13/04/2023 às 18:23, atualizado em 14/04/2023 às 08:22

Um pouco da cultura africana para estudantes da capital

Projeto leva oficinas a escolas públicas do DF e abre oportunidade de trabalho para artistas da cidade

Por Rafael Secunho, da Agência Brasília | Edição: Chico Neto

O músico guineense Alpha Kabinet Camara coordena o projeto: “O mandengue é um ritmo tradicional da Guiné, uma dança muito comum em minha cidade” | Foto: Divulgação

Conduzido por um artista da Guiné, o projeto Alpha Mandê Griô vai levar boas doses da cultura africana para escolas do DF e, de quebra, beneficiar bailarinos e percussionistas da cidade.

Atividades culturais como dança, contação de histórias e oficinas de arte serão apresentadas a 180 alunos de colégios da Candangolândia, Cruzeiro e Núcleo Bandeirante.

O projeto está sendo executado com recursos de R$ 200 mil do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec).

Nesta primeira etapa, serão selecionados artistas da cidade para integrar o grupo que fará as apresentações. A audição para a seleção de bailarinos e percussionistas será neste sábado (15), na Casa da Cultura do Núcleo Bandeirante. A partir de junho, as raízes africanas chegam às escolas do DF. A proposta é levar a riqueza da cultura mandengue (ou mandinga), originária do oeste da África, a crianças e adolescentes.

Países irmãos

A iniciativa está em convergência com a Lei nº 10.639/2003, que estabelece a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira” no currículo oficial da rede de ensino. A coordenação será do músico Alpha Kabinet Camara – natural de Conacri, capital da Guiné, e desde 2017 em Brasília. “O mandengue é um ritmo tradicional da Guiné, uma dança muito comum em minha cidade”, conta. “Sou de uma família de músicos, e queremos incentivar isso nas crianças”.

[Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”]

Aos 35 anos, Alpha tem familiaridade com mais de 20 ritmos originários de países vizinhos ao seu – Costa do Marfim, Mali, Burkina Faso, Serra Leoa, Gâmbia e Senegal – e traz em seu currículo a trajetória de família Griô, de origem materna, que também dá nome ao projeto. Além disso, o grupo vai levar curiosidades do continente africano aos estudantes candangos.

“Nossos países são irmãos e têm muito em comum, principalmente em relação à música e à dança, que são sagrados para mim”, conta Alpha. “Queremos reforçar a importância das tradições e valorizar os traços que nos unem”. Quer participar? As inscrições estão abertas neste site.

Serviço/Audição – projeto Alpha Mandê Griô 
? Data e horário: sábado (15), das 9h às 13h.
? Local: Casa da Cultura do Núcleo Bandeirante.
?
Faixa etária: a partir de 18 anos.