15/04/2023 às 11:32, atualizado em 17/04/2023 às 17:14

Saúde cria grupo estratégico para otimizar atendimento pediátrico

Desde o início do ano, a pasta já desenvolveu diversas ações para atender o aumento da demanda no período de sazonalidade

Por Agência Brasília* | Edição: Claudio Fernandes

O Distrito Federal passou a ter um Centro de Operações de Emergências Pediátricas (Coep), estabelecido pela Secretaria de Saúde (SES) para avaliar novas estratégias no enfrentamento das doenças respiratórias da infância e a ampliação dos serviços de atendimento às crianças.

[Olho texto=”“Nós estamos com uma equipe especializada e capacitada, empenhada em discutir, estudar e desenvolver as táticas necessárias para garantir o atendimento e o cuidado na pediatria”” assinatura=”Lucilene Florêncio, secretária de Saúde” esquerda_direita_centro=”direita”]

Instituído por meio da Portaria nº 134, publicada no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) nesta sexta-feira (14), o Coep foi criado a partir de uma reunião, realizada esta semana, que uniu médicos, profissionais da vigilância à saúde e representantes do Hospital da Criança de Brasília (HCB).

A publicação formaliza a realização de reuniões e encontros com a participação das áreas relacionadas ao cuidado pediátrico integral, incluindo todos os níveis de atenção, assim como especialistas e representantes de instituições da rede pública de saúde. Desta maneira, fica garantida a continuidade do trabalho e das atividades já em andamento realizadas pela pasta.

A criação do Coep ainda estipula a análise dos padrões de ocorrência, distribuição e confirmação dos casos de infecção pelo vírus sincicial respiratório e outras doenças ocorridos no território do DF e Entorno. O grupo também vai monitorar, coordenar e traçar estratégias para o enfrentamento das enfermidades, além da organização de ações que visem ampliar o potencial de resposta.

A secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, reforça que as medidas são prioridade da pasta. “Nós estamos com uma equipe especializada e capacitada, empenhada em discutir, estudar e desenvolver as táticas necessárias para garantir o atendimento e o cuidado na pediatria”, destaca.

Período de sazonalidade, que acontece anualmente de março a junho, provoca alta demanda no atendimento pediátrico: nesta época, há aumento das doenças respiratórias | Fotos: Tony Winston/Agência Saúde

Ações continuadas

A alta demanda do atendimento pediátrico é causada pelo período de sazonalidade, que acontece anualmente de março a junho. Nesta época, há aumento das doenças respiratórias, causadas pela grande propagação dos vírus sincicial respiratório (VSR), rinovírus humano (RVH) e influenza. O público infantil é o mais afetado, principalmente as crianças de até dois anos de idade, cujo sistema imunológico é menos fortalecido.

Os esforços para otimizar e qualificar os serviços de cuidado crítico infantil nas regiões do Distrito Federal estão sendo adotados pela SES desde 2022, com a criação do primeiro Plano de Enfrentamento para as Doenças Respiratórias da Infância, que prevê estratégias e ações antecipadas para suprir a alta demanda do cuidado infantil. A partir do planejamento traçado, a pasta já colocou em prática diversas ações.

Entre elas, foi ampliada a oferta de leitos em UTIs e enfermarias pediátricas. Atualmente, são 98 leitos de UTI pediátrica e 466 leitos de enfermaria pediátrica, disponíveis na rede pública de saúde, incluindo o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (Iges), o Hospital Universitário de Brasília (HUB) e HCB – todos equipados e com equipes especializadas de alta performance, compostas por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e fisioterapeutas, além do suporte nutricional, psicológico e de serviço social.

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Melhorias de assistência ao paciente

Para garantir o cuidado à atenção primária, o horário de atendimento de algumas UBSs foi estendido até as 22h, de segunda a sexta-feira. Além disso, outras unidades abrem aos sábados, das 7h às 12h.

Com a extensão da escala de funcionamento dos serviços, é possível conter o grande fluxo de pacientes nas emergências dos hospitais e garantir o bom funcionamento dos serviços em todos os níveis de atenção, atendendo as necessidades da população. Confira aqui as UBSs com atendimento ampliado.

Ainda previstas no plano de enfrentamento, parcerias entre hospitais e UBSs, transporte de pacientes, capacitação dos profissionais e novas estratégias para otimização do atendimento também são executadas.

A rota rápida, por exemplo, já está sendo implementada nas unidades hospitalares. A metodologia consiste em disponibilizar os ambulatórios de pediatria e o laboratório de análises de rotina, que usualmente examinam com hora marcada, para atender pacientes de média e baixa complexidades, classificados com pulseiras das cores verde ou amarela.

Na Região Central de Saúde, unidades básicas destinam cerca de 60 vagas por dia da agenda de seus profissionais para atender pacientes classificados na cor verde, com sintomas leves, pelo Hmib. Assim, o hospital oferece a alternativa aos responsáveis pelas crianças que aguardam atendimento. O transporte é garantido pelo próprio hospital.

Além disso, cerca de 700 enfermeiros e médicos que atendem na atenção primária participaram de oficinas de capacitação, com o objetivo de prepará-los para o atendimento integrado das doenças respiratórias sazonais e aprimorar a avaliação na identificação de sintomas, para uma rápida e adequada análise e encaminhamento.

Também foi realizado treinamento prático das principais técnicas exigidas nas emergências pediátricas. O encontro, que reuniu 32 médicos, enfermeiros e fisioterapeutas, apresentou para os profissionais conhecimentos sobre as melhores práticas para enfrentar o aumento do número de casos. O curso foi resultado de parceria entre Iges e Sociedade de Pediatria do DF.

A pasta ainda planeja novos treinamentos para os profissionais em cada uma das regiões de saúde.

A aplicação do palivizumabe, remédio destinado ao público mais suscetível ao vírus sincicial respiratório, foi ampliada para bebês nascidos prematuros

Prevenção

Aplicado em sete polos ambulatoriais do DF, o palivizumabe é um remédio destinado ao público mais suscetível aos riscos de problemas respiratórios pelo vírus sincicial respiratório (VSR). Segundo as normas do Ministério da Saúde, a medicação deve ser aplicada em crianças com menos de 2 anos de idade com displasia broncopulmonar (doença pulmonar crônica da prematuridade) ou cardiopatia congênita ou adquirida em tratamento para insuficiência cardíaca e/ou hipertensão pulmonar significativos, além de crianças abaixo de 1 ano que nasceram prematuras com idade gestacional de até 28 semanas e seis dias.

No DF, a rede de saúde ampliou a proteção para nascidos prematuros e também fornece o palivizumabe para bebês de até seis meses que nasceram com idade gestacional de 29 semanas até 31 semanas e seis dias.

A medicação será aplicada, neste ano, pela rede pública do DF até julho.

Imunização

Outro reforço promovido pela secretaria foi a antecipação da campanha de vacinação contra a gripe. Crianças do grupo prioritário (de seis meses a cinco anos, 11 meses e 29 dias) começaram a ser vacinadas em 31 de março. Inicialmente, a ação estava prevista para começar em 10 de abril.

A vacina pode ser tomada junto a outras (como contra a covid-19) e é fundamental para reduzir o número de internações, complicações e óbitos pela doença. Confira a lista completa das unidades básicas de saúde preparadas para imunizar esse público.

*Com informações da Secretaria de Saúde