07/04/2023 às 15:09

Abril Indígena tem oficinas, contação de histórias, debates e artesanato

Série de atividades, no Memorial dos Povos Indígenas, é gratuita e livre para todos os públicos

Por Agência Brasília* | Edição: Claudio Fernandes

[Olho texto=”“Trata-se de uma oportunidade que a Secec está tendo de valorizar as culturas dos povos originários não apenas em um dia do ano, mas em um mês inteiro dedicado a essa pujança cultural, a essa sabedoria ancestral e a essas manifestações culturais tão importantes para a formação do povo brasileiro”” assinatura=”Felipe Ramón Rodriguez, subsecretário de Patrimônio Cultural substituto da Secec” esquerda_direita_centro=”direita”]

Abril é um mês especial para a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF (Secec). Além de todas as comemorações pelo aniversário de Brasília (21), uma série de eventos vai celebrar o Dia dos Povos Indígenas (19), por meio do Abril Indígena no Memorial dos Povos Indígenas (MPI). A programação inclui oficinas, contação de histórias para crianças, bate-papos e feira de artesanato, reunindo a riqueza cultural de diversas das etnias espalhadas pelo Brasil.

“Trata-se de uma oportunidade que a Secec está tendo de valorizar as culturas dos povos originários não apenas em um dia do ano, mas em um mês inteiro dedicado a essa pujança cultural, a essa sabedoria ancestral e a essas manifestações culturais tão importantes para a formação do povo brasileiro”, destaca Felipe Ramón Rodriguez, subsecretário de Patrimônio Cultural substituto da Secec.

Ao todo, serão oito dias de atividades gratuitas, destinadas a um público diversificado e de todas as idades, reafirmando o MPI como um espaço onde os indígenas podem apresentar seu trabalho e sua cultura. Kessia Daline, por exemplo, vem narrar dois contos dos krahô. Raphael Weheria, karajá, traz um conto de seu povo e ainda participa de duas rodas de debate. Já o guarani Mirim Ju conduz os debates e também apresenta para as crianças alguns contos da sua etnia.

Serão oito dias de atividades gratuitas, destinadas a um público diversificado e de todas as idades, reafirmando o MPI como um espaço onde os indígenas podem apresentar seu trabalho e sua cultura | Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

O evento conta com a participação do artista tlaxcalteca Javier Biophillick, do México, que está com exposição em cartaz no MPI até maio e realiza, durante o Abril Indígena, a cerimônia Roda Animal de Poder. Ocupando amplamente o espaço do Memorial, algumas das atividades serão realizadas na recém-inaugurada Sala do Saber Mário Juruna, como as oficinas de expressão indígena e de grafismos.

“Hoje, no Brasil, são 1.652.876 de indígenas, segundo o IBGE. Éramos 6 milhões. Cada um com uma forma de organização própria, de economia, sistemas de parentesco, religiões e mitologias diferentes, que fazem com que as diversas nações indígenas se diferenciem entre si. Quando os índios se mobilizam e se organizam, estão tentando ocupar o espaço que lhes foi negado durante séculos”, frisa o gerente do MPI, David Terena. “Os princípios fundamentais da pessoa humana foram violados, os direitos assegurados em lei não são respeitados. E quando se falava em índios sempre se tinha uma ideia abstrata, mas são pessoas importantes, cidadãos com direito de livre escolha, que têm o direito do pleno exercício civil e político – e que têm cultura!.”

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Abril Indígena

A iniciativa do Abril Indígena vem sendo promovida por diferentes instituições pelo país, a fim de destacar os direitos dos povos originários e sua importância na formação da nossa sociedade. A data decorre do 19 de abril, celebrado em todo o continente desde o 1º Congresso Indigenista Interamericano, realizado no México em 1940. No entanto, tradicionalmente conhecida como Dia do Índio, a data teve seu nome alterado na legislação no ano passado, passando a constar como Dia dos Povos Indígenas, em decisão que visa explicitar a diversidade das culturas desses povos.

Um dos convidados do evento no MPI é o guarani Mirim Ju. Para ele, o evento é uma oportunidade para que a sociedade volte os olhos para os povos indígenas. “Nós reconhecemos como de suma importância esse espaço cultural, esse território ancestral das culturas indígenas que é o MPI, para que a gente possa trazer toda nossa riqueza de diversidade, sabedoria, conhecimentos, histórias, cantos e danças, todas as nossas manifestações e simbologias para dialogar com a sociedade, para poder dialogar com o mundo”, explica.

“Ter essa atividade no Memorial é uma maneira de trazer um pouquinho disso e compartilhar com todo mundo que sente no seu coração que está na hora de a gente se unir e acabar com a discriminação e de aprender com o indígena quem são os povos indígenas”, destaca o guarani, que também é estudante de Geografia na Universidade de Brasília. “A gente agradece ao GDF, à Secec e aos trabalhadores do MPI pela abertura desse espaço, e convida toda a população do DF para estar conosco nesses dias de evento.”

Serviço
Abril Indígena no Memorial dos Povos Indígenas
– Dias 8, 15, 16, 19, 21, 22, 23 e 25 de abril
– Programação gratuita e para todas as idades (sujeita a alterações)
– Oficinas, contação de histórias, rodas de debates e feira de artesanato

8 de abril
10h30 – 12h
– Contação de histórias para crianças:  Tep Me Têêre – O ritual das lontras (Conto Krahô)
Narradora: Kessia Daline
Obs: Trazer algo para forrar o chão
– Oficina de expressão indígena
Obs: Trazer lápis de cor

14h30 – 16h
– Debate: Grafismos, medicina e autocuidado
Palestrante: Mirim Ju e convidados

15 de abril
10h30 – 12h
– Contação de histórias para crianças: A história do Tyrkrê – Origem do ritual Mehi  (Conto Krahô)
Narradora: Kessia Daline
Obs: Trazer algo para forrar o chão
– Wetere Jarkwa: O canto da lagartixa
Obs: Trazer lápis de cor

14h30 – 16h
– Roda de debate: Mãe Terra – conexão para além da fábula
Palestrante: Mirim Ju e convidados

16 de abril
10h30 – 12h
– Contação de histórias para crianças: A origem da Humanidade (Guarani)
Narradora: Mirim Ju
Obs: Trazer algo para forrar o chão
– Os ensinamentos dos animais
Obs: Trazer lápis de cor

14h30 – 16h
– Roda de debate: Teko Porã Bem Viver
Palestrante: Mirim Ju e convidados

19 de abril
14h30 – 16h
– Roda de debate: Diversidade Cultural Indígena
Palestrante: Mirim Ju e Raphael Weheria

21 de abril
10h30 – 12h
– Contação de histórias para crianças: Tainahaky – A Estrela Dalva  (Conto Karajá)
Narradora: Raphael Weheria
Obs: Trazer algo para forrar o chão
– Corrida de Kròwete (do sapo)

14h30 – 16h
– Roda de debate: Ancestralidade e Contemporaneidade
Palestrante: Mirim Ju e convidados

22 de abril
9h – 10h
– Roda Animal de Poder com defumação
Com Javier Biophillick

10h30 – 12h
– Contação de histórias para crianças: História da Via Láctea (Guarani)
Narradora: Mirim Ju
Obs: Trazer algo para forrar o chão
– Oficina de grafismos
Obs: Trazer lápis de cor

14h30 – 16h
– Roda de debate: Descobrimento ou invasão?
Palestrante: Mirim Ju e convidados

23 de abril
10h – 12h
– Roda de debate: Línguas Indígenas: saberes únicos
Palestrante: Mirim Ju e convidados

14h
– Roda de conversa sobre o livro Oboré: quando a terra fala
Palestrante: Martha Batista

25 de abril
15h
– Roda de conversa sobre o livro Oboré: quando a terra fala
Palestrante: Martha Batista

*Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa