17/08/2023 às 10:35, atualizado em 17/08/2023 às 13:05

Bebê recebe marca-passo na primeira hora após o nascimento

Heloísa passou pelo procedimento assim que nasceu na instituição contratada pela Secretaria de Saúde para procedimentos de alta complexidade

Por Agência Brasília* I Edição: Débora Cronemberger

Heloísa Santos chegou ao mundo por meio de uma cesárea e já foi levada às pressas para corrigir o ritmo das batidas do seu coração. Diagnosticada com uma enfermidade conhecida como bloqueio cardíaco congênito – doença do nó sinoatrial adquirido –, a criança foi atendida com menos de uma hora de vida.

Diagnosticada com uma enfermidade conhecida como bloqueio cardíaco congênito, Heloísa Santos recebeu um marca-passo com menos de uma hora de vida | Fotos: Divulgação/Agência Saúde-DF

A cirurgiã cardiovascular pediátrica Ana Thalita de Oliveira Miranda, do Instituto de Cardiologia e Transplantes do Distrito Federal (ICTDF), explica que foi uma corrida contra o tempo. “Se ela não recebesse rápido um marca-passo, na primeira hora de vida, não conseguiria sobreviver”, afirma.

De acordo com a especialista, em sua experiência de oito anos em cirurgias pediátricas, são poucos os casos como o de Heloísa, por se tratar de uma doença rara. “Não é um caso frequente”, pontua.  Cerca de 20 profissionais participaram do procedimento.

A cirurgiã cardiovascular pediátrica Ana Thalita de Oliveira Miranda afirma que a inserção do marca-passo logo após o nascimento de Heloísa era fundamental para a sobrevivência da recém-nascida 

A mãe da recém-nascida, Maria Gabriela Santos, 27 anos, recebeu o diagnóstico da filha com cinco meses de gestação. O obstetra Marcelo Filippo, especialista em medicina fetal do Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib), fez o parto e destacou que houve um planejamento minucioso das equipes de cardiologia pediátrica do ICTDF e de medicina fetal do Hmib. “Tudo foi coordenado para que o bebê fosse atendido logo após o nascimento. A sala de cirurgia estava disponível ao lado da sala de parto”, conta.

[Olho texto=”“Isso é fundamental para oferecermos o melhor tratamento possível à população. Por isso, é uma prioridade desde o início da nossa gestão”” assinatura=”Lucilene Florêncio, secretária de Saúde, sobre a contratação de hospitais da rede complementar” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

O pai, Raniere Moreira Freitas, 29 anos, está ansioso para pegar a filha no colo. “Esse primeiro contato faz toda a diferença. Estou muito mais aliviado, passamos maus bocados nesses três últimos meses. As equipes do Hmib e do ICTDF foram incríveis. Gratidão aos médicos e a todos os profissionais envolvidos”, ressalta.

Heloísa tem mais uma cirurgia marcada na próxima semana, mas os pais sentem que o pior já passou. “Palavras não expressam nossa gratidão pela equipe médica”, completa Raniere.

Rede complementar

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A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES) contrata hospitais da rede complementar para diminuir a demanda reprimida de cirurgias do Distrito Federal. “Isso é fundamental para oferecermos o melhor tratamento possível à população. Por isso, é uma prioridade desde o início da nossa gestão”, destaca a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio.

O ICTDF é uma das organizações sem fins lucrativos que atende os pacientes da rede, sendo especializado em cirurgias pediátricas. Somente em 2023, a equipe médica já superou a marca de cem procedimentos.

A instituição tem um contrato de R$ 186 milhões com a SES para realizar atendimentos cardiológicos. Até 21 de julho, já foram realizadas 691 cirurgias entre adultos e crianças, 2.096 procedimentos de cateterismo e 585 angioplastias, entre outros, somando 3.637 atendimentos, 2.270 só neste ano.

*Com informações da Secretaria de Saúde