23/04/2023 às 09:50, atualizado em 23/04/2023 às 12:31

Celebração multicultural e inclusiva para os 63 anos de Brasília

Programação continua neste domingo (23), com atrações como o grupo Fundo de Quintal e a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro

Por Agência Brasília* I Edição: Débora Cronemberger

No segundo dia de atividades em comemoração ao aniversário de 63 anos de Brasília, neste sábado (22), a programação preparada pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF (Secec) levou ao público brasiliense apresentações culturais, feira de artesanato, exposições, oficinas gratuitas de dança, teatro e criatividade, debates sobre a produção cultural e a valorização dos povos originários, além de grandes shows musicais.

A programação especial para os 63 anos de Brasília oferece atrações para todos os gostos e idades | Fotos: Divulgação/Secec

A programação continua neste domingo (23), a partir das 10h, com a Cidade Kids, e com uma tarde animada pelo grupo Fundo de Quintal, às 14h, e pela Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro, no encerramento, às 18h.

Joelma foi a atração principal da noite deste sábado. Nem o tempo nublado, que tomou conta do céu de Brasília durante todo o dia, foi capaz de afastar as mais de 27 mil pessoas que foram curtir a programação do aniversário de Brasília na Torre de TV. O local foi palco de atrações tanto para a criançada, como também para os adultos.

O cantor brasiliense Nego Rainner foi uma das atrações da programação deste sábado, na Torre de TV

As atrações, apoiadas pela Secec e pela Secretaria de Turismo do Distrito Federal, começaram com o espaço Cidade Kids logo pela manhã, com mágicas, brinquedos infláveis e contação de histórias, apresentadas por Nyedja Gennari. Patrícia Santos, mãe dos pequenos Felipe, Bruno e Emanuel trouxe a turminha para aproveitar o dia. “Umas amigas trouxeram os filhos ontem e me avisaram que estava seguro e com várias atividades lúdicas. Resolvi vir e eles estão adorando. Tem sido fundamental ver que estão preocupados em realizar atividade para as crianças também. Elas merecem”, comentou a mãe.

Por volta das 16h, o cantor brasiliense Nego Rainner foi o responsável por começar a festa no palco principal e agitou o público com sucessos do sertanejo e de outros ritmos e estilos musicais por cerca de duas horas. Para ele, cantar em Brasília é sempre uma alegria. “Ao público de Brasília, meu muito obrigado pela calorosa acolhida. Vocês são incríveis e nosso show foi uma delícia!”, comemorou ao final da apresentação.

Festa da inclusão

“Um espaço como esse permite que a gente tenha possibilidade de se divertir com segurança”, comentou Elisa Pessoa, que levou a filha, Beatriz, para assistir aos shows

E a festa não poderia ser mais inclusiva. Em frente ao palco, um espaço adaptado foi oferecido para que pessoas com deficiência pudessem também aproveitar a programação sem perder nada. A artesã Elisa Pessoa trouxe a filha Beatriz Pessoa para assistir aos shows da dupla sertaneja Maiara e Maraísa, na sexta, e da cantora Joelma na tarde deste sábado.

Ela garantiu que estará novamente na Torre de TV neste domingo para acompanhar a festa. “Um espaço como esse permite que a gente tenha possibilidade de se divertir com segurança. Daqui o palco está incrível, a música excelente e eu me sinto confortável para que a Beatriz também curta o show, posicionando a cadeira de rodas com segurança”, disse. “Vamos vir de novo”.

Atração principal deste sábado, a cantora Joelma se emocionou com a receptividade: “Não sabia que as pessoas eram tão fãs. Fiquei surpresa quando cheguei e vi esse mar de gente. Desejo muitas bênçãos a esta cidade e reafirmo que é uma honra ser chamada para as comemorações de 63 anos de Brasília”

Expoente do ritmo Calypso para todo o Brasil, Joelma subiu ao palco por volta das 18h15, sendo aguardada por milhares de fãs. A mistura de lambada, carimbó, guitarrada e siriá possui fãs fiéis no Distrito Federal e Entorno. É o caso de Vitor Rodrigues, um jovem de 26 anos, auxiliar de serviços gerais e seguidor de carteirinha da cantora.

Ele, que veio caracterizado com um look inspirado no usado pela cantora para a gravação do 1º DVD da Banda Calypso, em 2003, entrega que foi exatamente há 20 anos que começou seu encanto pela cantora e também pelo ritmo Calypso. “Eu digo que sou 2000% admirador da Joelma. Quando posso, estou na estrada para acompanhá-la. Na semana passada, por exemplo, estive em São Paulo para a gravação do DVD. Ela é autêntica, interessante, tem músicas incríveis, é uma vencedora e eu a admiro por tudo isso”, celebra Victor.

Animação do público que compareceu à Torre de TV: neste domingo (23) tem mais

Esse carinho a cantora Joelma conseguiu sentir de longe. Segundo a artista, foi um privilégio estar na capital. “Não sabia que as pessoas eram tão fãs. Fiquei surpresa quando cheguei e vi esse mar de gente. Desejo muitas bênçãos a esta cidade e reafirmo que é uma honra ser chamada para as comemorações de 63 anos de Brasília”, completa.

Caravanas de diversas regiões do Brasil prestigiaram o show da cantora Joelma. Havia grupos de Pernambuco, Goiânia, Minas Gerais e São Paulo, pelo menos, prestigiando a capital federal.

Oficina de teatro

As atividades na Biblioteca Pública de Brasília (PBP), na 312 Sul, começaram logo cedo com a oficina de teatro “Interpretando Brasília”. A brincadeira foi encenar a vida pulsante e os monumentos da capital por meio de jogos interativos e divertidos, usando o corpo como principal ferramenta.

Assim, os participantes extravasaram a relação afetiva que têm com a cidade. Foi o caso da bibliotecária e moradora do Guará, Lívia Lins, que fez questão de levar a filha de sete anos para participar do projeto. “É muito bom ter eventos gratuitos como este na cidade, ainda mais nos finais de semana ou em feriados”, comenta.

Oficina de teatro foi oferecida na Biblioteca Pública de Brasília, com a participação de adultos e crianças

Voluntário na iniciativa fomentada pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa, por meio da Biblioteca, o escritor e professor de teatro Gregório Borges valoriza ações como essas na cidade. “Comemorar os 63 anos da nossa cidade com esse encontro na BPB é gratificante. São eventos que fazem a diferença para a comunidade e o teatro tem esse poder de atingir as pessoas não apenas como arte, mas também de forma social”, destaca.

Dia especial no Centro de Dança

No Centro de Dança do DF, as comemorações do aniversário se estenderam no decorrer do dia inteiro com muitas oficinas abertas, aulas, apresentações e debates. Cerca de 600 pessoas passaram hoje pelo espaço para participar da programação.

[Olho texto=”“Aproveitamos as duplas datas festivas, o aniversário de Brasília e o Dia Internacional da Dança, que será no dia 29 de abril, para fazermos uma grande demonstração das atividades que oferecemos no espaço. É uma forma de divulgar nossas ações por meio desse dia plural, democrático e gratuito para todo mundo”” assinatura=”Júnior Ribeiro, gerente do Centro de Dança” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

As atividades no espaço começaram com o encontro de produtores culturais da cidade para debater sobre a Lei Paulo Gustavo, incentivo do governo federal que irá turbinar a cultura nos quatro cantos do país nos próximos meses.

O gerente do Centro de Dança, Júnior Ribeiro, ressaltou o desafio e a necessidade em democratizar todos os segmentos da arte. O que não é diferente na dança. “Aproveitamos as duplas datas festivas, o aniversário de Brasília e o Dia Internacional da Dança, que será no dia 29 de abril, para fazermos uma grande demonstração das atividades que oferecemos no espaço”, explica. “É uma forma de divulgar nossas ações por meio desse dia plural, democrático e gratuito para todo mundo”, destaca.

Neste sábado (22) foram oferecidas oficinas de dança gratuitas, abertas à comunidade. Entre as modalidades estavam: street jazz, breaking, freestyle, danças urbanas, dança negra contemporânea, dança do ventre, flamenco, tango, charme, hip hop, balé infantil, roller dance e dança em Libras.

A aluna de biologia e amante da dança Maria Emília, 19 anos, se esbaldou pelos movimentos do street jazz e do charme. “Soube desse dia especial e vim para aproveitar”, elogia. “Legal termos iniciativas como essa, com ótimos professores, num espaço maravilhoso”, acrescenta.

Pessoas com deficiência também tiveram oportunidade de participar desse dia especial no Centro de Dança com a aula Street Dance para Cadeirantes. Modelo e atleta, o jovem Mateus Moreira aceitou participar de uma aula experimental neste sábado. Estava exultante. “Comecei hoje e estou muito feliz, adoro dançar, faz bem para a autoestima e para o bem-estar”, celebra.

Abril Indígena ressalta a riqueza dos povos originários

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No Memorial dos Povos Indígenas (MPI), além de todas as comemorações pelo aniversário de Brasília (21), o espaço recebe desde o dia 8 uma série de eventos para celebrar o Dia dos Povos Indígenas (19), por meio do projeto Abril Indígena. A iniciativa tem o objetivo de reunir a riqueza cultural de diversas etnias espalhadas pelo Brasil.

Quem passou por lá neste sábado pôde assistir à cerimônia Roda Animal de Poder, ministrada pelo artista tlaxcalteca Javier Biophillick, do México, que está com exposição em cartaz no museu até maio. Além da apresentação, o MPI ofereceu contação de histórias para crianças com a artista Mirim Ju.

Criatividade no Espaço Cultural Renato Russo

As atividades festivas em comemoração ao aniversário da cidade também movimentaram o Espaço Cultural Renato Russo. Neste sábado, houve atividades do Dia Mundial da Criatividade, oficina interativa sobre os pontos turísticos de Brasília, Feira Katendê, laboratório aberto de desenho livre e apresentação de Dança Negra Contemporânea.

*Com informações da Secec

Celebração multicultural e inclusiva para os 63 anos de Brasília