06/08/2023 às 13:01, atualizado em 06/08/2023 às 13:10

Cachoeira do Tororó alcança excelência em teste de balneabilidade

Queda-d’água fica localizada a 30 km do centro de Brasília e é cercada pelo bioma Cerrado; para ter acesso, é preciso encarar trilha de cerca de 2 km

Por Catarina Loiola, da Agência Brasília | Edição: Chico Neto

O Parque Ecológico do Tororó alcançou o patamar mais alto na avaliação de balneabilidade realizada pelo Instituto Brasília Ambiental. O teste verifica a presença da bactéria E. coli – comum no intestino humano – e o pH da água. Dependendo do resultado, a área pode ser considerada inapta para uso e até interditada. O que não é o caso da cachoeira do Tororó: além de bela, a atração apresenta o nível adequado de pH e quase nenhum registro da bactéria analisada.

Monitoramento registra predominância de excelente qualidade na água do local | Fotos: Geovana Albuquerque/Agência Brasília

?A verificação da balneabilidade ocorre desde março. Até o momento, já foram feitas oito campanhas e encontra-se em andamento a referente ao mês de julho. Também são estudadas as condições da Cachoeira do Vale Perdido, localizada no Parque Ecológico dos Pequizeiros, em Planaltina.

?“É preciso que a gente saiba a qualidade da água, para não gerar nenhum problema de saúde aos frequentadores”, afirma o presidente do Brasília Ambiental, Rôney Nemer. “A ideia é que possamos estender esse estudo para outras cachoeiras, dentro das unidades de conservação ambiental, para agregar aos trabalhos já realizados por outros órgãos.”

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?Do total de análises executadas nas duas cachoeiras, 80% indicaram excelência em relação à balneabilidade. A avaliação segue os limites e metodologia expressa na Resolução Conama nº 274, de 29 de novembro de 2000. A classificação abrange três classes: excelente, muito boa e satisfatória. Ou seja, as atrações brasilienses possuem o patamar mais alto de condição de uso.

?Segundo a assessora técnica da Diretoria de Conservação, Recursos Hídricos e Fauna do Brasília Ambiental, Renata Mongin, o estudo ajuda a manter as cachoeiras preservadas, já que, identificado algum problema, podem ser elaboradas ações de reparação. “Este é um projeto de compensação ambiental que vai seguir por três anos, e a análise é feita de 15 em 15 dias”, informa.

?Conheça

A nutricionista Natasha Ramos aproveitou as férias escolares para levar os filhos à cachoeira: “Estávamos precisando desse contato com a natureza”

O Tororó fica a 30 km do centro de Brasília, próximo ao Jardim Botânico, Santa Maria e São Sebastião. O acesso à cachoeira é feito por uma estrada de terra a partir da rodovia DF-140. O último ponto até o qual é possível ir de carro é um estacionamento, localizado em uma área privada – portanto, pode haver cobrança de taxa. Depois, há uma trilha de cerca de 2 km, com alguns pontos íngremes, mas considerada de nível iniciante.

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?A cachoeira tem 18 m de altura e é cercada pelo bioma Cerrado. Para a nutricionista Natasha Ramos, 37, a recompensa faz a caminhada valer a pena. Moradora do Gama, ela aproveitou as férias escolares e levou os filhos  Gustavo, 9, e Milena, 5, para conhecer a queda-d’água. “Vi fotos na internet e pensei: ‘porque não?’”, conta. “Estávamos precisando desse contato com a natureza. Achei a trilha tranquila, mas, vindo com crianças, precisa ter um pouco mais de atenção, principalmente na parte final”.

?Segundo o auxiliar de serviços gerais Jandeilson Santos, 29, o Tororó é o destino ideal para uma quinta-feira ensolarada. “Gosto bastante e vou sempre que tenho um tempo disponível. É ótimo para descansar, se distrair da rotina”, conta. Na visita mais recente, ele convidou os amigos Tiago Lima, 21, atualmente desempregado, e o estudante William Ribeiro, 29. “É a primeira vez que venho, e com certeza vou voltar”, diz Tiago, ao que William acrescenta: “Eu já tinha vindo aqui e, quando conheci, fiquei surpreso com a beleza da cachoeira. É um ambiente aconchegante, bem-preservado”.

Cachoeira do Tororó alcança excelência em teste de balneabilidade