além disso, dois profissionais de Libras se revezaram na apresentação ao lado da banda, seguindo exigência dos editais do Fundo de Amparo à Cultura (FAC) do DF.

Entre os que prestigiaram o ‘Baião de Dois’, estava a servidora pública Sabrina Ferreira, 41. Ela, o marido, e mais dois amigos já haviam ouvido falar da turminha da Apae e foram até lá. “É muito importante que isso aconteça. Um carnaval de respeito, que inclua pessoas como elas, que lidam com o preconceito. A banda é linda, toca muito bem e estou feliz de estar aqui”, adiantou. “Vim com a minha filha pequena para ela dançar um pouco, se divertir. Não conhecia o grupo, mas está muito legal e temos que aplaudir iniciativas como essa”, opinou a professora Gilza Mercês, 38.

O CarnaMuseu e sua diversidade

Em sua quarta participação no Carnaval candango, o CarnaMuseu é realizado com recursos do FAC no valor de R$ 149 mil. Com o lema ‘Todos contra o preconceito’, o evento preza pela inclusão e a mistura de ritmos que ‘passeou’ pelo tradicional samba, rock, reggae, forró com carimbó, aos longo dos quatro dias de Carnaval.

Na segunda (20), se apresentaram também os blocos Punk Rock, Kalunga (Vila Planalto) e o Periga Ser (Taguatinga). “O nosso carnaval é o mais alternativo daqui, temos uma pegada multicultural, com espaço para muita gente. E, também, a oportunidade para quem não curte as músicas de Carnaval poder ouvir outros ritmos nessa época do ano”, finaliza o idealizador do CarnaMuseu, Márcio Apolinário.

 

Banda formada por pessoas com deficiência é atração no CarnaMuseu