30/08/2023 às 08:23, atualizado em 30/08/2023 às 13:02

Conheça o trabalho dos nutricionistas dos restaurantes comunitários

Dia dos profissionais responsáveis pelas mais de 32 mil refeições servidas em todo o DF começa cedo; cardápios seguem parâmetros estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde

Por Jak Spies, da Agência Brasília I Edição: Chico Neto

O dia de Karen Moreno começa bem cedo, quando ela sai de casa, segue para a parada de ônibus e pega dois transportes para ir do Sudoeste ao Restaurante Comunitário da Estrutural, onde exerce a função de nutricionista. Os restaurantes comunitários do DF são geridos pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes). 

A nutricionista Karen Moreno supervisiona o Restaurante Comunitário da Estrutural: “Mais do que na quantidade, pensamos na qualidade, na segurança e na frequência da alimentação” | Foto: Rodrigo Rodriguez/Agência Brasília

Karen atua há dois anos na unidade. Além de acompanhar as refeições – no local, são servidas 1,7 mil por dia –, ela é uma das responsáveis por montar os cardápios e fazer a fiscalização e controle dos alimentos: observa tudo que está armazenado e acompanha a produção das refeições.

 

[Olho texto=”OMS recomenda o consumo de uma média de 2 mil a 2.400 calorias por dia ” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

O açougueiro chega de madrugada para cortar a carne, enquanto os profissionais responsáveis pela salada já estão a postos pouco tempo depois. Antes das 10h, tudo já está nas gôndolas, esperando a fila que já começa a se formar às 11h, horário da abertura do restaurante.

De acordo com a nutricionista do GDF, a composição das refeições leva em consideração pratos proteicos, com guarnições, saladas e sobremesa – geralmente uma fruta ou um doce derivado dela.

Os cardápios também consideram o que cada pessoa adulta precisa consumir, conforme parâmetros estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS): entre 2 mil e 2.400 calorias por dia. Para cada prato, são calculadas porções padronizadas.

“São comidas estrategicamente pensadas”, detalha Karen Moreno. “Mais do que na quantidade, pensamos na qualidade, na segurança e na frequência da alimentação. É proibido o uso de temperos industrializados.”

Segurança alimentar e nutricional

[Olho texto=”“Vamos contar, em breve, com 20 restaurantes comunitários funcionando todos os dias da semana, com três refeições diárias, para garantir a segurança alimentar e nutricional da população do DF” ” assinatura=”Ana Paula Marra, secretária de Desenvolvimento e Planejamento Social ” esquerda_direita_centro=”direita”]

De acordo com a nutricionista, muitas pessoas almoçam e levam a marmita do jantar, garantindo, com o café da manhã que também é oferecido na unidade, três refeições ao dia. “Nós trabalhamos diretamente na oferta do alimento para a população”, resume.

“São pessoas que não teriam condição de realizar essa alimentação em casa”, lembra Karen. “É muito gratificante, as pessoas sempre agradecem o fornecimento. Fazemos um trabalho em equipe para atender às necessidades da comunidade.”

Atualmente, o DF conta com 15 restaurantes comunitários, que servem, no total, mais de 32 mil refeições por dia. Em cada unidade, há um nutricionista responsável para que as refeições sejam balanceadas. Além da operação diária, os profissionais também atuam junto aos frequentadores com orientações sobre hábitos alimentares saudáveis.

A expectativa do GDF é servir mais de 10 milhões de refeições. Na unidade da Estrutural, os pratos mais famosos são o frango assado e a feijoada. No café da manhã, são servidas em média 300 a 500 porções. “Vamos contar, em breve, com 20 restaurantes comunitários funcionando todos os dias da semana, sábado, domingos e feriados, e com três refeições diárias, para garantir a segurança alimentar e nutricional da população do DF”, reforçou a secretária de Desenvolvimento e Planejamento Social, Ana Paula Marra.

Retorno da comunidade

Fã do frango assado servido na unidade que frequenta, a dona de casa Maria de Fátima Barbosa, 67 anos, fala sobre o prato: “É bem caprichado. Aqui a comida é boa, eu gosto; e é barata, pode deixar assim pro resto da vida. Quem tem fome, que venha procurar comida”.

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Segundo Karen Moreno, o perfil mais comum de frequentadores do Restaurante Comunitário é de homens idosos, geralmente sozinhos. É o caso de Carlos César Silva, 67, que conta: “Eu não tenho outro lugar para comer”. 

Também são atendidas pessoas em situação de rua. Para esse público, as refeições são gratuitas, bastando apenas fazer o cadastro.