04/08/2023 às 13:11, atualizado em 04/08/2023 às 16:47

Encontro Nacional de Gestores da Saúde Prisional reúne servidores

Evento abordou questões relacionadas à execução da política nacional voltada à saúde das pessoas privadas de liberdade e aos cuidados necessários aos presos com sofrimento mental, entre outros pontos

Por Agência Brasília* | Edição: Chico Neto

Servidores da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) participaram, nesta semana, do Encontro Nacional de Gestores da Saúde Prisional, realizado no auditório da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), do Ministério da Justiça.

Encerrado nesta quinta-feira (3), o evento reuniu gestores da saúde prisional de todo o país, em articulação com o Ministério da Saúde (MS). Entre outros temas, foi discutida a execução da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional (Pnaisp).

Evento contou com palestras e workshops sobre políticas públicas direcionadas ao segmento | Foto: Agência Saúde

Foram palestras, mesas e workshops sobre os cuidados necessários a pessoas com sofrimento mental, a equidade na saúde no sistema prisional considerando raça e gênero, a alimentação e a saúde das pessoas privadas de liberdade e a atenção à saúde da população privada de liberdade em relação às infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e às hepatites virais.

A gerente de Saúde do Sistema Prisional da Diretoria de Áreas Estratégicas da Atenção Primária da SES, Simone Kathia de Souza, foi uma das palestrantes. Ao enumerar os avanços da Pnaisp, ela lembrou que, no DF, a população prisional se destaca pelo baixo nível socioeconômico – e consequente marginalização social – e pelo elevado número de dependentes químicos. Para ela, a superlotação é um dos maiores desafios para os gestores.

Troca de experiências

[Numeralha titulo_grande=”47.070 ” texto=”Total de atendimentos à população carcerária registrados no DF desde o início deste ano” esquerda_direita_centro=”direita”]

“Com essa realidade, o ambiente prisional fica propício para o adoecimento do reeducando e também dos profissionais que lidam com essa demanda no cotidiano”, ressaltou. “Por isso, é necessário ampliar o debate e dar visibilidade a esse público mais vulnerável, buscando trocar experiências e conhecer os avanços nos demais estados da federação.”

O DF é pioneiro em saúde no sistema prisional com equipes formadas apenas por trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS), e foi considerado modelo para elaboração da política nacional em 2014. A SES articula intersetorialmente com várias áreas técnicas do MS, de secretarias estaduais de Saúde, da Senapen e com órgãos de controle e tribunais. Desde o começo deste ano, apontou Simone, foram registrados 47.070 atendimentos à população carcerária. 

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“Esse é o modelo ideal que precisa ser reafirmado e valorizado: a atenção primária ampliada nas unidades prisionais e serviços de maior complexidade na rede SUS para o cuidado integral, conhecer as novas tecnologias e metodologias de trabalho com impacto nos indicadores de saúde e trazer essas novidades para os debates”, acrescentou a gerente.

Na avaliação da gerente, o movimento intersetorial traz benefícios para o governo e para a população, uma vez que as pessoas privadas de liberdade serão reinseridas na sociedade. Mesmo que estejam em cumprimento de pena, transitam fora dos presídios durante as saídas temporárias e, no regime semiaberto, estão no mercado de trabalho. 

*Com informações da Secretaria de Saúde do DF